13 Mai 2022
O que aconteceu em Hong Kong não é um bom sinal para o Papa Francisco: o combativo cardeal Zen Ze-Kiun, de 80 anos, ex-arcebispo do antigo protetorado britânico e pedra no sapato do regime de Pequim, foi preso pela polícia junto com outros quatro ativistas, a advogada Margaret Ng, a cantora pop Denise Ho, o ex-congressista Cyd Ho e o acadêmico Hui Po-keung. O cardeal foi libertado sob fiança.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 12-05-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Todos são suspeitos de terem gerido um fundo humanitário (nesse meio tempo dissolvido) que era alimentado por doações estrangeiras e que era utilizado para apoiar os manifestantes contra o regime. A acusação é de conluio com forças estrangeiras. Se não é um tapa na cara do Vaticano, certamente deve ser interpretado como uma mensagem para não interferir nos assuntos chineses.
O cardeal Zen é um dos curadores do Fundo de Auxílio Humanitário 612, criado para pagar os custos legais e médicos dos milhares de manifestantes presos durante os protestos que acontecem desde 2019 contra o aperto antidemocrático de Xi. Em junho de 2020, Pequim impôs uma lei draconiana de segurança nacional em todo o território que pune o conluio com forças estrangeiras, bem como atos subversivos e separatistas, equiparados ao terrorismo, com prisão perpétua.
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Cardeal de Hong Kong preso (e liberado): “Ele está em conluio com forças estrangeiras”, um péssimo sinal para o Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU