04 Junho 2021
O cardeal Luis Antonio Tagle, prefeito para a Evangelização dos Povos, destacou na abertura da Assembleia Geral das Pontifícias Obras Missionárias (POM), que está ocorrendo de forma digital, de 1 a 3 de junho: “durante o doloroso tempo da pandemia, nossa missão não falhou de estar próxima daqueles que sofrem. Ainda que tenhamos sofrido muito como família humana, porém, a pandemia não nos impediu de desenvolver nossa atividade missionária”.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 02-06-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O encontro, que este ano também ocorre de forma digital em função da pandemia, conta com a presença de dirigentes nacionais das POM de todos os continentes, além do presidente, dos secretários-gerais das quatro POM e do responsável pela administração.
Os trabalhos foram abertos com a saudação de boas-vindas do arcebispo Giampietro Dal Toso, secretário-adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e presidente das POM, que apresentou a intervenção do prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos.
“A ação missionária nasce de uma profunda espiritualidade, disse o purpurado filipino, lembrando que a pandemia deu 'uma grande lição de humildade', pois muitos planos e programas pastorais não puderam ser realizados e houve uma reeducação para confiar na Providência e na graça do Senhor”.
“Eles nos ensinaram que a oração é essencial para a animação e a atividade missionária, como vemos em Pauline Jaricot: a animação missionária não está separada de ser discípulos, amigos de Jesus, que nos envia a dar frutos”, reiterou o purpurado.
O cardeal Tagle destacou que as POM não são apenas “um organismo de arrecadação de fundos”, mas que têm a tarefa de “despertar o espírito missionário que está no coração do batismo, portanto, típico de todo batizado”. Observando que, muitas vezes, o compromisso missionário é relegado a um grupo de pessoas ou apenas durante o Dia Mundial das Missões, com a coleta relativa, o purpurado disse que, com a pandemia, “voltamos ao coração da missão, despertando participação missionária nas famílias, lares, escolas, paróquias e locais de trabalho”.
Recuperar esta vocação missionária de todos os batizados “se traduz em atos de caridade missionária e de solidariedade para com os pobres e os que sofrem: a coleta é alimentada por esta caridade missionária”, explicou o cardeal Tagle.
Referindo-se ao filósofo e escritor francês Fabrice Hadjadj, ele convidou a assembleia a refletir sobre a questão: “Como falamos de Deus, como trazemos a Boa Nova?”. Não se trata apenas de técnica, atuação ou estratégia para cativar o público, destacou, porque se a evangelização se reduzir a isso se torna propaganda, distorcida, comunicação falha ou apenas retórica.
A comunicação missionária parte da dimensão da “missio Dei”, “de Deus comunicando-se com o seu povo, numa relação de amor”. “Deus comunicou-se enviando-nos o Filho, o Verbo, o Verbo que se fez carne”, assim “falou a língua da humanidade”, comentou, convidando-nos a recuperar esta dimensão.
E, antes de comunicar, queria que voltássemos “às experiências que tiram as nossas palavras”, como as “do horror que sentimos face ao mal ou a um bem incrível, que ultrapassa a nossa capacidade humana”.
“A sensação de total incapacidade de reagir, o espanto”, comentou, “permitir-nos-ão comunicar através da oração. O assombro diante do bem prepara a nossa comunicação e quando abrimos a boca é um verdadeiro canto de alegria, de esperança, de que o mundo precisa”, especialmente os jovens que hoje procuram a autenticidade e a credibilidade dos comunicadores.
O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos concluiu convidando todos a continuar “comunicando e contagiando as pessoas com a beleza da Boa Nova”.
Em, 2 de junho, participam o padre Tadeusz Nowak, OMI, secretário-geral da Pontifícia Obra para a Propagação da Fé, e da irmã Roberta Tremarelli, a.m.s.s., secretária-geral da Pontifícia Obra da Infância Missionária.
No terceiro e último dia de trabalho, quinta-feira, 3 de junho, participam o padre Guy Bognon, p.s.s., secretário-geral da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo, e do padre Dinh Anh Nhue Nguyen, o.f.m.c., secretário-geral da Pontifícia União Missionária.
Por fim, será lido o relatório do Conselho de Finanças e do responsável pela administração, dom Carlo Soldateschi.
Dom Giampietro Dal Toso conclui os trabalhos da Assembleia Geral.
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O cardeal Tagle assegura que com a pandemia “voltamos ao coração da missão” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU