"O Papa, sem pelos na língua, falou de exploração, neocolonialismo, de violências contra mulheres e crianças. E gritou contra o silêncio da informação que se torna cúmplice", escreve Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 02-02-2023. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
Que fale diretamente uma quase resenha da imprensa escrita sobre a visita do Papa à República Democrática do Congo. Não se esforcem em procurar algo no "il Fatto" e no "Libero": para eles, Francisco nunca saiu nem chegou.
O "Messaggero" tem um resumo de 5 linhas na página 15, "Domani" um resumo de 9 linhas na página 7. O "La Verità" tem um serviço de pé na página 5; mas na primeira publica um apelo do falecido Cardeal Pell, publicado no "Timone": “O Papa Ratzinger deve tornar-se imediatamente Doutor da Igreja”, com a foto de Bento XVI. "Uma verdadeira obra-prima" – escreve hoje U. Folena no Avvenire.
E, de fato, fora o "Repubblica" que lhe dedica a página 13 com o título: "Chega de colonialismo" junto com um anúncio de meia página da Autostrade per l'Italia, também o "Corriere", que inclusive tem um correspondente no voo papal, arrisca apenas 13 linhas na página 9 e "La Stampa" tem duas colunas laterais na página 17.
O "Avvenire" define esse silêncio como "abominável e constrangedor".
É sim. O Papa, sem pelos na língua, falou de exploração, neocolonialismo, de violências contra mulheres e crianças. E gritou contra o silêncio da informação que se torna cúmplice. Corretamente.
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