27 Setembro 2022
Hoje, 23 de setembro o movimento pela Justiça Climática Fridays for Future sai às ruas em todo o mundo e em mais de 70 cidades italianas. Fazer greve é fundamental, especialmente agora. Estas são as primeiras eleições climáticas, mas também as últimas, as que farão a diferença. A diferença entre a vida e a morte de pessoas que vivem dentro e fora do nosso país, vítimas daquelas que não são tragédias devido ao mau tempo, mas desastres anunciados. A diferença entre parar de queimar combustíveis fósseis agora e negar a evidência de dados científicos e das comunidades sofredoras. A diferença entre fazer escolhas míopes pesa nos ombros de quem agora não chega ao final do mês e apoiar quem trabalha e não está ganhando dinheiro com a crise climática.
O texto é dos Ativistas Fridays for Future, publicado por La Stampa, 23-09-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Por que exatamente essas eleições importam? Porque já perdemos muito tempo em negacionismo e falsas promessas e a janela temporal que temos à disposição para reduzir as emissões de dióxido de carbono em 92% (dados da Climate Analytics e Giudizio Universale) e, portanto, o aquecimento global, coincide substancialmente com a vigência desta legislatura.
A comunidade científica vem repetindo isso há tempo: quando a temperatura da Terra tiver aumentado mais de um grau e meio, as consequências serão incontroláveis. Para isso, devemos permanecer abaixo desse limite. E considerando que ainda se fala em 2100 e futuros distantes como se os danos já não estivessem aqui, é preciso sair às ruas. Porque até agora foram as pessoas que chamaram a atenção para as consequências da crise climática e exigiram ações concretas e agora serão elas que terão que lutar pelo seu presente, já que é disso que se fala agora. O que falta, de fato, não são as soluções, mas a vontade política de implementá-las. Os pedidos que são levados às ruas são claros e são aqueles da nossa Agenda Climática, que traz quatro pontos-chave:
O do trabalho, porque se o clima piora, o trabalho piora e vice-versa, o do transporte público, porque uma rede de transporte física e economicamente acessível é essencial para reduzir a poluição e melhorar a qualidade de vida, o da água pública, já que os 42% da água é perdida na rede de abastecimento hídrico. Sem esquecer o aspecto energético: é agora, não daqui a cinco, dez ou vinte anos (os mesmos necessários para amortizar o custo de um regaseificador), a hora de apostar nas comunidades energéticas de renováveis (CER) que poderiam atender 50% da necessidade energética italiana.
Não podemos esperar para desbloquear os 1500 projetos de renováveis que estão travados, nem para tributar as grandes empresas que multiplicaram seus lucros graças a especulações e à guerra. Trata-se de colocar no centro as pessoas e não o lucro. Não são os jovens que não se interessam pela política, é a política partidária que não está envolvendo os jovens quando decide sobre a sua sobrevivência. E quem não se sente representado deveria sair às ruas com o Fridays For Future porque a transição pode ser uma grande oportunidade para que todos e todas tenham não apenas um futuro vivível, mas também um presente melhor.
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Vamos nos manifestar nas primeiras eleições climáticas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU