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Haiti ‘Cherie’: não é azar, é despreparo

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15 Setembro 2021

 

O Haiti é menos vulnerável a desastres naturais do que Japão, Uruguai, Chile e Holanda – a diferença é falta de governança

O artigo é de Rashmee Roshan Lall, jornalista indiana, correspondente do Open Democracy e da BBC no Haiti, publicado por Open Democracy e Jesuítas da América Latina, 01-09-2021.

Em 14 de agosto, exatamente 11 anos, sete meses e dois dias depois do Haiti sofrer o terremoto mais mortal já registrado no Hemisfério Ocidental, o país foi atingido por um mais forte. Não aconteceu exatamente no mesmo lugar que o primeiro, mas 59 milhas a oeste de goudougoudou, a palavra em crioulo haitiano para o terremoto de 12 de janeiro de 2010.

Dois dias depois, em 16 de agosto, a tempestade tropical Grace atingiu o Haiti, agravando os problemas que a nação caribenha enfrenta. Muitas pessoas – tanto no Haiti quanto além de suas fronteiras – reagiram às notícias dos dois desastres naturais com a frase sombria, “O Haiti não tem descanso”. Outros limitaram-se a condolências. “Pobre Haiti. Haiti cherie. Pobre Haiti cherie. O que o Haiti pode fazer? Problemas constantes”.

O sentimento era fatalista, um que supõe que o Haiti está condenado ao sofrimento constante, que seus problemas são inevitáveis e que nada mudará.

Não ajudou o fato de que no dia seguinte ao terremoto de 14 de agosto, a meio planeta de distância, o Afeganistão foi tomado pelo Talibã. O mundo foi absorvido pelos acontecimentos em Cabul e sobrou pouco espaço para o Haiti, com sua suposta má sorte e problemas aparentemente predestinados.

Há alguma verdade na impressão de azar. Quando ocorreu o último terremoto e tempestade tropical, o Haiti já cambaleava diante de uma crise política provocada pelo assassinato de seu presidente em 7 de julho. Nos anos desde o goudougoudou de 2010, o Haiti foi afetado por uma série de desastres naturais, incluindo o furacão Matthew.

Matthew, que assolou o país em 2016, foi um furacão de categoria 4, um evento que deve ocorrer apenas uma vez a cada 56 anos. Uns meses após o furacão, o Banco Mundial estimou que o Haiti sofreu perdas equivalentes a 22% do PIB, afetou mais de 2 milhões de pessoas ou 20% da população do Haiti, destruiu estradas e pontes importantes e destruiu a cadeia de refrigeradores para preservação de vacinas. Foi um golpe severo após o terremoto de 2010, que matou 220 mil pessoas, deslocou 1,5 milhão e destruiu o equivalente a 120% do PIB. O Banco Mundial usou dados históricos para calcular que desastres relacionados ao clima “causaram danos e perdas no Haiti no valor de cerca de 2% do PIB em média por ano entre 1975 e 2012”.

Em termos reais, o terremoto de 2021 foi bem diferente do de 2010. Foi de magnitude um pouco maior – 7,2 em comparação com 7,0 em 2010 –, mas seu epicentro aconteceu suficientemente a oeste do país para evitar a região da capital Porto Príncipe, onde vive aproximadamente um terço dos 11 milhões de habitantes do Haiti. O número de mortos foi muito menor do que em 2010, apenas 1%. Em 22 de agosto, a Pwoteksyon sivil, a Agência de Proteção Civil do Haiti, registrou 2.207 mortos, 344 desaparecidos, 12.268 feridos e quase 53 mil casas destruídas.

Mas o verdadeiro número de vítimas do terremoto de 2021 (e da tempestade tropical Grace, que seguiu) vai além do número de mortos.

Escolas, hospitais, usinas de energia, pontes e estradas no sul do Haiti, em grande parte rural, foram destruídos. Essas são infraestruturas essenciais em qualquer lugar, mas especialmente no Haiti, onde pode levar décadas para obter financiamento para esses projetos.

A história de L'Asile, município de 52 mil habitantes no departamento de Nippes, é trágica. L'Asile abriu seu primeiro hospital – 50 leitos e salas de cirurgia – em 2008. Agora, o hospital está em ruínas e não resta mais do que um pequeno centro de triagem a céu aberto. “Reconstruir? Quanto tempo vai demorar? Sério? No Haiti? Talvez 100 anos”, disse um médico ao The Washington Post. Depois de visitar as escolas afetadas pelo terremoto, Bruno Maes, representante do UNICEF no Haiti, disse: “É realmente um desastre. É um impacto enorme e massivo no sistema educacional”.

