Lula se encontra com o Papa em Santa Marta, apresenta a nova esposa e falam sobre a paz no mundo

Arte: Marcelo Zanotti | IHU (a partir de imagens dos retwittes)

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22 Junho 2023

Foi um abraço afetuoso de dois amigos que não se viam há tempo. O Papa Francisco recebeu calorosamente o presidente brasileiro Lula no Vaticano. O tema foi a paz mundial e a necessidade do multipolarismo para resolver os conflitos.

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por II Messaggero, 21-06-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.

Lula chegou acompanhado de sua nova esposa, Rosangela, uma psicóloga que conheceu enquanto estava na prisão por acusações de corrupção. O presidente brasileiro agradeceu novamente a Francisco pelo apoio moral que recebeu quando estava preso. Também o convidou para vir ao Brasil para a festa do Círio de Nazaré que acontece em Belém, na divisa com a floresta amazônica. Talvez a maior procissão mariana do mundo, com a participação de milhões de pessoas vindas de todo o mundo.

Segundo a agenda oficial, Lula foi ao Vaticano convidar o Papa para uma visita ao Brasil, para discutir temas de proteção ambiental e falar sobre a paz no mundo.

Lula (em seu terceiro mandato) está enfrentando forte resistência no Brasil do poderoso mundo das igrejas evangélicas que apoiaram Bolsonaro durante a campanha eleitoral e que ainda têm uma força significativa num Congresso dividido, onde o partido do presidente é minoria, ainda dominado pela direita de Bolsonaro. Nos dois mandatos anteriores, Lula foi apoiado sobretudo pelos católicos, em especial pela ala progressista da Teologia da Libertação e pelas comunidades cristãs de base notoriamente atuantes nas favelas e entre os mais pobres.

O encontro entre Lula e Bergoglio é significativo por vários motivos, a começar por uma história especial contada por Luis Badilla, diretor do Sismógrafo. No dia 2 de agosto de 2018, três políticos latino-americanos chegaram em Santa Marta: Celso Amorim, por oito anos ministro das Relações Exteriores do primeiro e segundo governos de Lula, Alberto Fernández, ex-ministro secretário do Conselho de Ministros da Argentina durante o governo de Néstor Kirchner e depois, por 18 meses também do governo da viúva Cristina, e hoje presidente da Argentina e Carlos Ominami, ex-ministro da Economia e Desenvolvimento do Chile. Lula na época estava preso acusado de corrupção e condenado em primeira instância a nove anos e meio de prisão e à proibição de exercer cargos públicos por 19 anos.

Na audiência, os amigos de "Lula" pediram ao Pontífice uma manifestação especial de proximidade que pudesse ser tornada pública. O Papa Francisco aceitou imediatamente e autorizou que o encontro combinado previamente de forma muito confidencial fosse tornado público. Após 19 meses de prisão, Lula foi solto por ordem do Supremo Tribunal Federal que em sua sentença considerou ilegal a prisão imposta ao político. Em 13 de fevereiro de 2020, Lula fez uma viagem rápida ao Vaticano para abraçar o Papa.

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