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Intelectuais alertam sobre o avanço da extrema direita

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08 Junho 2022

 

Em uma série de ensaios e entrevistas reunidos no livro Neofascismo, intelectuais analisam o surgimento de novas forças reacionárias em nível global. Embora muito diferentes entre si, a maioria reflete uma mudança de paradigma em relação à ultradireita clássica: a questão racial está perdendo peso frente às mais diversas formas da chamada “batalha cultural”.

 

A reportagem é de Fernando D’Addario, publicada por Página/12, 05-06-2022. A tradução é do Cepat.

 

A extrema direita global assume uma dupla condição, de fato, desconcertante: é um cambalacho e avança. Diante de uma esquerda ou centro-esquerda complexada, defensiva, liberalizada, as forças mais reacionárias crescem em sua autoestima e encarnam, para milhões de pessoas em todo o mundo, uma ilusória ideia de “progresso”.

 

Em suas vastas redes, convivem a Bíblia e o aquecedor: existem globalfóbicos, antimuçulmanos, eurocéticos, xenófobos, antidireitos das minorias sexuais, pró-LGBT, ultracatólicos, cristãos evangélicos, antiestablishment, veneradores da total liberalização da economia etc. A tendência majoritária reflete uma mudança de paradigma em relação à extrema direita clássica: a questão racial vai perdendo peso frente às mais diversas formas da chamada “batalha cultural”.

 

Um livro recentemente publicado reúne uma série de ensaios e entrevistas com intelectuais como Judith Butler, Chantal Mouffe, Alain Badiou, Álvaro García Linera, Noam Chomsky, entre outros. Chama-se Neofascismo, um nome que é pouco preciso para definir o amplo arco da extrema direita atual, mas que serve para oferecer ao leitor um quadro de inteligibilidade. Um ponto de partida. Dizer que Bolsonaro é um "neofascista” pode ser uma imprecisão em termos de teoria política, mas quase todo mundo entende do que se está falando.

 

O campo de referência do livro publicado por Capital Intelectual privilegia os processos vivenciados em vários países da Europa, mas também reflete as emergências das novas direitas na América, desde as encarnadas por Donald Trump e Jair Bolsonaro até a embrionária figura de Javier Milei. As menções de certos autores a partidos distantes para nós, como Lei e Justiça, na Polônia, e Fidesz, na Hungria, ambos empoderados na defesa dos “valores tradicionais”, são interessantes para pensar as diferenças em relação aos processos vislumbrados na Argentina, onde, segundo Gabriel Vommaro, “a direita radical não se apresenta como porta-bandeira da religião” e, por isso, nesse campo, “não há elementos para falar de um avanço conservador na Argentina”.

 

Ezequiel Ipar, pesquisador do CONICET, destaca o componente “moral” que ocupa o lugar de velhas reivindicações doutrinárias da direita crioula: “Milei colocou os detalhes do ajuste fiscal em segundo plano e passou a oferecer uma justificativa moral para a necessidade de acabar com a casta política.” O líder de A Liberdade Avança representa de forma muito direta, segundo Ipar, “o chamado a uma rebelião de massas contra a igualdade”.

 

Um anticomunismo visceral percorre, sem exceção, esses novos cruzados da direita global. Trata-se, talvez, da única autêntica coincidência entre todos eles e a principal ponte com a velha e dura direita. Um exagero reacionário quando se leva em conta que estimulam o anticomunismo “em um mundo sem (quase) comunistas”, como aponta acertadamente Pablo Stefanoni no prólogo do livro.

 

As caracterizações são tão múltiplas e complexas quanto o fenômeno que emerge. O filósofo húngaro Miklós Tamás chama esses surtos cada vez mais sólidos de “pós-fascismo”. O historiador italiano Steven Forti fala de uma “extrema direita 2.0”, devido à sua capacidade desenvolver sua propaganda a partir das novas tecnologias.

 

Chantal Mouffe se manifesta contra a classificação dos partidos populistas de direita como “extrema direita” ou “neofascista”. A autora de La paradoja democrática reivindica o papel central dos “afetos” na construção das identidades políticas coletivas. “Para traçar uma resposta propriamente política – escreve -, devemos perceber que a única maneira de lutar contra o populismo de direita é dar uma formulação progressista às demandas democráticas que estão expressando com uma linguagem xenófoba”.

 

Segundo a intelectual belga, “isso supõe reconhecer a existência de um núcleo democrático nessas demandas e a possibilidade, através de um discurso diferente, de articulá-las em uma dimensão emancipadora”. Mouffe propõe um “movimento populista de esquerda”, que confronte com o que ela chama de “pós-democracia”.

 

O pensador francês Alain Badiou, por sua vez, inscreve a questão em termos psicanalíticos: define o fascismo como uma “subjetividade reativa”, intracapitalista. Uma reação niilista contra aquilo que era seu objeto de desejo: “Ao fasticizar-se, o decepcionado do desejo de Ocidente se torna o inimigo do Ocidente porque, na verdade, seu desejo pelo Ocidente não se satisfaz. Esse fascismo organiza uma pulsão agressiva, niilista e destrutiva, pois se constitui a partir de uma repressão íntima e negativa do desejo de Ocidente”. Badiou aponta, em outra ordem, que se chama de “radicalização” o que é uma pura e simplesmente “regressão”.

