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Um quarto só seu para Francisco: Sínodo e reserva masculina. Artigo de Andrea Grillo

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12 Novembro 2024

"Há um valor 'disruptivo' da literatura, que ajuda o cristão a ver melhor a realidade. Por isso, não seria inútil um pequeno exercício de 'ficção', aplicado a duas expressões da recente tradição católica, das quais às vezes emerge a vontade - ao mesmo tempo cômica e trágica - de parar a história. Ler o magistério da ficção e o magistério como ficção pode ser um exercício útil para colocar o caminho eclesial no clima mais apropriado para o discurso sinodal", escreve Andrea Grillo, teólogo italiano, em artigo publicado por Come Se Non, 09-11-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

As pessoas continuam sendo misteriosas. Somente o olhar de Deus é capaz de ir até o âmago. Portanto, pode ser uma surpresa que o próprio papa, ao mesmo tempo em que recomenda uma audaciosa formação literária para os ministros da igreja no verão, possa repetir afirmações bastante estereotipadas sobre as mulheres no outono, recorrendo a clichês pouco convincentes. Como fazer justiça a essa percepção contraditória? Gostaria de tentar reler um aspecto do documento deste verão, abrir as janelas e deixar entrar um pouco de ar fresco nos discursos que têm as mulheres como tema, e descortinar o espaço para uma recepção dinâmica do Sínodo que acaba de ser concluído.

Farei isso cruzando o texto do Papa Francisco com outro texto que, cerca de 100 anos antes dele, procurou estudar a relação entre a literatura e as mulheres: estou me referindo a Um quarto só seu, de Virginia Woolf. Ambos os textos estão em busca do valor “formativo” da literatura, e ambos aplicam essa referência a mundos que sofrem uma certa “diminuição” literária. Por um lado, os “seminários” e, por outro, a tradição da cultura feminina são mundos que, muitas vezes, por razões muito diferentes, permaneceram completamente alheios aos romances e à poesia. Esse ponto de contato já parece interessante. Uma formação eclesial que “desconfia” da função educativa da “ficção poética” e um julgamento sobre a mulher como “incapaz” de (ou “impedida” de) se dedicar à poesia colimam em um ponto: ao ver com suspeita o seminarista que lê ou escreve poesia ou a mulher que se dedica ao estudo e à escrita. Quase como se isso fosse algo desonroso para eles.

A tradição eclesial, entretanto, não tem sido tão uniforme e drástica quanto a tradição de exclusão sofrida pelas mulheres. Havia uma Igreja, como aquela em que Boccaccio escrevia, que podia conceber um “diácono” como um escritor de novelas sobre os detalhes morais da vida urbana medieval. Muitos outros padres e bispos, antes e depois dele, foram poetas e contadores de histórias. De fato, até poderíamos concluir que a Igreja só passou a desconfiar profundamente da literatura quando o caminho literário foi aberto às mulheres. Quase poderíamos verificar como a suspeita em relação à ficção (em relação a uma “theologia poética”) tenha nascido precisamente com o surgimento da sociedade da dignidade e com o ocaso da sociedade da honra. De uma sociedade na qual não é mais desonroso para uma mulher se dedicar à escrita e à poesia. Durante séculos, escrever, estudar e fazer poesia eram “coisas de homens”, e causava escândalo se uma mulher quisesse fazer essas “coisas de homens”.

A imaginação no poder

Em sua carta sobre o papel da literatura na educação, o Papa Francisco destaca o valor de uma “visão mais ampla”, que amadurece precisamente com a leitura dos grandes romances. Esses textos nos introduzem a uma experiência mais rica e intensa da realidade. São quase uma condição para que nosso discernimento possa ser mais profundo e mais aguçado. A imaginação da qual a ficção literária é uma experiência interminável desafia nossos critérios comuns de julgamento. Isso também se aplica, se lido em paralelo, ao processo pelo qual V. Woolf gradualmente nos introduz na relação entre “mulheres e ficção”, entre mulheres e romance. Se lermos os dois textos, o de Francisco e o de Virginia, em paralelo, descobriremos algumas coisas realmente interessantes:

