28 Março 2023
A reportagem é de José Lorenzo, publicada por Religión Digital, 25-03-2023.
“Tudo o que gira em torno da morte-ressurreição de Jesus, ou seja, a morte e o seu posterior e imediato reconhecimento como vivo pelas pessoas que o conheceram, não só não perde relevância como também deve ser lembrado ano após ano”. Assim o afirma José Andrés Sánchez Abarrio, coordenador da II Jornada do Instituto Bíblico e Oriental que, sob o lema "A morte de Jesus: arqueologia, história, exegese, arte e espiritualidade", em Madri.
É um fato, prossegue Sánchez em entrevista ao Religión Digital, que "faz parte do Mistério que envolve a sua Pessoa e, consequentemente, a de qualquer ser humano", por isso, nestes dias, em que têm destacados especialistas no campo, “queremos fazê-lo a partir de diferentes abordagens, porque podemos e devemos abordar o Mistério a partir de diferentes perspectivas. Estas conferências dirigem-se a todas as pessoas sem exceção.
Dois mil anos depois, resta muito a saber sobre a morte de Cristo?
Definitivamente. A morte de Jesus de Nazaré não pode ser dissociada do "desaparecimento" do seu cadáver, circunstância não explicada ao longo dos anos. Muitos detalhes ainda precisam ser analisados dos documentos chamados "Sudário de Oviedo" e "Sudário de Turim", que é o que os colegas do Centro Espanhol de Sindonologia vão compartilhar com todos. Por outro lado, a arqueologia também está nos fornecendo mais informações. Por alguns meses, graças à restauração e reparação do piso do Santo Sepulcro em Jerusalém, foi possível avançar no conhecimento do ambiente do local do túmulo do Senhor. No acervo do IBO (Editorial Verbo Divino) há anos publicamos as obras de Florentino Díez sobre "O Santo Sepulcro e a Caverna de Adão" e, em 2021, no primeiro número de nossa revista Oriente Bíblico, os resultados da pesquisa realizada com georradar na Basílica do Santo Sepulcro entre 1997 e 1998. As obras que estão sendo feitas podem revelar muitas informações que devem ser integradas à reconstrução do sepultamento do Senhor Jesus. Assim como os avanços na física devem ser integrados.
É um fato, prossegue Sánchez em entrevista ao Religión Digital, que "faz parte do Mistério que envolve a sua Pessoa e, consequentemente, a de qualquer ser humano", por isso, nestes dias, em que têm destacados especialistas no campo, “queremos fazê-lo a partir de diferentes abordagens, porque podemos e devemos abordar o Mistério a partir de diferentes perspectivas. Estas conferências dirigem-se a todas as pessoas sem exceção.
Que aspectos mais marcantes vão ser estudados e apresentados nestas conferências?
Serão apresentadas amostras do estado do conhecimento atual, através de reflexões teológicas, bíblicas, arqueológicas e científicas. Estamos muito interessados em fazer uma abordagem interdisciplinar. A aproximação ao Mistério da morte e ressurreição do Senhor assim o exige. Cada disciplina pode contribuir com algo e deve ser completada com o resto.
No estudo sobre a morte de Cristo, qual é a contribuição mais importante que os estudiosos espanhóis deram?
Quanto ao que poderíamos chamar de cultura material, considero que o mais importante é o estudo arqueológico do Gólgota e do Sepulcro, que já mencionei, e do "Sudário de Oviedo" e a comparação das informações provenientes dele com o próprio "Sudário de Turim", que está sendo realizado por pesquisadores do Centro Espanhol de Sindonologia. São questões em aberto sobre as quais ainda há muito por descobrir e analisar. Neste momento, a contribuição espanhola constitui uma verdadeira referência e é reconhecida em todo o mundo pela abertura e seriedade das abordagens com que é realizada.
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“A contribuição espanhola para o estudo da morte de Jesus constitui uma referência mundial” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU