09 Julho 2024
Junho foi o 13º mês consecutivo de recordes de calor na Terra, com temperaturas da superfície do mar completando 15 meses consecutivos de novas máximas.
A reportagem é publicada por ClimaInfo, 09-07-2024.
Limitar o aquecimento global em 1,5°C de aumento da temperatura média global sobre os níveis anteriores à Revolução Industrial, como estabelecido no Acordo de Paris em 2015, está cada vez mais difícil. Afinal, apesar da expectativa de que a chegada de La Niña segure um pouco o avanço dos termômetros, a falta de compromissos efetivos para eliminar os combustíveis fósseis continuará alimentando as mudanças climáticas, resultando em eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes.
É o que mostra o observatório climático europeu Copernicus (C3S). Os mais novos dados da instituição mostram que 2024 teve o junho mais quente da história, com média global de 16,66°C, superando o recorde de temperatura observado em junho de 2023, de 16,51°C. Foi o 13º mês consecutivo com termômetros acima da média, informa o g1.
Com isso, no mês passado o Planeta completou 1 ano com temperatura média 1,64°C acima dos níveis pré-industriais, destaca a Bloomberg. O calor acima do normal expôs mais pessoas a condições climáticas violentas, como se viu na catástrofe climática no Rio Grande do Sul, com chuvas sem precedentes, e na seca no Pantanal, que chegou bem antes do período habitual. E um aumento sustentado nas temperaturas nesse nível também aumenta o risco de pontos de inflexão incertos, mas catastróficos, explica o Guardian.
Diretor do C3S, Carlo Buontempo ressalta que não se trata de uma “raridade estatística”, mas sim de uma mudança evidente e contínua no clima do planeta. “Mesmo que essa sequência específica de extremos termine em algum momento, estamos destinados a ver novos recordes sendo quebrados à medida que o clima continua mudando. Isso é inevitável, a menos que paremos de adicionar gases de efeito estufa na atmosfera e nos oceanos”, frisou.
A incidência do El Niño desde meados do ano passado até maio deste ano influenciou a elevação dos termômetros. Mas, como explica o cientista do C3S, Julian Nicolas, o fenômeno natural colaborou com os recordes, mas as temperaturas não teriam subido tanto sem as mudanças climáticas.
E os recordes não se restringiram à atmosfera. As temperaturas dos oceanos também atingiram novas máximas no mês passado, no Atlântico, no Pacífico Norte e no Índico, o que influenciou o calor em todo o planeta. E atingiram outro marco: 15 meses consecutivos de novos máximos, um fato que Nicolas chamou de “impactante”, relata a Folha.
Reuters, AP, Euronews, Axios, Business Standard e O Globo também noticiaram o novo recorde de temperatura no planeta em junho.
Em tempo: Nos Estados Unidos, uma onda de calor de longa duração que já quebrou recordes anteriores no país atingiu em cheio o oeste estadunidense no fim de semana. As temperaturas atingiram máxima de 53,3°C nos sábado (6/7) e domingo (7/7) no Parque Nacional do Vale da Morte, no leste da Califórnia, onde um motociclista, não identificado, morreu devido à exposição ao calor e outra pessoa foi levada ao hospital por “doença grave causada pelo calor”, disseram autoridades. Um aviso de calor excessivo – o alerta mais alto do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) – estava em vigor para cerca de 36 milhões de pessoas no domingo, ou cerca de 10% da população do país, disse o meteorologista do NWS, Bryan Jackson. Le Monde, Newsweek, CNN, Sky News, NBC e Reuters repercutiram o calor mortal na costa oeste dos EUA.
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Mundo completa 1 ano com temperatura pelo menos 1,5°C acima da média pré-industrial - Instituto Humanitas Unisinos - IHU