  • quando o papa oferece exemplos de literatura, antiga, moderna ou contemporânea, sempre cita apenas autores masculinos. Isso não é uma limitação do papa, mas da tradição literária, que só integrou as mulheres a partir do final de 1700. Os grandes clássicos até o século XIX são todos masculinos: até mesmo Anna Karenina é obra apenas de um homem.
  • a resenha de leituras da mulher, que Virginia apresenta como resultados doutos da academia de Oxbridge (uma academia imaginária, mas nem tanto), são muito semelhantes às palavras com as quais Francisco recentemente “definiu” um feminino ontológico e estável. Quando se lê o ensaio de Woolf, se começa a desconfiar dessas reconstruções, que são mais culturais que eclesiais; a história igualmente ficcional da “irmã de Shakespeare”, com seu drama existencial e cultural, que marca o texto de Woolf, é uma ficção muito instrutiva, porque desmascara o poder de um preconceito que continua a falar, 500 anos depois, nas palavras de não poucos contemporâneos e que ressoa, indiretamente, também nas palavras de Francisco;
  • o tom romanceado do ensaio de Virginia, no entanto, tem o mérito de nos fazer descobrir traços de estilo muito semelhantes aos momentos romanceados que algumas vezes aparecem nos documentos de Francisco (por exemplo em Evangelii Gaudium, Amoris Laetitia ou Querida Amazônia). Para Francisco, o fato de ter ensinado literatura e de ter tido um poeta como J. M. Borges como colaborador de excelência teve seu efeito, na palavra e no pensamento.

Há, portanto, um valor “disruptivo” da literatura, que ajuda o cristão a ver melhor a realidade. Por isso, não seria inútil um pequeno exercício de “ficção”, aplicado a duas expressões da recente tradição católica, das quais às vezes emerge a vontade - ao mesmo tempo cômica e trágica - de parar a história. Ler o magistério da ficção e o magistério como ficção pode ser um exercício útil para colocar o caminho eclesial no clima mais apropriado para o discurso sinodal.

O magistério também como ficção

Quase não falamos do registro “papal” desse caminho sinodal. Não seria justo esquecer que toda essa “tribulação” tem sua origem em Francisco. Mas no sínodo, e em cada questão que ele abordou, o papel de Francisco foi mais indireto do que direto. Aliás, algumas observações pareceram, para dizer o mínimo, inesperadas. Talvez uma maneira de entender essas frases feitas, às quais Francisco recorreu com frequência no período sinodal, seja dizer que elas são fruto de uma “tradição narrativa”. Por trás das frases mais fáceis, com as quais Francisco falou da mulher em relação à autoridade, há um repertório, diríamos uma “literatura”, que floresceu nos últimos 50 anos em torno de Roma. A literatura não é apenas romance ou poesia, mas também Encíclica, Instrução, Nota, Declaração... Exemplos dessa produção literária menor, mas não irrelevante, podem ser encontrados em vários textos das últimas décadas: se os lermos como textos de literatura, descobriremos, de repente, não apenas seu lado trágico, mas também seu lado cômico. E entenderemos o quanto até mesmo um “papa” precise de um “quarto só seu”.

Os recursos que a literatura oferece ao leitor tornam possível redimensionar os fenômenos aparentemente imutáveis e se dispor a superá-los de acordo com a ciência e a consciência. Com uma releitura cômica e trágica das coisas, como a literatura incansavelmente nos permite fazer, o olhar se torna mais aguçado e o discernimento refinado. Não podemos mais acreditar que a questão feminina possa ser descartada com um acúmulo arbitrário de figuras simbólicas, a serviço de uma ontologia estática, ou como um “atentado à ordem pública” ou a vontade das mulheres de “fazer coisas de homens”. Nesses preconceitos reconhecemos, graças à literatura, muito de cômico e não pouco de trágico. Somente dessa forma a mulher no espaço público, reconhecida não como uma violação da ordem, mas como um “sinal dos tempos”, pode ser totalmente integrada em uma doutrina que é verdadeiramente especializada na humanidade real, e não presa a abstrações que são ao mesmo tempo assustadas e convenientes.

