31 Julho 2024
A reportagem é publicada por Religión Digital, 30-07-2024.
O Papa Francisco concluirá nesta quarta-feira as três semanas de ‘férias em casa’. Ele os chama assim porque, como é costume, passou a maior parte do mês de julho sem sair do Vaticano. “A última vez que tirei férias fora de Buenos Aires foi em 1975. Desde então sempre tiro férias, mas em casa mudo o ritmo, durmo mais, leio o que gosto, ouço música, rezo por mais… E assim descanso”, explicou em conferência de imprensa em agosto de 2014 sobre esta forma de fazer as coisas que o diferencia dos seus antecessores.
João Paulo II foi o primeiro Papa que optou por passar uma ou duas semanas longe de Roma, numa cidade montanhosa para se desligar do Vaticano, por exemplo em Lorenzago de Cadore ou em Las Combes de Introd. Bento XVI também passou alguns dias de verão nesta casa de Introd, bem como em Bressanone, onde se dedicou à música e à escrita.
O pontífice argentino não é contra as férias, “o trabalho é importante, mas o descanso também; É preciso aprender a respeitar o tempo de descanso, principalmente no domingo”, afirmou em mais de uma ocasião. No entanto, Francisco prefere descansar sem sair de Roma, dedicando os dias de julho na sua residência em Santa Marta a um descanso relativo em que suspende a audiência geral de quarta-feira e a maior parte dos compromissos da sua agenda pública para planear o próximo rumo.
Porém, este ano, no dia 7 de julho, Francisco interrompeu as férias para viajar a Trieste, no norte da Itália, onde encerrou a 50ª Semana Social dos Católicos alertando sobre a crise da democracia no Ocidente. No dia 11 de julho, reuniu-se com o Metropolita Antonij, enviado do Patriarca Ortodoxo de Moscou, e no dia 15 de julho, encontrou-se com os capítulos gerais de seis congregações religiosas. No dia 18 de julho, cumprimentou 300 crianças, filhos de funcionários do Vaticano, que participavam de atividades esportivas nos jardins do Vaticano, e aconselhou-os “a não irem para a cama sem terem feito as pazes”.
O Papa também manteve reuniões de trabalho com membros da cúria, como o Cardeal Víctor Manuel Fernández, e foi mantido informado da viagem do Cardeal Pietro Parolin à Ucrânia, onde se encontrou com Volodymyr Zelensky e transmitiu a proximidade do Papa com a cidade ucraniana. O único evento público que não foi cancelado em julho é o Angelus todos os domingos ao meio-dia. Numa dessas intervenções, mencionou os Jogos de Paris, apelando a uma trégua olímpica nas guerras para demonstrar um desejo sincero de paz.
Durante estas semanas, além de recuperar forças, o Papa prepara a delicada agenda que o espera nos próximos meses. Em setembro, fará duas viagens: a primeira à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura, de 2 a 13 de setembro; e a segunda, de 26 a 29 de setembro, no Luxemburgo e na Bélgica. A assembleia final do Sínodo sobre a Sinodalidade terá lugar em outubro, com quatro semanas de encontros com mais de 400 participantes de todo o mundo. Finalmente, é provável que em novembro seja realizado um consistório para nomear novos cardeais, e em 24 de dezembro seja inaugurado o ‘Jubileu da Esperança’, que durará até 2025.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Francisco conclui “férias em casa” e prepara-se para um outono intenso - Instituto Humanitas Unisinos - IHU