Cheira morte em todo lugar em Gaza, relata diretor de hospital

Foto: Wikimedia Commons

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19 Março 2024

Não há mais cuidados de saúde em Gaza. As clínicas só podem costurar feridas, fazer curativos e dar comprimidos. Cheira a morte em todo lugar”, relatou Fadi Atrash, diretor executivo do Hospital Auguste Victoria, de Jerusalém Oriental, para uma plateia de trabalhadores humanitários, em Genebra. O hospital é mantido pela Federação Luterana Mundial (FLM). Após cinco meses de operações militares, a situação é “indescritível e além da imaginação”.

A reportagem é de Edelberto Behs.

As pessoas feridas não têm como receber um tratamento adequado nessas condições, disse. Muitos morreram de ferimentos simples, outros perderam membros. Não existem analgésicos e é grande o risco de infecções e epidemias. Muitas pessoas terão deficiências após o conflito, vaticinou.

Pacientes deixaram de ter acesso a tratamento vitais desde o início da guerra. O Auguste Victoria oferece tratamento de câncer e hemodiálise. Atualmente, contou, oito mil pacientes com câncer não podem mais ser tratados. Os cortes de financiamento da Autoridade Palestina e da principal agência da ONU que apoia os serviços sociais na Palestina – a Agência das Nações Unidas e Assistência e Obras aos Refugiados Palestinos no Oriente Próximo – colocam em perigo todo o sistema de saúde na Palestina, arrolou.

Atrash está em contato com casas de saúde em Gaza, de modo especial com a direção do Hospital Anglicano Árabe Al-Ahli, com o qual o Auguste Victoria colabora na detecção precoce do câncer. A clínica foi gravemente danificada durante o conflito, relatou. Um trabalhador da FLM morreu por causa da guerra, informou o serviço de imprensa do organismo ecumênico internacional.

“A humanidade está em jogo”, alertou Atrash. Além de pedir um cessar fogo imediato, para que a população de Gaza possa receber alimentos e apoio médico, “temos que encontrar uma solução que traga paz a israelitas e palestinos, e que conceda a ambos os direitos básicos a que têm direito como seres humanos”, apelou.

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