16 Outubro 2021
Os meninos, de 5 e 7 anos, nadavam às margens da comunidade Makuxi Yano, na região do Parima; associação exige retirada de invasores da Terra Indígena Yanomami.
A reportagem é de Evilene Paixão, publicada pelo Instituto Socioambiental (ISA), 14-10-2021.
A Hutukara Associação Yanomami denunciou em carta nesta quarta-feira (13/10) a morte de duas crianças na comunidade Makuxi Yano, região do Parima, Terra Indígena Yanomami. De acordo com relatos de lideranças locais colhidos pela organização, dois meninos, de 5 e 7 anos, se afogaram no rio que banha a comunidade no final da tarde de terça (12/10), vítimas das ações do garimpo ilegal.
As crianças foram sugadas e cuspidas por uma draga para o meio do rio, que tem fortes correntezas. Uma das crianças, de 5 anos, foi localizada sem vida no final da manhã de quarta pela própria comunidade. A outra segue desaparecida.
O Condisi-Y (Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana) acionou a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Corpo de Bombeiros de Roraima, que se deslocou na tarde da quarta-feira à região para auxiliar nas buscas.
“A morte das duas crianças Yanomami é mais um triste resultado da presença do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, que segue invadida por mais de 20 mil garimpeiros”, lamentou a Hutukara na nota.
Explosão de garimpo
Conforme ressalta a associação, até setembro de 2021, a área acumulada de floresta destruída pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami superou a marca de 3 mil hectares — um aumento de 44% em relação a dezembro de 2020.
Somente na região do Parima, onde está localizada a comunidade de Macuxi Yano — uma das mais afetadas pela atividade ilegal — 118,96 hectares de floresta foram degradados, um salto de 53% sobre dezembro de 2020.
Além do aprofundamento da destruição nas regiões já altamente impactadas, como Waikás, Aracaçá, e Kayanau, o garimpo avança sobre novas regiões, como em Xitei, onde a atividade teve um aumento de 1000% entre dezembro e setembro de 2021, destacou a nota.
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Duas crianças Yanomami são mortas após serem sugadas e cuspidas por draga do garimpo ilegal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU