Era da Fervura 2: oceanos também batem recorde de temperatura em fevereiro

Foto: Fernando Frazão | Agência Brasil

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09 Março 2024

Temperatura dos oceanos também foi recorde em fevereiro, e assim como no ar, a causa é a mesma: mudanças climáticas pela queima de combustíveis fósseis.

A reportagem é publicada por ClimaInfo, 08-03-2024. 

O filme “Mar em Chamas”, de 2021, mostra a luta de uma mulher para tentar evitar uma catástrofe após a explosão em uma plataforma de petróleo na costa da Noruega. Em uma das cenas da película, o mar pega fogo, literalmente, por causa do petróleo derramado. E o vazamento de gás fóssil dos poços explorados pela plataforma causa vários incêndios.

Os combustíveis fósseis estão mesmo fazendo os mares do planeta “pegarem fogo”. Se não literalmente, como no filme-catástrofe norueguês, ao menos com o aumento da temperatura da água na superfície oceânica. Tudo por causa das mudanças climáticas, que têm como principal responsável as emissões provocadas pela queima de petróleo, gás fóssil e carvão.

A temperatura da superfície dos oceanos do planeta não só bateu recorde em fevereiro como foi a mais alta já registrada na história. A média para o mês chegou a 21,06°C, quebrando o recorde anterior, de agosto de 2023, quando o índice foi de 20,98°C. E em 29 de fevereiro também foi superado o recorde absoluto diário da temperatura do mar, que chegou a 21,09°C nesse dia.

Os dados também são do Copernicus, observatório climático da União Europeia. Na análise da temperatura da superfície marinha global, o instituto não inclui as regiões polares, seguindo padrão adotado no monitoramento climático, explica a Folha.

“O que é mais surpreendente é que as temperaturas da superfície do mar estão em níveis recordes em regiões distantes do centro da ação do El Niño, como o Atlântico tropical e o Oceano Índico”, disse o cientista climático Richard Allan, da Universidade de Reading. Logo, continuou, isso aponta para a forte influência do aumento das emissões de gases de efeito estufa nessa elevação, destaca a Reuters.

O climatologista Alexandre Costa, professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE), explica que, normalmente, os oceanos têm dois picos de calor no ano: entre março e abril, e em agosto. No entanto, mesmo com o arrefecimento do El Niño na região equatorial do oceano Pacífico, as temperaturas da superfície marinha permaneceram em um nível incomumente alto, especialmente para esta época do ano.

“Nós quebramos o recorde de temperatura global em fevereiro, mas muito provavelmente esse recorde pode ser quebrado (novamente) em março e até em abril. Nós ainda não chegamos na máxima temperatura este ano para os oceanos”, projetou Costa.

Com os oceanos fervendo, a ameaça de um novo evento de branqueamento em massa dos corais do planeta vai se tornando cada vez mais realidade. Um alerta foi dado pela Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, sigla em inglês) nesta semana.

O coordenador do Coral Reef Watch da NOAA, Derek Manzello, disse que é provável que todo o Hemisfério Sul sofra branqueamento de seus corais este ano. “Estamos literalmente à beira do pior evento de branqueamento da história do planeta”, ressaltou.

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