14 Janeiro 2021
"Um número alarmante de clérigos católicos contribuiu para um ambiente que levou aos motins fatais no Capitólio dos EUA. Ironicamente, padres e bispos que se consideram pró-vida ajudaram a criar um ambiente cheio de ódio que levou ao caos, à violência e, em última instância, à morte".
O comentário é do jesuíta estadunidense James Martin, colunista da revista America, consultor do Dicastério para a Comunicação do Vaticano e autor, em português, de “Jesus: a peregrinação” (Ed. Harper Collins) e “A sabedoria dos jesuítas para (quase) tudo” (Ed. Sextante).
O artigo é publicado por America, 12-01-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No fim de agosto passado, o Pe. James Altman, pároco da Igreja de São Tiago Menor, em La Crosse, Wisconsin, publicou um vídeo no YouTube que foi visto mais de 1,2 milhão de vezes. O título do vídeo expressava aquilo que um número crescente de bispos e padres católicos estavam dizendo na corrida para a eleição presidencial: “Você não pode ser católico e democrata”.
“A plataforma do partido deles é absolutamente contra tudo o que a Igreja Católica ensina”, disse o Pe. Altman, enquanto a música da Sinfonia nº 7 de Beethoven aumentava ao fundo. “Portanto, pare de fingir que você é católico e vota nos democratas. Arrependa-se do seu apoio a esse partido e à sua plataforma ou enfrente o fogo do inferno”.
(Uma revelação: o Pe. Altman se referiu a mim como um “herege propagador de hiperconfusão” no mesmo vídeo.)
Existem restrições tradicionais ao clero católico que endossa candidatos políticos. O documento da Conferência dos Bispos dos Estados Unidos (USCCB, na sigla em inglês) sobre as eleições, “Cidadania fiel” [disponível aqui, em espanhol], afirma que a Igreja deve se abster de endossar partidos ou candidatos. Como disse o Papa Francisco, a Igreja é chamada “a formar consciências, não a pretender substituí-las” [Amoris laetitia, n. 37]. De forma mais direta, uma diretriz vaticana de 1994 [disponível aqui] diz que um padre “deve se abster de se envolver ativamente na política”.
A resposta do bispo local ao vídeo do Pe. Altman, entretanto, foi mista. O bispo William Patrick Callahan divulgou uma declaração por escrito, dizendo que, embora o tom fosse tão “raivoso e crítico” a ponto de provocar escândalo, ele entendia “a verdade inegável que motiva a mensagem [do Pe. Altman]”. Ele acrescentou que penalidades poderiam ser aplicadas se o Pe. Altman não respondesse à “correção fraterna” do bispo.
Em resposta, o Pe. Altman simplesmente reforçou a dose, em um novo vídeo intitulado “Católicos liberais são lobos em pele de cordeiro”. Mais tarde, ele comparou as táticas das pessoas da “esquerda” às dos nazistas, em uma entrevista em vídeo e intensificou seus comentários a esse respeito no programa “Mother Miriam Live”, do LifeSiteNews, em um episódio intitulado “Se você votar em Biden, você estará votando pelo assassinato de bebês”.
Poucas semanas depois, o Pe. Ed Meeks, pároco da Igreja Cristo Rei, em Towson, Maryland, pregou uma homilia, também publicada no YouTube, com o título “Olhando para o abismo”, na qual ele definiu o Partido Democrata como o “partido da morte”.
O vídeo do Pe. Meeks, que recebeu mais de 2 milhões de visualizações, foi calorosamente elogiado pelo bispo Joseph Strickland, de Tyler, Texas, que o tuitou para os seus 40.000 seguidores com a mensagem: “Todo católico deveria escutar este sacerdote sábio e fiel”.
Anteriormente, o bispo Strickland também havia endossado o vídeo do Pe. Altman, tuitando: “Assim como o bispo de Tyler, eu endosso a declaração do Pe. Altman neste vídeo. Minha vergonha é ter demorado tanto. Obrigado, Pe. Altman, pela sua CORAGEM. Se você ama Jesus e a Sua Igreja e esta nação (…) por favor OUÇA ESTA MENSAGEM”. Mais tarde, o Pe. Altman apareceu como convidado no episódio de estreia de “The Bishop Strickland Show”, no LifeSiteNews.
