07 Novembro 2020
O presidente John Magufuli, 60 anos, apelidado de “bulldozer”, foi reeleito para mais um mandato na República Unida da Tanzânia, em pleito realizado no dia 28 de outubro e denunciado pela oposição como “um massacre da democracia”. Magufuli somou 84% dos votos, contra 13% de seu principal contendor, Tindu Lissu.
A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.
O partido do presidente Chama Cha Mapinduzi (Partido da Revolução) conquistou quase todos os acentos do Parlamento, podendo alterar a Constituição do país a seu bel prazer. As denúncias de irregularidades no dia do pleito vão desde o uso da força contra civis, urnas com preenchimento adiantado e detenção de membros da oposição.
O Portal Portas Abertas informou que civis foram agredidos na área sul de Ruvuma. Os agressores mataram sete pessoas, queimaram edifícios e sequestraram mulheres. Questionadas sobre a religião que professavam, seguidoras do islamismo foram liberadas.
Ruvuma está localizada próximo à fronteira com Moçambique, onde extremistas islâmicos causaram estragos ao logo do ano. No arquipélago de Zanzibar, pelo menos dez pessoas foram mortas às vésperas da votação.
Na República Democrática do Congo ataques de supostos membros das Alianças das Forças Democráticas (ADF-Nalu, a sigla em inglês), mataram, no dia 28 de outubro, 18 pessoas e incendiaram igreja na vila de Baeti. Dois dias depois, a aldeia de Lisasa viu a morte de 21 pessoas, das quais 18 eram mulheres, além da destruição de casas e um clínica.
Crist@os da província de Kivu do Norte, região onde o grupo radical se estabeleceu e luta para chegar ao governo federal, precisam de orações, pediu a organização Portas Abertas.
Na Índia, o organismo contabilizou 349 incidentes de perseguição, atingindo mais de 5 mil pessoas no período de janeiro a junho deste ano. “A pandemia mudou a dinâmica da perseguição. Vimos inúmeros atos de discriminação. Os cristãos estão sendo ignorados na distribuição de alimentos, seja porque o governo não os dá a eles ou porque os moradores locais os mandam embora”, testemunhou parceiro de Portas Abertas no país. Crist@os são instruídos, frequentemente, a renunciarem à fé em troca de ajuda.
Em Papua, Indonésia, o pastor Yeremia Zanambani, 67 anos, tradutor da Bíblia para o dialeto moni, foi morto em 19 de setembro por militares, informou a CNN Indonésia. Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Indonésia qualificou o assassinato como “extrajudicial”. Os relatores ouviram duas testemunhas que viram o soldado que matou o pastor, acompanhado de outros três ou quatro militares.
O incidente ocorreu em meio à crescente pressão entre militares e grupos separatistas em Papua, a província mais pobre do país. Militares e separatistas culpam uns aos outros pela morte de Zanambani, que aconteceu logo após o assassinato de um soldado e um civil na área.
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Poder e religião estão de mãos dadas na Tanzânia, Congo, Índia e Indonésia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU