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“Rezo para que minhas previsões sobre a pandemia sejam errôneas”. Entrevista com Antony Beevor

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11 Dezembro 2020

Nenhum historiador militar do mundo tem tanto prestígio e leitores como Antony Beevor (Londres, 73 anos). Com mais de oito milhões de livros vendidos em 33 idiomas, Beevor transmite em cada página o terror e a violência das grandes batalhas do século XX, entrelaçando diversos depoimentos que reuniu em arquivos com frequência vedados aos pesquisadores. Por isso, ninguém melhor que o historiador britânico para analisar a peleja entre o coronavírus e a humanidade.

A entrevista é de Carlos Manuel Sánchez, publicada por XL Semanal, 09-12-2020. A tradução é do Cepat.

Nesta entrevista, Beevor descreve os possíveis cenários de futuro, sendo fiel ao seu estilo: com rigor e sem contemplações. Entre suas obras imprescindíveis, estão Stalingrado e Dia D: a batalha pela Normandia. Pasado & Presente [editora espanhola] acaba de publicar A Segunda Guerra Mundial, uma adaptação ilustrada de seu monumental ensaio sobre o conflito.

Eis a entrevista.

Algum dia, você escreverá a história da pandemia?

Não. Por duas razões. Uma é que para mim é muito difícil ‘disparar’ em peças que não estão paradas. E a pandemia é ainda um alvo em movimento. E a segunda é que os historiadores terão muitas dificuldades, para não dizer impossível, de documentar o presente porque, com os arquivos eletrônicos, os governos poderão manter informação relevante oculta ou a modificar conforme a sua conveniência. Será muito difícil ter acesso a ela.

Mas não é tentador desvendar o que pode ser o ponto de inflexão deste século?

Não acredito que a pandemia marque um ponto de inflexão porque isso implicaria uma mudança de direção. A globalização econômica não está chegando a seu fim. Acredito que veremos as consequências da Covid como um terrível acelerador da lógica determinista para a qual a sociedade e a tecnologia já estavam se encaminhando.

A pandemia é comparada com a Segunda Guerra Mundial.

É um erro. Os líderes políticos e os meios de comunicação traçam paralelismos históricos em tempos de crise para explicar, simplificar ou dramatizar uma situação complexa, mas é algo perigosamente enganoso.

Não há nenhum período que nos sirva de referência?

A Guerra Fria, quando toda a humanidade estava em perigo pela ameaça de guerra nuclear. Desde então, fomos nos tornando, cada vez mais, uma sociedade da saúde e da segurança, que evita obsessivamente o risco. Mas agora temos que olhar para a morte novamente como uma loteria imprevisível.

Aprendemos alguma lição de todo este sofrimento?

Infelizmente, o efeito da pandemia foi provocar mais divisão entre os países e mais competição. Vimos como a busca de uma vacina, em alguns casos, se tornou simplesmente uma corrida para a maior glória do prestígio nacional.

Chegou a hora de repensar as instituições internacionais ou estamos diante do fim do multilateralismo?

Antes do surto, Trump, Putin e outros líderes autoritários já faziam tudo o que era possível para minar as instituições internacionais, como a OTAN, a União Europeia, a ONU e a Organização Mundial da Saúde. Sendo assim, o mundo está em um lugar mais perigoso, em especial com uma China emergente, decidida a reverter as humilhações do século XIX infligidas pelas potências ocidentais.

A China, furiosa com os lembretes de sua responsabilidade na propagação da Covid-19, exerce sua influência mundial através da diplomacia ‘da armadilha da dívida’ (o país credor utiliza a dívida que outros países têm com ele para conseguir seus objetivos estratégicos) e aumentando seu poder militar para obter um controle total sobre o mar da China Meridional e Oriental, bem como em outros lugares.

Surgirá uma nova ordem mundial desta pandemia?

O que estamos vendo pode ser que faça parte da síndrome do poder emergente e o poder minguante. Ou pode ser que não. Mas os líderes militares estadunidenses, no privado, estão esperando uma guerra com a China nos próximos cinco anos. Isto é aterrorizador. É fácil começar uma guerra, mas como diabos termina uma guerra com a China, que tem uma atitude totalmente diferente em relação às baixas humanas do que um governo ocidental? A China também não tem escrúpulos morais sobre o uso de armas completamente autônomas que vão muito além dos drones assassinos operados a distância pelos Estados Unidos e outros países. Isto daria à China uma imensa vantagem.

Os economistas estão em acordo sobre como sairemos da crise... Descrevem cenários em “L” (estagnação), em ‘V” (queda e recuperação) e agora em “K” (alguns se recuperarão e outros cairão). Como você enxerga?

A depressão econômica terá efeitos profundos. A escassez de emprego para os jovens aumentará as migrações tanto para Europa como dentro da Europa. E isto, é claro, se somará às migrações que já estão aumentando pela mudança climática e os conflitos na África e Oriente Médio.

Como afetará os jovens?

Deveríamos considerar como a demografia contribui para os conflitos. Isto foi um fator ignorado nas origens da Guerra Civil espanhola. O baby boom em algumas regiões da Espanha, devido ao repentino aumento dos lucros durante a Primeira Guerra Mundial, significou que para muitos jovens, 18 anos mais tarde, fosse muito difícil encontrar emprego durante a crise econômica mundial. Hoje, o problema dos jovens irados e frustrados é particularmente agudo ao longo da costa do norte da África e da África Subsaariana, onde não podem se permitir formar o seu próprio lar e, portanto, fica difícil se casar e ter sua própria identidade. Isto também, em grande medida, valerá para a Europa.

A Europa reagiu com auxílios massivos para que a paralisação econômica não deixe sequelas irreversíveis. Será o suficiente?

No interior de quase todos os países economicamente avançados, vemos uma ampla gama de problemas, sobretudo para os jovens, que já estão cansados das limitações impostas à sua vida social. Ignorarão a autoridade ou se rebelarão contra ela. Haverá também uma lacuna crescente entre os poucos, comparativamente, que conseguirão os trabalhos que querem, e os desempregados ou aqueles obrigados a aceitar as penosas condições da crescente gig economy (trabalhos esporádicos de curta duração).

Aproximam-se revoltas?

Para aqueles que pediram empréstimos para pagar seus estudos universitários e que não conseguiram encontrar nada que coincida com a sua qualificação, o gosto será amargo. A ira os levará, em muitos casos, a um maior ativismo político ou até mesmo a uma ação direta mais extrema.

A rápida adoção do teletrabalho salvou muitas empresas...

Mas o declínio do espaço tradicional de escritório e a vida de escritório está tendo um efeito devastador nas lojas e bares do centro das cidades, ao mesmo tempo em que produz um aumento dos vendedores online, que, por sua vez, aumenta a precariedade. Nos Estados Unidos, as corporações estão acelerando a robotização de suas fábricas para que possam continuar produzindo no futuro, durante os surtos de Covid ou de outras pandemias.

A pandemia acelerará a automação?

Não é descabido prognosticar um futuro desumanizado que seja invulnerável a qualquer vírus, exceto aos eletrônicos: fábricas sem trabalhadores, transporte sem motoristas, armazéns sem operários e a distribuição de produtos com drones. É o grande sonho capitalista.

Como sobrevive uma sociedade com menos trabalho para repartir?

Aldous Huxley publicou, em 1931, Admirável mundo novo, um romance distópico que tem grandes possibilidades de estar muito perto da verdade, com grandes massas de população adormecida com drogas e entretida com filmes.

Há margem para reagir?

A reação está sendo igualmente alarmante. A Covid acelerou espetacularmente a propagação de teorias conspiratórias e notícias falsas. Vídeos online da pregadora suíça Christina von Dreien são vistos por centenas de milhões de pessoas. Ela, assim como outros propagandistas antigovernamentais, explora a desconfiança nas instituições democráticas e afirma que a Covid é um engano com o propósito de fazer com que uma elite de ‘governantes secretos’ aumente o seu controle. Insinua que as duas guerras mundiais foram produto de um complô internacional contra a Alemanha, o que contribui para o ressurgimento dos pontos de vista neonazistas.

Na Grã-Bretanha, tivemos sabotagens contra as torres de telefonia como resultado das afirmações do teórico da conspiração David Icke e outros que afirmam que a tecnologia 5G transmite o coronavírus por meio das ondas de rádio.

Como explica que teorias tão incoerentes recebam tanta acolhida?

Este assalto deliberado à verdade científica funciona bem em um mundo de políticas identitárias. Nunca se deve esquecer que foram os seguidores da Igreja da cientologia que cunharam o slogan: “Se você acredita que é verdade, é verdade”. E funciona ainda melhor como estímulo à raiva moral daqueles que consideram a si mesmos ‘os oprimidos’. O Estado é visto como opressor, junto com qualquer ‘governante secreto’, como os meios de comunicação ou os banqueiros judeus.

A democracia está em perigo?

Talvez a consequência mais daninha da Covid, a longo prazo, seja a fragmentação causada pelas suspeitas infundadas e os ressentimentos, e que pode minar ainda mais a aceitação do governo democrático. Ocorrerão outras pandemias, caso os humanos continuem explorando o mundo animal e desencadeando infecções entre as espécies. Os resultados podem ser inclusive mais devastadores para o meio ambiente e para a saúde global, mas as consequências mais perigosas serão as políticas, as nacionais e as sociais.

Tomara que não acerte nenhuma...

Eu rezo para que estas previsões resultem exageradas ou errôneas, mas temo que não são.

 

Leia mais

  • Atravessando os difíceis dilemas da pandemia. Artigo de Raphael Colvara Pinto
  • Aprendizagens na travessia da pandemia (covid-19). Artigo de Vilmar Alves Pereira
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