Segundo o Arcebispo de Canterbury, a maioria dos bispos anglicanos reconhece a primazia do papa. Numa entrevista publicada semana passada concedida à revista francesa La Vie, o Arcebispo Justin Welby disse que o primado papal funciona hoje de forma muito diferente do que funcionava antes da Reforma. Durante a viagem de Welby ao Sudão do Sul com o Papa Francisco e o moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia no ano passado, ficou claro para os outros dois “que o Papa Francisco foi o primeiro de nós três”.

A informação é publicada por Katholisch, 08-11-2024.

A classificação foi aceita por todos sem arrependimentos ou reservas. “Mas também não havia dúvida de que trabalharíamos juntos, não numa base hierárquica, mas com ele como o primeiro entre iguais, o mais velho entre iguais”, disse Welby, que como Arcebispo de Canterbury é primaz da Comunhão Anglicana mundial.

Unidade não é unanimidade

Welby vê a unidade como um dos maiores desafios espirituais para o cristianismo como um todo. É a vontade de Cristo que os cristãos sejam um. “Unidade, porém, não significa unanimidade: o maior desafio espiritual é amar-nos uns aos outros na nossa diversidade. Não devemos acreditar que o nosso próprio testemunho é o único que conta e corremos o risco de romper com o outro”, explicou o arcebispo.

Em junho, o dicastério responsável pelo ecumenismo para promover a unidade dos cristãos apresentou propostas para uma nova compreensão do ofício papal com o documento “O Bispo de Roma”. As reações da comunidade ecumênica elogiaram o documento pelas suas novas perspectivas sobre as relações entre as igrejas. Em particular, a vontade de reinterpretar o ensinamento sobre a posição do Papa, que se tornou dogma no Concílio Vaticano I (1869-1870), foi aprovada.

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