02 Mai 2024
Governador determinou a suspensão das aulas em todo o Estado na quinta e sexta-feira.
A reportagem é de Luís Gomes, publicada por Sul21, 01-05-2024.
O governador Eduardo Leite (PSDB) concedeu nesta quarta-feira (1º) uma entrevista coletiva em que alertou a população de diversas regiões do Estado para que deixem áreas de risco, encostas e margens de rios, em razão da previsão do aumento das previsões de cheias para os próximos dias. Segundo o governador, o atual evento climático é o “maior desastre climático” já enfrentado pelo Rio Grande do Sul, superando os eventos do ano passado em termos de impacto. Leite pontuou que ainda há previsão de níveis significativos de chuva para os próximos dias.
“O evento atual será o maior desastre climático que o nosso Estado já enfrentou. Infelizmente, será maior que o do ano passado. Estamos vivendo um momento muito crítico no Estado. Lamento profundamente as 10 mortes registradas até agora. Esse número tende a aumentar. Em setembro do ano passado, tivemos uma enxurrada muito severa, mas o tempo abriu em seguida, o que nos deu condições de entrar em campo mais rapidamente. Agora, temos muitas dificuldades operacionais para fazer os resgates”, disse.
As fortes chuvas que atingem o Estado desde segunda-feira, e devem se estender ao menos até sexta-feira (2), já deixaram ao menos 10 mortos. Ao ser questionado se espera que sejam registradas mais mortes do que nos eventos de setembro do ano passado, quando foram registradas mais de 50 mortes, o governador afirmou que é impossível fazer previsão sobre isso. Contudo, ponderou que, para que isso não ocorra, é necessário que as populações das cidades atingidas deverão deixar as áreas de risco. O governador também anunciou que, para evitar deslocamentos, as aulas serão suspensas nas escolas estaduais na quinta (2) e sexta-feira (3).
“Queremos as pessoas em segurança, evitando deslocamentos. Infelizmente, já temos mapeadas escolas atingidas”, afirmou o governador.
De acordo com a Sala de Situação do Estado, a principal área de atenção é para a região central do Estado, mas que os efeitos se espalham por diversas bacias hidrográficas, como as regiões dos rios Jacuí, Caí, Sinos, Gravataí, vale do Rio Pardo, vale do Taquari, também se espalhando para bacias da região oeste. Hidrólogo do órgão, Pedro Camargo alertou que a situação no Rio Caí é “extremamente crítica, pior que no ano passado”. Já para a Região Metropolitana de Porto Alegre, a previsão é que o nível dos rios subam intensamente a partir de sexta-feira. “Vai ser pior que setembro do ano passado em termos de cidades atingidas. Pelo que já choveu e pelo que vai chover”, afirmou o governador.
Leite pontuou que o evento climático do ano passado foi caracterizado por uma alta muita rápida dos rios, especialmente no Vale do Taquari, em que a enxurrada “arrastou tudo”, mas que o evento deste ano, em razão do maior número de dias chuvosos, registrará maiores níveis de inundação. “Infelizmente, vai piorar”, disse. “Nós pedimos às pessoas que se protejam deixando as suas residências e indo para locais seguros. Não vai ser na mesma velocidade, mas vai ter cheias dos rios e vai atingir cotas de inundação maior do que se observou no passado”.
Ele alertou moradores de cidades atingidas pelas cheias do ano passado e novamente neste ano de que a água deve chegar aos mesmos locais. Pontuou ainda que, apesar de a Defesa Civil ter mapeado 65 pedidos ativos de resgate, há dificuldades para realização destas ações, uma vez que as chuvas continuam, o que torna essencial que as pessoas evitem continuar nas áreas de risco. “Não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque os municípios estão mais dispersos. E com a dificuldade de que as chuvas não cessam”, afirmou.
O governador disse que voltou a conversar com o presidente Lula na tarde desta quarta e anunciou que o presidente visitará ao Estado na manhã desta quinta-feira. Segundo Leite, a ideia é que a visita seja menos para ver áreas afetadas e mais para coordenar os esforços de enfrentamento aos impactos das chuvas e cheias. Ele fez um apelo público para que o governo federal e as Forças Armadas atuem na coordenação destes esforços. “É uma situação de guerra que estamos enfrentando no RS”, disse.
Após a coletiva, o governo federal confirmou a visita do presidente e informou que o objetivo é levar apoio e acompanhar de perto a grave situação. “Nós vamos colocar no Rio Grande do Sul quantos homens forem necessários para ajudar”, disse Lula. Até o momento, o governo federal já disponibilizou oito aeronaves e foram mobilizados 335 militares para ações de apoio.
Durante a noite, o roteiro ainda estava sendo definido. Mas, conforme o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, a ideia é que as agendas do presidente ocorram em Santa Maria, na região Central, uma das mais impactadas pelas chuvas. “Em função das condições climáticas, todas as decisões serão reavaliadas no momento da decolagem”, informou.
Na coletiva, o governador também listou uma série de municípios que deverão ser os mais atingidos por cheias de rios nos próximos dias e onde o Estado recomenda que populações em áreas de risco busquem abrigo em locais seguros, seguindo orientação das autoridades locais. São eles:
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Leite diz que desastre climático atual é o pior da história do RS - Instituto Humanitas Unisinos - IHU