31 Março 2021
Quando falamos de Jesus hoje - embora nos traços de um personagem que viveu há mais de dois mil anos - tem-se a impressão de que o interesse está sempre vivo como se ele fosse um homem que caminha em nosso tempo.
O artigo é de Giovanni Francesco Piccinno, publicado por Settimana News, 30-03-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Ainda assim, em muitas ocasiões olhamos para este profeta escatológico judeu que fascinou os séculos com um olhar míope, viciado, condicionado por interpretações inclusive muito distorcidas nas mais variadas áreas de reflexão a seu respeito. Isso nunca tirou a esperança de que o estudo da figura histórica de Jesus pudesse conhecer páginas inéditas, com uma leitura coerente, madura e viva.
É o que as mulheres e os homens de Nipoti di Maritain, uma revista de debate eclesial voltada para os temais mais quentes da atualidade na comunidade cristã, se propuseram para o último número Reativar o Jesus histórico – Nipoti di Maritain 10, publicado em papel pela Effatà Editrice e no mercado a partir de 18 de março de 2021. O volume é totalmente focado na pesquisa histórica de Jesus que, como o título afirma provocadoramente, visa-se "reativar", revigorar, reconectar às mais diversas dimensões do mundo contemporâneo, e não apenas eclesial.
Nascido de uma ideia que apareceu e foi compartilhada na redação, o projeto engajou os jovens autores e entusiastas da revista em uma leitura do judeu mais famoso de todos os tempos com uma abordagem livre e serena, mas ao mesmo tempo pesquisadora e competente. Isso foi assegurado pela orientação de dois estudiosos: Federico Adinolfi, professor do ISSR "San Francesco" de Mântua e do Studio Teologico Interdiocesano de Reggio Emilia, além de um doutor e pesquisador no campo histórico-religioso (Alma Mater Studiorum - Bologna) e do editor da revista Piotr Zygulski, doutorando do Instituto Universitário Sophia de Loppiano, já nas livrarias com Il battesimo di Gesù. Un’immersione nella storicità dei vangeli (EDB 2019).
A tarefa de todos os autores envolvidos era identificar um tema "quente" a ser apresentado com profundidade e dedicação para o grande público, inserindo-se em uma das três áreas propostas na primeira parte do volume: Jesus e seu contexto: uma história passada; Refrações de Jesus: uma história interpretada; Nós e Jesus: uma história possível. A segunda é, ao contrário, dedicada às entrevistas; foi dado espaço a algumas vozes italianas e internacionais mais abalizadas sobre o tema, sempre no encontro entre história e fé: Dale C. Allison Jr, Joan E. Taylor, Mauro Pesce, Rafael Aguirre.
Monasterio, Gabriele Boccaccini, Maria Armida Nicolaci, Antonio Pitta, Jean Paul Lieggi, Paolo Gamberini, Romano Penna e Gérard Rossé, que deram voz a um debate que, mais uma vez, demonstra a sua grande vitalidade.
Esta vitalidade deve questionar a todos sobre o significado que ainda hoje aquele nazareno - crido pelos cristãos como o Filho de Deus encarnado para salvar o ser humano - tem para mulheres e homens de todas as origens sociais e culturais. Os traços de Jesus de Nazaré que assim aparecem de forma mais viva não deixam de questionar as consciências sobre a sua identidade, hoje como ontem, de forma transversal: na escola como na paróquia, nas universidades estatais como nas faculdades teológicas, nos movimentos eclesiais como naqueles mais distantes dos círculos cristãos. Procurou-se também demonstrar que esse tema não é de nicho, muito pelo contrário.
Em suma, desejou-se criar um espaço de interesse pela temática entre os entusiastas que pudesse dar voz a uma pergunta inesgotável, aquela sobre Jesus de Nazaré, filho de Maria e José. Resta agora dar voz a esta pesquisa apaixonada por meio dos leitores mais curiosos e sensíveis.
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"Reativar" o Jesus histórico - Instituto Humanitas Unisinos - IHU