Ambos os vídeos focavam o aborto. Se um candidato ou candidata fosse pró-escolha, diziam os padres, então um católico nunca poderia votar nele ou nela, porque o aborto é um mal intrínseco. O bispo Thomas Daly, de Spokane, resumiu essa abordagem em uma entrevista, perguntando: “Se o aborto é intrinsecamente mau (…) como os católicos podem votar em um candidato como Biden?”.
Isso, no entanto, não reflete adequadamente o ensino da Igreja, que deixa a escolha final do voto para a consciência formada do indivíduo, reconhecendo que há muitas questões importantes que um eleitor pode ter que considerar. Como afirma a USCCB no documento “Cidadania fiel”:
“Pode haver ocasiões em que um católico que rejeita uma posição inaceitável de um candidato, mesmo sobre políticas que promovem um ato intrinsecamente mau, decida razoavelmente votar nesse candidato por outras razões moralmente graves.”
Uma “razão moralmente grave” seria se o candidato pró-vida fosse desequilibrado, incapaz de governar ou representasse, de alguma forma, uma ameaça à república – como o presidente Trump confirmou ser ao incitar uma turba que atacou o Capitólio dos EUA, causando um motim extremamente violento que deixou cinco pessoas mortas.
Apesar das claras restrições sobre endossos políticos e do ensino da Igreja de longa data sobre a consciência, as declarações dos padres Altman e Meeks e do bispo Strickland fazem parte de um padrão de comentários semelhantes de membros do clero. A maioria não virou notícia, pois foi ouvida em homilias e lida em boletins paroquiais. Mas não foram menos eficazes em comunicar a mensagem de que a eleição era uma batalha quase apocalíptica entre o bem e o mal.
Nas semanas anteriores à eleição, eu recebi mensagens no Facebook de muitos católicos que se esforçavam para entender os párocos que definiam a eleição nesses termos ou condenavam os democratas diretamente, seja do púlpito ou em conversas privadas. Muitos se sentiam não apenas atacados em suas opiniões políticas, mas também alienados de suas próprias paróquias.
“Como faço para lidar com a minha vida eclesial quando meu pároco diz que eu não sou católico porque sou um apoiador de Biden?”, escreveu uma pessoa. “Padre, estou me esforçando. Não posso votar em Donald Trump por muitas razões. Me disseram que se votar em Joe Biden é um pecado mortal. Você pode me ajudar a entender, por favor?” “O monsenhor veio até a nossa casa para conversar sobre por que a nossa família saiu da igreja logo depois da homilia divisiva e por que estávamos planejando abandonar a paróquia. Essa foi a homilia em que ele endossou um candidato político e chamou qualquer um que votasse em Biden de pecador ou de ‘peão do diabo’.”
Alguns enviavam links para homilias ou cartas publicadas na internet. O Pe. Kevin Cusick, pároco da Igreja São Francisco de Sales, em Benedict, Maryland, escreveu: “Joe Biden não é um católico praticante. E os católicos praticantes não podem votar em Biden para presidente em sã consciência”.
O Pe. David Miller, pároco da Igreja Santa Doroteia, na Carolina do Norte, disse em uma homilia postada no YouTube que, se “[o Sr. Biden] morre do jeito em que está agora, sem se arrepender dos seus anos de negação a Cristo (…) antes do arrependimento (…) você e eu sabemos para onde ele irá: ele será condenado ao inferno por toda a eternidade”.
Essa abordagem não ficou confinada ao nível local. O cardeal Raymond Burke, ex-arcebispo de St. Louis e ex-autoridade do Vaticano, chamou os democratas de “partido da morte” em 2008. No ano passado, ele foi um convidado do programa “The World Over”, da EWTN, no qual foi entrevistado por Raymond Arroyo, falando sobre o Sr. Biden como alguém envolvido em um “mal grave e imoral que é fonte de escândalo”.
