27 Junho 2022
Surpreende, mas sobretudo soa agradável no sentido que consola a alma, que o Papa Francisco tenha dirigido hoje, no final do Angelus, um pensamento à religiosa italiana Luisa Dell'Orto, morta no Haiti, onde depois de ter sofrido um assalto violento ficou gravemente ferida e morreu na noite de sexta-feira. A irmã Luisa tinha 65 anos e trabalhava há muitos anos nesse martirizado país.
A reportagem é publicada por Il Sismografo, 26-06-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Dias atrás, o Papa Francisco também havia expressado sua proximidade e dor aos parentes e paroquianos de dois jesuítas idosos mortos no México quando tentavam proteger um guia turístico dentro de sua igreja-convento. O trágico evento teve grande cobertura da mídia.
No passado, o Papa Francisco, poucas vezes teve esse tipo de gesto. Não é uma cautela apenas de Bergoglio. Outros Papas também raramente expressaram publicamente a dor da Igreja por essas vítimas, ou seja, por agentes pastorais que todos os anos são assassinados, especialmente na América Latina e na África, e também na Ásia e Oceania e raramente na Europa.
Os noticiários mostram que os Papas se referem a essas vítimas quando sua morte é notícia de primeira página, principalmente se forem europeus. Quase nunca se refere a presbíteros ou outros agentes pastorais de outros continentes, sequestrados, desaparecidos ou mortos.
Hoje chama a atenção que o Papa tenha feito referência apenas ao assassinato da freira italiana, Irmã Luisa Dell'Orto, um gesto mais que conveniente, oportuno e necessário, como no caso dos dois jesuítas mexicanos há poucos dias.
Irmã Luisa Dell'Orto (Imagem: Reprodução | YouTube)
Mas infelizmente hoje foi esquecido nas palavras do Pontífice o sacerdote da Nigéria, assassinado ontem em Kaduna, por um grupo terrorista, o padre V. Borogo.
Na Nigéria, Pe. Borogo é o segundo assassinado por terroristas e o quarto na África desde 1º de janeiro de 2022.
Mapa do Haiti (Imagem: Rémi Kaupp | Wikimedia Commons)
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O Papa recorda a missionária italiana morta no Haiti durante um assalto, mas não fala nada sobre o sacerdote nigeriano morto por terroristas - Instituto Humanitas Unisinos - IHU