05 Agosto 2022
Na corrida pela reeleição, o presidente Jair Messias Bolsonaro busca o apoio reforçado da grei evangélica. Só no mês de julho, mostra reportagem da repórter Mariama Correira, da Agência Publica, o candidato dedicou 40% da agenda para participação em eventos evangélicos ou encontro de pastores.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
Dos 25 dias de programações oficiais divulgadas pelo Palácio do Planalto, Bolsonaro separou dez dias para reuniões com pastores, participação em cultos e Marchas para Jesus nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Ceará e Espírito Santo, quando recorreu a temas que mobilizam o eleitorado conservador, como aborto, família e drogas.
No dia 9 de julho, ele participou da Marcha para Jesus em Uberlândia e em São Paulo. Na capital paulista, o presidente disse que “ora para o povo não experimentar as dores do socialismo”, o velho discurso que se abate sobre o Brasil desde o século passado. Nos seus pronunciamentos ele recorreu a referências bíblicas e construiu a “guerra do bem contra o mal” na política brasileira.
Embora já tenha afirmado sua inapetência para o cargo, o presidente disse, na Marcha para Jesus pela Liberdade, em Natal, que “é missão de Deus a presidência”.
No mês de junho, o presidente reservou sete compromissos focados no segmento evangélico. Nos dias 17 e 18 ele esteve na região Norte do país. Em Belém, participou dos 111 anos da Assembleia de Deus e do Congresso Visão Celular no Modelo dos 12, evento que atrai pastores do país.
Ainda em junho, esteve na Marcha para Jesus em Balneário Camboriú, Santa Catarina, e frequentou, enquanto nos Estados Unidos para a Cúpula das Américas, culto na Lagoinha Church, em Orlando, liderada pelo pastor André Valadão. Na ocasião, pronunciou-se: “Defendemos a família, a propriedade privada, a liberdade de armamento. Somos pessoas normais. Podemos viver até sem oxigênio, mas jamais sem liberdade”.
Em maio, levantou Correia, foram quatro dias com agendas oficiais: duas Marchas para Jesus, em Curitiba e Manaus, um encontro com lideranças evangélicas na capital amazonense, e um encontro com lideranças católicas no Palácio do Planalto.
O segmento evangélico, que representa 25% do eleitorado brasileiro, é um eleitor que ainda tem mostrado fidelidade a Bolsonaro. Nesse segmento, ele conta com 43% das intenções de voto, contra 33% dedicados a Luiz Inácio Lula da Silva.
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Bolsonaro busca manutenção do voto evangélico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU