17 Fevereiro 2022
Carta do Papa para o Jubileu de 2025: vamos recomeçar todos juntos depois da pandemia. Combinando a dimensão espiritual com os aspectos sociais. E em 2024 um ano de oração.
A reportagem é de Enrico Lenzi, publicada por Avvenire, 12-02-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
O Jubileu de 2025 começa a dar os primeiros passos. Dia 11 de fevereiro, no dia em que a Igreja comemorava Nossa Senhora de Lourdes e celebrava o 30º Dia Mundial do Doente, o Papa Francisco enviou uma carta ao presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo Rino Fisichella, na qual começa a traçar as linhas que deverão caracterizar o próximo caminho jubilar, que se celebrará 25 anos depois do Grande Jubileu do ano 2000, que "São João Paulo II tanto aguardou e desejou - escreve Francisco -, na esperança de que todos os cristãos, superadas as divisões históricas, pudessem celebrar juntos os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade”. Será inevitável para o Jubileu de 2025 olhar para a pandemia em curso, que "além de ter nos aproximado do drama da morte na solidão, da incerteza e do caráter provisório da existência, modificou o nosso jeito de viver", incluindo, é claro, os cristãos: “Nossas igrejas permaneceram fechadas como as escolas, as fábricas, os escritórios, as lojas e os locais dedicados ao tempo livre”. Em suma, "todos vimos algumas liberdades sendo limitadas e a pandemia, além da dor, às vezes suscitou em nosso espírito a dúvida, o medo e a desorientação", lembra o Papa, que muitas vezes assumiu sobre si esses sentimentos como na oração solitária na praça São Pedro nas primeiras semanas do lockdown.
Segundo o Pontífice, o objetivo do Jubileu de 2025 “poderá favorecer bastante a recomposição de um clima de esperança e confiança, como sinal de um renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência”. É necessário, portanto, trabalhar nestes três anos que nos separam do Ano Santo. Mas "tudo isso será possível se conseguirmos recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza generalizada que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viver de maneira digna como seres humanos". E acrescenta: “Isso será mais facilmente alcançável na medida em que atuarmos com efetiva solidariedade, para que as populações mais carentes não sejam negligenciadas, mas seja possível compartilhar com todos tanto as descobertas da ciência quanto os medicamentos necessários”.
Por isso, o Papa Francisco, na carta ao presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, ressalta como "a dimensão espiritual do Jubileu" deve "combinar-se com estes aspectos fundamentais da vida social, para constituir uma unidade coerente. Almejo que o próximo Ano jubilar também seja celebrado e vivido com essa intenção”.
Também é significativo o lema escolhido pelo Papa Francisco para o Jubileu de 2025: “Peregrinos de esperança”.
E também a indicação de “dedicar o ano que antecede o evento jubilar, 2024, a uma grande sinfonia de oração”. Uma oração, ressalta o Pontífice, "para recuperar e o desejo de estar na presença do Senhor, ouvi-lo e adorá-lo"; "para agradecer a Deus pelos muitos dons"; "como voz do coração só e da alma só, que se traduz na solidariedade e na partilha do pão de cada dia". A carta do Papa, portanto, inicia os preparativos para o Ano Santo, confiando-os ao dicastério chefiado pelo Arcebispo Fisichella, enquanto aguarda a Bula de indicação, "que será publicada oportunamente" e "irá conter as informações necessárias para celebrar o Jubileu de 2025".
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
"Peregrinos de esperança" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU