06 Setembro 2022
Direitos indígenas e justiça climática são a mesma coisa, disse a delegada da Igreja da Suécia e representante do Conselho Sami, Julia Rensbert, numa pré-assembleia. O encontro reuniu 40 representantes de diferentes povos indígenas que redigiram recomendações e demandas à 11ª Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), reunida em Karlsruhe, Alemanha, de 31 de agosto a 8 de setembro sob o tema “O amor de Cristo leva o mundo à reconciliação e à unidade”.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
“Temos que nos unir como igrejas em escala mundial para nos ajudar a sobreviver a esta crise climática”, enfatizou Rensbert. O apelo da representante Sami foi registrado. “O caminho da reconciliação passa pelo restabelecimento da justiça, porque sem justiça não podemos ser iguais”. Essa reconciliação não se restringe às relações humanas, mas também “na relação quebrada da humanidade com a criação”, afirma a mensagem da pré-assembleia enviada ao plenário do evento maior.
Os povos indígenas representados pediram apoio do CMI e das igrejas para que possam recuperar a identidade que Deus lhes deu. A cura dos traumas históricos é intergeracional, afeta o seu bem-estar mental e físico, e está diretamente relacionado à cura e ao bem-estar de suas terras, águas e ar que respiram, justificaram.
A mensagem reforça que os povos indígenas encontram na terra as raízes de sua identidade e existência. Ela pede que as igrejas do Norte pressionem seus governos para deter e frear os projetos extrativistas e de exploração que só visam ao crescimento econômico.
Na celebração do Tempo da Criação, dia 1º de setembro, a moderadora do grupo de trabalho do CMI Joy Kennedy trouxe um apelo pessoal para com o cuidado do planeta. “Estou há muitos anos no grupo de trabalho sobre mudança climática do CMI. Sou avó e me concentro na justiça intergeracional porque o câmbio climático está afetando todo o mundo, mas em particular jovens e nascituros. Por ser avó, sinto que devemos mudar nosso modo de vida neste planeta para que tenhamos um futuro de sobrevivência”.
A 11ª Assembleia do CMI está reunida em Karlsruhe, uma cidade construída há mais de 300 anos sem muralhas, aberta, num tempo em que outras cidades se escondiam atrás de fortificações. Ela é uma comunidade de acolhida.
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Povos indígenas pedem às igrejas reconhecimento de sua identidade - Instituto Humanitas Unisinos - IHU