Os haitianos estão cientes de que a reconstrução custará milhões e milhões, dinheiro que nem eles nem seu governo possuem. Ainda mais revelador é o sentimento de desespero da população, que se encontra sozinha. O prefeito de L'Asile, Martinor Gerardin, disse com muita naturalidade: “Não vimos o governo vir em nosso auxílio e não espero que o faça. Como vamos reconstruir nossas escolas, nossas igrejas, consertar nossa água? Posso afirmar que esse governo não vai ajudar. Estamos sozinhos”.

A falta de esforços de ajuda organizada ficou escancarada quando o notório gângster Jimmy Cherizier, também conhecido como “Barbacoa”, audaciosamente prometeu trégua com outras gangues para permitir que a ajuda chegue ao sudoeste do Haiti.

O azar do Haiti é a falta de preparo e procedimentos para estratégias colaborativas. Após o terremoto de 2010, o Banco Mundial ajudou a desenvolver um código nacional de construção e treinou uma nova equipe técnica no Ministério de Obras Públicas para garantir os padrões. Quase uma década depois, o Banco Mundial relatou as realizações da Unité de Construction de Logements et de Bâtiments Publics. “Em 2012, ela havia concluído com êxito as avaliações de mais de 430 mil edifícios. Além disso, durante o primeiro semestre de 2018, mais de 16 mil pedreiros e engenheiros receberam treinamento em construção parasísmica”.

Mas o slogan da entidade de construção nodal UCLBP, “reconstruir mieux” (reconstruir melhor), parecia se aplicar principalmente a Porto Príncipe e áreas vizinhas afetadas pelo terremoto. Nos anos desde o terremoto de 2010, poucas tentativas foram feitas para desenvolver um conjunto nacional de protocolos robustos de segurança e resiliência sistêmica. Em nível nacional, o Haiti não tentou reforçar edifícios que não puderam ser reconstruídos ou instituir simulações de resposta a terremotos.

Por ser o país mais pobre das Américas, o que é considerado mais catastrófico é a falta de preparo do Haiti para desastres, ao invés de sua frequência.

Em seu relatório sobre riscos globais de 2020, Bundnis Entwicklung Hilft, uma rede de organizações humanitárias alemã, classificou 181 países com base em parâmetros que incluem exposição ao risco, suscetibilidade, adaptação e falta de capacidade de resposta. Segundo o relatório, na região do Caribe, o Haiti está menos exposto ao risco de desastres naturais do que Dominica e Trinidad e Tobago. E não está tão exposto a desastres naturais como Japão, Uruguai e Chile – localizados próximos às bordas das placas tectônicas e sujeitos a terremotos – ou a Holanda, ameaçada pela elevação do nível do mar. Mesmo assim, o Japão e a Holanda estão entre os 15 países menos vulneráveis do mundo. O Haiti, por outro lado, é altamente vulnerável, ocupando o nono lugar no ranking global por falta de capacidade de resposta, atrás do Afeganistão e da Síria, países em guerra.

Por quê? Qualquer busca por respostas muitas vezes se depara com a aguda falta de recursos do Haiti para reconstruir e se preparar para desastres. Muitas vezes, os recursos estrangeiros, como aconteceu após o terremoto de 2010, enfraquecem o Estado haitiano, como argumenta o historiador Laurent Dubois em seu livro “Haiti: The Aftershocks of History” ("Haiti: as réplicas da história", em tradução livre), de 2012.

Mas os economistas Daron Acemoglu e James Robinson, autores de “Por que as nações fracassam: as origens do poder, da prosperidade e da pobreza”, escreveram um blog sobre o enigma da situação no Haiti. Eles se perguntaram por que o Haiti sofre dessa maneira e não a República Dominicana, que divide a ilha de Hispaniola com o Haiti, assim como sua história de escravidão.

“No final da Segunda Guerra Mundial, o Haiti e a República Dominicana tinham níveis de renda per capita essencialmente idênticos. Depois, começaram a divergir”, escreveram Acemoglu e Robinson. Talvez seja porque a República Dominicana teve um ditador que embarcou no caminho do crescimento extrativista, argumentaram. Posteriormente, a República Dominicana teria instituições políticas mais inclusivas e crescimento econômico. Mas, no caso do Haiti, Acemoglu e Robinson disseram, “não houve crescimento extrativista... apenas anarquia”.

É discutível, mas talvez seja parte do padrão de aparente despreparo do Haiti.

 

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