01 Julho 2024
Fogo consumiu 61 mil hectares somente em 4 dias da semana passada; acumulado do ano totaliza 688.125 hectares, mais de 4 cidades de São Paulo.
A informação é publicada por ClimaInfo, 01-07-2024.
O Pantanal totalizou 2.632 focos de incêndio de 1º a 28 de junho, mostra o Banco de Queimadas (BDQueimadas) do INPE. Isso significa um registro de fogo a cada intervalo de 15 minutos no bioma, destacam Metrópoles e Diário de Pernambuco. Desde o início do levantamento, em 1998, a média histórica de incêndios para junho era de 154 ocorrências.
Para se ter ideia do estrago no mês passado, o acumulado anual captado pelo BDQueimadas até a última 6ª feira foi de 3.531 focos de incêndio. Em 2020, considerado o ano com a pior temporada de fogo do bioma, foram 2.524 ocorrências em igual período, lembra o Um só planeta.
Um levantamento feito a partir do BDQueimadas mostrou que 95% do fogo que destrói o Pantanal teve origem em propriedades privadas. Após sobrevoar áreas atingidas na sexta-feira, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse já ser possível apontar onde as chamas começaram, destaca o Jornal Nacional.
“Já identificamos algo em torno de 18 a 19 propriedades”, confirmou a ministra. Segundo o Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, foram identificados 18 pontos de ignição em 14 locais de 12 propriedades privadas, segundo o promotor de Justiça do Núcleo Ambiental Luciano Furtado Loubet.
O MapBiomas mostrou que o Pantanal foi o bioma brasileiro que mais secou nos últimos 40 anos. E neste ano a temporada de seca, que geralmente começa em julho, começou bem antes, o que também ocorre na Amazônia. Assim, o Pantanal está com o solo extremamente seco, rios com baixo nível e calor acima da média, segundo análises de organizações e órgãos públicos.
Somente em 4 dias da semana passada o fogo consumiu mais de 61 mil hectares, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ). No período de 1º de janeiro até 5ª feira (27/6), foram 688.125 hectares queimados, informa a Carta Capital. É mais de 4 vezes a área da cidade de São Paulo.
A força-tarefa de combate ao fogo no Pantanal recebeu um reforço de peso. Trata-se do avião KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB), considerado o cargueiro mais rápido e moderno do mundo. A aeronave chegou a Corumbá (MS) na sexta, informam O Globo, CNN, Carta Capital, Agência Brasil e Correio Braziliense. Ela já foi usada em diversas missões humanitárias dentro e fora do Brasil, mas esta será a primeira vez, segundo a FAB, que será utilizada para uma missão real de combate a incêndio.
Em tempo: Refugiados em seu ninho, no alto de uma árvore com vista para a vegetação queimada, um casal de tuiuiús, ave-símbolo do Pantanal, representa a resistência deste santuário de biodiversidade assolado pelos incêndios. Os tuiuiús são monogâmicos e raramente abandonam seus ninhos a menos que se sintam ameaçados. No ano passado, este casal teve que se afastar do ninho para escapar do fogo. Ao retornar em 2024, viram novamente as chamas chegando perto da árvore onde nidificaram. E desta vez os tuiuiús se salvaram graças a uma força-tarefa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap-MS), que criou uma espécie de perímetro de segurança ao redor do ninho feito no topo de uma piúva (ou ipê-roxo), uma das árvores mais altas do Pantanal, relata o UOL.
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Pantanal em chamas: bioma registra 1 incêndio a cada 15 minutos em junho - Instituto Humanitas Unisinos - IHU