Papa no Tempo da Criação: permanecer ao lado das vítimas da injustiça ambiental

Em foto de arquivo, o encontro do Papa com indígenas da Amazônia. (Foto: Reprodução | Vatican Media)

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01 Setembro 2023

Começa nesta sexta-feira, 1º de setembro, a celebração ecumênica do Tempo da Criação, um período ecumênico de oração e ação para cuidar da casa comum. O Papa Francisco exorta que permaneçamos ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática ao ouvir "os batimentos do coração: o nosso, o das nossas mães e das nossas avós, o pulsar do coração da criação e do coração de Deus".

A reportagem é de Andressa Collet, publicada por Vatican News, 31-08-2023.

“Neste Tempo da Criação, que começa amanhã, detenhamo-nos nestes batimentos do coração: o nosso, o das nossas mães e das nossas avós, o pulsar do coração da criação e do coração de Deus.”

Um convite profundo o do Papa, publicado nesta quinta-feira (31) e extraído da mensagem do Pontífice para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação que é comemorado nesta sexta-feira, 1º de setembro, dando início à celebração ecumênica do Tempo da Criação. E Francisco continua:

"Hoje não estão harmonizados, não batem em uníssono pela justiça e a paz. A muitos, é impedido beber neste rio caudaloso. Ouçamos, pois, o apelo a permanecer ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática, pondo fim a esta guerra insensata contra a criação.”

O tema deste ano é justamente sobre o que o Pontífice trata, exortando que "a justiça e a paz fluam" através do símbolo de "um poderoso rio", como cita o profeta Amós (5, 24). Então, somos chamados a nos juntar ao rio da justiça e da paz para abraçar a justiça climática e ecológica e para falar com e pelas comunidades mais afetadas.

“Como podemos contribuir para o rio caudaloso da justiça e da paz neste Tempo da Criação? Que podemos nós, sobretudo como Igrejas cristãs, fazer para sanar a nossa casa comum, para que volte a pulular de vida?”, pergunta o Papa na mensagem, ao mesmo tempo em que dá uma resposta simples: “devemos nos decidir a transformar os nossos corações, os nossos estilos de vida e as políticas públicas que regem a nossa sociedade.” Além disso, exorta a pôr em prática o “respeito ecológico” em quatro vertentes: “para com Deus, para com os nossos semelhantes de hoje e de amanhã, para com toda a natureza e para com nós próprios”.

O Tempo da Criação

E o Tempo da Criação, que a Igreja Católica Romana celebra desde 2015, é o períoco ecumênico de oração e ação propício para isso, para renovar a relação com o Criador e toda a criação: começa nesta sexta (1) e termina em 4 de outubro, Dia de São Francisco de Assis - santo padroeiro da ecologia, e quando o Papa Francisco irá publicar a segunda parte da encíclica Laudato si' sobre os cuidados com o casa comum.

Para promover a conversão e o compromisso coletivo, o site oficial da iniciativa - o seasonofcreation.org - disponibiliza recursos promocionais, litúrgicos e de mobilização profética para serem compartilhados com as igrejas locais, pastores e autoridades. Nos últimos anos, declarações de líderes religiosos do mundo todo também encorajaram os fiéis a dedicarem tempo para cuidar da criação durante a celebração deste mês.

Programe-se para o Tempo da Criação

O primeiro compromisso já está confirmado: é nesta sexta às 15h no horário de Roma (10h no horário de Brasília) com o Momento Ecumênico Global de Oração que será transmitido em modalidade on-line pelo site oficial do Tempo da Criação. Líderes religiosos do mundo todo irão conduzir a celebração de reflexão, que também terá a presença do cacique brasileiro Dadá Borari, líder do território amazônico de Maró e protagonista no filme 'A Carta', em referência à encíclica Laudato si' do Papa Francisco. O documentário traz as últimas notícias sobre a crise ambiental e os problemas sofridos pela natureza e pelas pessoas, através da história pessoal de diferentes vozes sobre os jovens, os pobres, a natureza e os indígenas.

No decorrer do Tempo da Criação, o convite é também para incluir o tema e o símbolo de 2023 (“Um poderoso rio”) nas liturgias dominicais ou em um momento de oração comunitário; denunciando os impactos da injustiça climática aos líderes de governo e participando de eventos locais e globais.

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