 

Um aspecto curioso de vários desses partidos e/ou movimentos políticos é a autopercepção do lugar que ocupam frente ao Sistema: consideram-se lutadores antiestablishment, representantes de uma entidade superior, o Povo, oprimido pelas elites. Discordam na identificação dessas elites, que podem ser financeiras ou – na maioria dos casos – culturais.

 

Eric Dupin, jornalista e escritor francês, analisa com lucidez o deslocamento discursivo de Marine Le Pen, que, para atacar a mundialização, vale-se de Franklin Roosevelt, Karl Marx e Gilles Lipovetsky, entre outros. “A mundialização é uma aliança entre o consumismo e o materialismo para tirar o Homem da História e precipitá-lo ao que Gilles Lipovetsky chama de a era do vazio.” (palavras de Marine que seu pai Jean-Marie jamais teria pronunciado).

 

Segundo Dupin, Le Pen faz um esforço para argumentar a partir de uma perspectiva social e “adota alegremente declarações do lado oposto”. A dirigente francesa enfatiza a “situação de concorrência com todos os trabalhadores de outros países” como causa do infortúnio dos assalariados franceses, menciona certas “deslocalizações a domicílio” e agita a “máscara horrenda da escravidão moderna”.

 

Álvaro García Linera, entrevistado por José Natanson, refere-se à radicalização das forças conservadoras: “A reação conservadora que se inicia em 2014-2015 não é um neoliberalismo triunfante, bonachão, otimista, como podia ser a dos anos 1990. É um neoliberalismo raivoso”. Mas, por sua vez, destaca, essa reação se apresenta apenas como defensora de “um mundo em retrocesso”. E por isso, aponta, “é um neoliberalismo cansado, com sinais de caducidade”.

 

Ao se referir ao fenômeno que significou a irrupção de Donald Trump, a teórica estadunidense Judith Butler, em entrevista a Christian Salmon, mostrou-se menos otimista que o político e intelectual boliviano: “os trabalhadores se identificam com Trump, que conseguiu triunfar sobre o sistema Por exemplo, sua habilidade na hora de lidar com sua dívida para não pagar impostos. Clinton se equivocou ao pensar que as pessoas comuns que pagam seus impostos ficariam escandalizadas com esse fato. Porque, na verdade, é admirado por não pagar”. E trouxe uma ideia tão interessante quanto assustadora: “Trump liberou o ódio do “jugo” dos movimentos sociais e discursos públicos que condenam o racismo. Com Trump, é possível odiar em liberdade”.

 

O linguista e cientista político Noam Chomsky traça, precisamente, um perfil desses “odiadores livres”: “Acreditam que lhes tiraram seu país e que logo os brancos serão minoria”. Por sua vez, o filósofo Jacques Rancière menciona uma emoção subjacente a todas as outras: “não há nada de misterioso na paixão apelada por Trump, é a paixão pela desigualdade, a paixão que permite que tanto ricos como pobres encontrem uma multidão de pessoas inferiores sobre as quais, a qualquer preço, devem manter sua superioridade”.

 

O “caso húngaro” desperta debates na Europa. O filósofo G. M. Tamás destaca que “mais do que racista à moda antiga, a direita húngara se opõe sobretudo a subsidiar os pobres, a dar ajuda aos desempregados, comparados aos ciganos (o que é, por outro lado, totalmente discutível), e a todos os elementos “improdutivos” da sociedade, que são designados como “inativos”, incluindo, nesta categoria, os aposentados”. Isso se traduz na eliminação de subsídios para as artes, a arqueologia, a pesquisa”.

 

Sobre o surgimento do partido Vox na Espanha, o jornalista Antonio Maestre argumenta que “a crise da independência na Catalunha foi o gatilho necessário para que o Vox tivesse a oportunidade de aparecer no panorama eleitoral com força relevante”. No entanto, imagina um teto para suas aspirações eleitorais: “suas políticas destinadas aos mais ricos e um discurso ultracatólico impossibilitaram, por enquanto, que sua mensagem consiga impregnar o eleitor de esquerda, como, sim, acontece com a Frente Nacional na França”.

 

André Singer, professor da Universidade de São Paulo e ex-secretário de imprensa do governo Lula, destaca que foi a audácia que permitiu a Jair Bolsonaro lançar sua cavalgada protofascista. Em outros tempos, jamais teria ocorrido a alguém dizer: “Quero (...) que o povo pegue em armas. É a única forma que jamais um filho da puta (...) possa impor uma ditadura aqui!”, referindo-se às diferentes medidas de confinamento que foram tomadas na Argentina e em seu país.

 

Por fim, o capítulo dedicado à situação na Polônia dá conta da aparente contradição que rege esses movimentos: cresce a xenofobia em um país praticamente sem imigrantes. De paradoxos como esses nasce um dos desafios globais e locais: interpretar a irracionalidade para poder combatê-la.

 

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