Talvez o promotor mais frequente desses argumentos tenha sido o arcebispo Carlo Maria Viganò, ex-núncio do Vaticano nos EUA e um dos críticos mais implacáveis do Papa Francisco. O Sr. Biden, disse ele, é “uma marionete manipulada pela elite, uma marionete nas mãos de pessoas sedentas de poder e dispostas a fazer qualquer coisa para expandi-lo”. O arcebispo Viganò previu que a eleição do Sr. Biden daria início a uma era quase satânica caracterizada pelo “ecumenismo, ambientalismo malthusiano, pansexualismo e imigracionismo”.
Eu ofereço essa longa lista para mostrar que não foram incidentes isolados. Em vez disso, faziam parte de um padrão de mensagens de bispos e padres que definiam a eleição não apenas em termos de puro bem versus puro mal, mas também com uma linguagem apocalíptica.
Mesmo depois da eleição, esses comentários continuaram. No fim de dezembro, o Pe. Jeffrey Kirby, pároco da Igreja Nossa Senhora das Graças, em Lancaster, Pensilvânia, pregou uma homilia sobre como sobreviver ao “maléfico” governo Biden. Dando um passo ainda mais extremo, o Pe. John Zuhlsdorf, que mora em Madison, Wisconsin, e que bloga como “Padre Z”, realizou um exorcismo, transmitido no YouTube, sobre as pessoas que estavam envolvidas na contagem dos votos, que, segundo ele, se envolveram em “fraude”, “pecado”, “mentira”, “trapaça” e “roubo”, e “colocaram suas almas em terrível perigo mortal”, assim como sobre a “influência demoníaca”.
“Nesta manhã, durante a missa das 8h30”, alguém me escreveu na semana passada, um padre “declarou do púlpito que (…) se você votou em Joe Biden, você não é um verdadeiro cristão.”
Por sua vez, no dia seguinte aos tumultos, o Pe. Altman conversou com outro padre, o Pe. Richard Heilman, em um vídeo intitulado “Rebelião aos tiranos é obediência a Deus”, no qual expressou sua raiva contra os “nazistas de esquerda”
Aonde leva esse tipo de linguagem dualista e frequentemente apocalíptica? Ela pode levar, é claro, alguns católicos a votar em Donald Trump em vez de Joe Biden. Mas também pode levar à raiva contra os párocos, à divisão nas paróquias, ao afastamento da Igreja, ao ódio a candidatos e autoridades eleitas, ao desprezo por pessoas que pertencem a um partido, à raiva diante dos resultados das eleições, ao desespero em relação ao futuro do país e, em última instância, à violência. Pois se o “partido da morte” ganha poder então é preciso resistir, com todos os meios necessários.
Tal pensamento dualista foi fortemente criticado pelo Papa Francisco em seu discurso na Sessão Conjunta do Congresso [dos EUA] em 2015, no mesmo edifício que seria vandalizado: “Há outra tentação da qual devemos nos guardar de modo especial: o reducionismo simplista que vê apenas o bem ou o mal; ou, se preferir, os justos e os pecadores. O mundo contemporâneo, com as suas feridas abertas que afetam tantos de nossos irmãos e irmãs, exige que enfrentemos todas as formas de polarização que o dividiriam nesses dois campos”.
Alguém poderia argumentar que os comentaristas católicos leigos deveriam ter a permissão de condenar quem eles quiserem e de apoiar quem eles quiserem, não importa o quão odiosa seja a sua linguagem. É um país livre.
Mas, quando se trata de padres e bispos, não é uma Igreja livre. Nem deveria ser. Existem muitas boas razões pelas quais o clero católico não endossa candidatos. Algumas que são frequentemente citadas: a Igreja nunca deveria se alinhar com um partido ou outro, pois isso limita a sua liberdade e até a corrompe; bispos e párocos nunca deveriam apoiar um candidato, porque isso dividirá dioceses e paróquias; e a Igreja nunca deveria apoiar um candidato, porque isso poderia prejudicar a sua condição de isenção de impostos.
Quanto a mim, eu fiz uma oração na Convenção Nacional Democrata, mas teria ficado feliz em ter feito a mesma oração, palavra por palavra, na Convenção Republicana, se me pedissem. E eu não apoiei nenhum dos candidatos. As restrições tradicionais ao clero são diretrizes sensatas.
Essas razões aparentemente teóricas se deslocaram com a erupção da violência da turba em Washington, instigada pelo candidato supostamente pró-vida, que levou à vandalização de um símbolo nacional sagrado, à interrupção do processo eleitoral, ao perigo físico diante dos legisladores e oficiais da lei, e, infelizmente, à morte de cinco pessoas. Alguém pode duvidar que o cálculo moral proposto por alguns líderes cristãos, incluindo padres e bispos católicos, enquadrado na linguagem do puro bem versus o puro mal, contribuiu para a presença de tantos desordeiros brandindo símbolos abertamente cristãos enquanto praticavam sua violência?
Assim, a razão mais importante para evitar esse tipo de linguagem moral é esta: ao definir uma eleição em termos de puro mal e puro bem, ao dizer que votar em um candidato fará com que alguém vá para o inferno ou ao demonizar os candidatos como monstros, corre-se o risco de as pessoas chegarem à conclusão de que lutar contra isso, com quaisquer meios necessários, é um imperativo moral absoluto. Se um dos partidos é o “partido da morte”, então erradicá-lo é um triunfo para a vida.
Esse raciocínio moral defeituoso – você irá para o inferno se votar no Sr. Biden, você comete um pecado mortal ao não votar no presidente Trump, os democratas são o partido da morte – foi exacerbado pela difamação pessoal generalizada de candidatos por parte de lideranças católicas.
O bispo Richard Stika, de Knoxville, Tennessee, tuitou sobre o Sr. Biden e sobre a sua “ajudante”, a senadora Kamala Harris: “[Eu] não entendo como o Sr. Biden pode alegar ser um bom e fiel católico, já que ele nega grande parte do ensino da Igreja, especialmente sobre o abuso infantil absoluto e sobre as violações aos direitos humanos dos mais inocentes, os nascituros”, seguido por: “E ele também elogia a sua ajudante que tem mostrado várias vezes em audiências [sic] no Senado que ela é uma fanática anticatólica”.
“Por que os apoiadores desse maldito perdedor Biden e seu Partido Democrata moralmente corrupto e que odeia os EUA e a Deus não podem dizer uma maldita palavra de apoio ao seu candidato perdedor sem usar a palavra Trump? O que diabos vocês têm a dizer sobre vocês mesmos, seus perdedores?”, escreveu o Pe. Frank Pavone, diretor nacional do Priests for Life, em um tuíte que já foi deletado.
A difamação pessoal por parte dos membros do clero inevitavelmente dá origem à falta de respeito por parte dos fiéis, tornando mais fácil para as pessoas que estão nos bancos das igrejas insultarem o governo e os líderes cívicos. Por que respeitar alguém que é uma “marionete”, “destinado ao inferno”, e não um “bom e fiel católico” ou “um escândalo falante e ambulante”, como disse outro padre? Se os bispos, os preeminentes mestres em suas dioceses, tratam as pessoas com tanto desprezo, então não deveríamos nos surpreender quando os fiéis assumem a liderança e, por sua vez, tratam suas instituições como algo a ser tomado, arrasado, destruído – porque estão destruindo instituições geridas por homens maus e pelos seus “ajudantes”.
Bispos e padres precisam entender os efeitos da vida real dessa linguagem contenciosa e até desumanizante. Os bispos e padres católicos deveriam ensinar a moralidade, mas não deveriam julgar os outros (como Jesus disse claramente) ou tratar as pessoas com tal desprezo amargo. O efeito do mundo real desse tipo de linguagem foi revelado no Capitólio no dia 6 de janeiro.
Para muitas pessoas que foram encorajadas a tal pensamento dualista pelos seus pastores, a escolha era óbvia, então. Atacar o Capitólio dos EUA e, como sabemos agora, planejar sequestrar ou prejudicar legisladores foi uma luta pela vida, pela moralidade – por Deus.
É por isso que não foi surpreendente ver um excesso de sinais e símbolos cristãos enquanto os vândalos derrubavam as barricadas e irrompiam pelas portas do Capitólio: “Jesus salva”, “Deus, armas e Trump”, “Você precisa de Jesus” e “Jesus é meu Salvador. Trump é meu Presidente”. Senão, por que os assessores do senador Mitch McConnell ouviram uma mulher rezando do lado de fora da sua porta fechada com barricadas, no auge do pânico, para que “o mal do Congresso chegue ao fim”?
A invasão do Capitólio dos EUA foi vista por muitos vândalos não simplesmente como um ato político, mas também religioso, em grande parte graças ao quadro moral promovido por muitos líderes cristãos. Os cristãos na turba provavelmente não se consideravam criminosos, mas sim profetas. Um jornalista relatou a cena: “‘Desistam se vocês creem em Jesus!’, gritou um homem perto de mim. As pessoas ovacionaram. ‘Desistam se vocês creem em Donald Trump!’ Ovações mais fortes ainda”.
Aqueles que quebraram janelas, pisotearam jornalistas, aterrorizaram legisladores e destruíram propriedades provavelmente sentiram que estavam fazendo algo sagrado. Por que não o fariam? Tratou-se de uma luta contra o mal. Afinal, foi isso que um cardeal, um pequeno número de bispos e muitos mais padres, alinhados com os autoproclamados defensores do “verdadeiro catolicismo” nas mídias sociais, vinham dizendo a eles há meses. Eles ouviram isso a partir do púlpito, leram isso nos boletins paroquiais e viram isso nas mídias sociais.
Para ser claro, havia questões morais óbvias nesta eleição: aborto, justiça econômica, racismo, migrantes e refugiados, cuidado pelos pobres, cuidado pelo ambiente. Mas um lado focou-se principalmente na única questão do aborto, que se tornou o teste de tornassol para todas as tomadas de decisão moral e a forma de declarar se um candidato ou um partido era mau.
A avaliação moral dos candidatos a cargos públicos nunca é tão simples, mesmo que a natureza moral de algumas posições específicas de políticas públicas seja evidente. A avaliação dos candidatos, muitas vezes envolve, sim, questões de bem e mal, mas são questões relativas a políticas e julgamentos prudenciais sobre o efeito de eleger um candidato, e não regras absolutas nem condenações sumárias da bondade moral de um candidato.
Graças a muitos bispos e padres, no entanto, essas visões nuançadas, assim como a rica tradição sobre o primado da consciência formada e os graus de “cooperação moral”, se perderam; a falta de qualquer ação real contra padres e bispos que promovem falsas dicotomias significou que as pessoas presumiam que banalidades simplistas eram “magistério da Igreja”; e a capacidade de muitas vozes apocalípticas de comandar um palco público por meio de um esforço coordenado pelas mídias da extrema direita deu a essas opiniões um megafone ainda maior.
O erro pelo qual as lideranças católicas devem ser corrigidas, o erro pelo qual a Igreja agora precisa se arrepender não é simplesmente definir esta eleição em termos de bem e mal; é fingir que as verdadeiras questões do bem e do mal podem ser simplificadas a ponto de respostas violentas, até mesmo atos de terrorismo doméstico, se tornarem imagináveis e, em seguida, executadas.
Como tal, um número alarmante de clérigos católicos contribuiu para um ambiente que levou aos motins fatais no Capitólio dos EUA. Ironicamente, padres e bispos que se consideram pró-vida ajudaram a criar um ambiente cheio de ódio que levou ao caos, à violência e, em última instância, à morte.
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Como as lideranças católicas ajudaram a dar origem à violência no Capitólio dos EUA. Artigo de James Martin - Instituto Humanitas Unisinos - IHU