Francisco encomenda um catálogo de mártires, para unir todas as confissões cristãs no ecumenismo do sangue

Foto: Gordan | Getty Images Canva

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06 Julho 2023

  • “Trata-se, pois, de continuar o reconhecimento histórico para recolher os testemunhos de vida, até o derramamento de sangue, destes nossos  irmãos e irmãs, para que a sua memória se torne um tesouro que a comunidade cristã entesoura”.

A reportagem é de Jesus Bastante, publicada por Religión Digital, 05-07-2023. 

O “ecumenismo de sangue” será a chave do grande desafio de Francisco diante do Grande Jubileu de 2025, que marca o 1.700º aniversário do Concílio de Niceia. É este o objetivo da carta que o Papa publicou esta tarde [05-07-2023], na qual anuncia a constituição da “Comissão dos Novos Mártires – Testemunhas da Fé” no Dicastério das Causas dos Santos, com a missão de redigir “um catálogo de todos aqueles que derramaram seu sangue para confessar a Cristo e testemunhar seu Evangelho”.

Na carta, Bergoglio destacou que a comissão "continuará a busca, já iniciada por ocasião do Grande Jubileu do ano 2000, para identificar as Testemunhas da fé neste primeiro quarto de século e continuá-la no futuro", e que não se limitará à Igreja Católica, mas "se estenderá a todas as denominações cristãs".

E é que, afirma Francisco, "também no nosso tempo, em que assistimos a uma mudança de época, os cristãos continuam a mostrar, em contextos de grande risco, a vitalidade do Batismo que nos une".

Temos uma grande dívida com todos eles e não podemos esquecê-los.

"Com efeito, não são poucos os que, apesar de conscientes dos perigos que correm, manifestam a sua fé ou participam na Eucaristia dominical", recordou o Papa,  lembrando que "outros são mortos no esforço de ajudar na caridade, à vida dos pobres, por cuidar dos descartados pela sociedade, por valorizar e promover o dom da paz e a força do perdão. Outros são vítimas silenciosas, individuais ou coletivas, das vicissitudes da história”.

A voz única do martírio dos cristãos

“Temos uma grande dívida para com todos eles e não os podemos esquecer”, insiste Francisco, que quer reconhecer o testemunho de tantos para que “ressoe a voz única do martírio dos cristãos”.

“Com esta iniciativa não pretendemos estabelecer novos critérios para a verificação canônica do martírio, mas dar continuidade à investigação iniciada sobre aqueles que, até hoje, continuam a ser mortos pelo simples fato de serem cristãos”, sublinha Francisco, que convida “a continuar o reconhecimento histórico para recolher os testemunhos de vida, até o derramamento de sangue, destes nossos irmãos e irmãs, para que a sua memória se torne um tesouro que a comunidade cristã entesoura”.

“Num mundo em que às vezes parece prevalecer o mal, estou certo de que a preparação deste Catálogo, também no contexto do já iminente Jubileu, ajudará os crentes a ler os nossos tempos também à luz da Páscoa, peito de tão generosa fidelidade a Cristo as razões da vida e do bem”, conclui a carta.

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