Ler Francisco e Virgínia em paralelo é bom para caminharmos nessa direção. Para dar figura a uma “mulher de autoridade” é preciso um quarto só seu, são necessárias 500 libras por ano, mas também são necessárias condições culturais e narrativas magisteriais serenas, límpidas, humildes e frescas. O caminho eclesial, que encontrou seu estilo na proposição n. 60, se dirigiu por esse caminho. O trabalho da Comissão sobre o diaconato e o Grupo 5 também poderão encontrar a força para encontrar seu estilo, para sair daquela ficção magisterial que só podemos descartar se soubermos lê-la com um sorriso. Olhares por demais franzidos não criam o novo estilo de que todos nós precisamos. Saber ler o magistério também com ironia é um recurso que não tem preço. E isso nos permite não reduzir os “sinais dos tempos” a modismos contra os quais devemos nos proteger.

Sabemos como foi crucial, mesmo para Francisco, desde o início, garantir para si um quarto só seu. Como acontecia com as mulheres há 100 anos, os papas de hoje precisam criar as condições materiais para serem reconhecidos em uma função mais autêntica. O simples fato de “retirar-se para Santa Marta” permitiu agir como pressuposto para a releitura da “função apostólica”, não apenas a partir do “palácio apostólico”. Assim, pode-se descobrir, quase um “sínodo secreto”, um caminho convergente entre o reconhecimento da autoridade das mulheres e a saída de uma Igreja reduzida a uma enorme cúria do papa soberano. Um papa que encontra em Santa Marta um quarto só seu, pode ser o início de uma leitura irônica e trágica do magistério que o precedeu e o início do desbloqueio efetivo de uma Igreja sempre tentada a permanecer fechada em si mesma, com a pretensão de silenciar até mesmo com o autoritarismo toda nova experiência e de viver de renda das evidências culturais recebidas acriticamente do passado. Em uma Igreja assim barricada, ressoa a profecia do último discurso com o qual o Card. Bergoglio dirigiu-se à Congregação dos Cardeais, pouco antes de ser eleito papa: Jesus está à porta e bate, mas não para entrar, e sim para sair. Para sair até mesmo das injustificadas pretensões exclusivas da reserva masculina.

Leia mais

  • Francisco e Virginia Woolf em paralelo: a ficção, o papa e as mulheres. Artigo de Andrea Grillo
  • Virginia Woolf e a busca pela literatura. Entrevista especial com Ana Carolina Mesquita
  • Francisco: a literatura nos abre aos outros e nos torna mais sensíveis à humanidade de Cristo. Artigo de Mimmo Muolo
  • Carta do Santo Padre Francisco sobre o papel da literatura na educação
  • Papa Francisco: “A literatura abre o coração e a mente”. Artigo de Antonio Spadaro
  • A literatura e a arte de lidar com a raiva. Artigo de Faustino Teixeira
  • Uma nova história da literatura brasileira
  • Bravata é a mais legítima expressão do gaúcho. Entrevista especial com Luís Augusto Fischer
  • O impensável na literatura de Clarice Lispector. Entrevista especial com Evando Nascimento
  • O homem humano na literatura psicanalítica de Grande sertão: veredas. Entrevista especial com Marcia Marques de Morais
  • No coração do possível. O comum e a imaginação institucional na literatura utópica
  • Clarice Lispector. Uma literatura encravada na mística. Revista IHU On-Line, Nº 547
  • Grande Sertão: Veredas. Travessias. Revista IHU On-Line, Nº 538
  • Semana de Arte Moderna. Revolução ou mito? Revista IHU On-Line, Nº 395
  • Machado de Assis e Guimarães Rosa: intérpretes do Brasil. Revista IHU On-Line, Nº 275
  • Inácio de Loyola e o peregrinar por uma Igreja mais humilde, servidora e sinodal. Artigo de Gabriel Vilardi 

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