07 Agosto 2023
"Gratidão e paz na oração do Angelus. Gratidão a quantos, de uma forma ou de outra, tornaram possível a Jornada Mundial da Juventude; gratidão aos jovens que viajaram para participar, para que a tornem como uma daquelas estacas imaginadas pelo profeta, sinais memoriais de 'belos momentos' para levar consigo naqueles 'de cansaço e desânimo'", escreve Marcelo Neri, teólogo e padre italiano, professor da Universidade de Flensburg, na Alemanha, em artigo publicado por Settimana News, 06-08-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Vigília, celebração eucarística, Angelus… diversas formas de celebrar a fé marcaram o coração da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.
Francisco aproveitou, sempre que possível, a oportunidade de voltar a temas que havia introduzido nos momentos anteriores – traçando os elos que ligam uns aos outros.
A alegria com suas raízes na vigília de sábado à noite. O ícone da visitação oferece o ponto de partida para traçar os contornos de uma alegria que se move, uma alegria que quer contagiar e estar com os outros. Na fé, a alegria tem uma história, tem suas raízes: “Esta alegria que temos, outros nos prepararam para receber. Agora, vamos olhar para trás, para tudo o que recebemos: tudo isso predispôs o nosso coração para a alegria. Se olharmos para trás, todos nós temos pessoas que foram um raio de luz na nossa vida: pais, avós, amigos, sacerdotes, religiosos, catequistas, animadores, professores”.
Com o convite, dirigido aos jovens, de se tornarem, por sua vez, raiz de alegria: aproximando-se de quem sente a vida como um caminho difícil, de quem se sente derrotado pela vida, de quem se desvia da justiça desejada por Deus. Estender uma mão para que possam retomar o caminho, levantar-se do desânimo e da derrota, do pecado, é o único momento de assimetria que o Evangelho tolera: “A única ocasião, o único momento em que é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo é para ajudá-la a se levantar."
A vida tem a sua dureza, não permite se acomodar, e somos chamados a aprender a atravessá-la com aqueles que foram para nós a raiz da nossa alegria.
O Deus luminoso na homilia da celebração eucarística com o Evangelho da Transfiguração de Jesus: “O nosso Deus ilumina. Ilumina o nosso olhar, ilumina o nosso coração, ilumina a nossa mente, ilumina o nosso desejo de fazer algo na vida”.
O Deus luminosos acende em nós a força e a habilidade das "obras de amor", uma habilidade de guardar e cultivar na escuta a Palavra - sem se cansar de aprender com ela, ficando sempre surpresos com a beleza da novidade que ela nos entrega.
Hoje, ser luz desta luz significa resistir ao medo, vê-lo dissolvido no leve toque do Senhor, aquele que nos sustenta no desejo de um mundo justo segundo o amor de Deus. "A vocês, jovens, que querem mudar o mundo – e é bom que queiram mudar o mundo” e que querem lutar pela justiça e pela paz; a vocês, jovens, que colocam empenho e fantasia na vida, mas lhes parece que não bastam; a vocês, jovens, de quem a Igreja e o mundo precisam como a terra precisa da chuva” – o Senhor diz “não temam”.
Gratidão e paz na oração do Angelus. Gratidão a quantos, de uma forma ou de outra, tornaram possível a Jornada Mundial da Juventude; gratidão aos jovens que viajaram para participar, para que a tornem como uma daquelas estacas imaginadas pelo profeta, sinais memoriais de "belos momentos" para levar consigo naqueles "de cansaço e desânimo".
Proximidade afetuosa a todos aqueles jovens que não puderam estar presentes "por causa dos conflitos e das guerras". (…) Pensando na Europa, sinto muita dor pela querida Ucrânia, que continua sofrendo muito. Amigos, permitam-me também, já idoso, compartilhar com vocês, jovens, um sonho que carrego dentro de mim: é o sonho da paz, o sonho dos jovens que rezam pela paz, vivem em paz, constroem um futuro de paz”.
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A vocês, jovens, pela paz no mundo. Artigo de Marcelo Neri - Instituto Humanitas Unisinos - IHU