16 Outubro 2020
Iniciativa lançada desde o Vaticano conta com o apoio da UNESCO e várias instituições acadêmicas.
A reportagem é publicada por Agência Ecclesia, 15-10-2020.
O Papa lançou hoje desde o Vaticano um ‘Pacto Educativo Global’ (Global Compact on Education), propondo sete compromissos por um mundo diferente, na promoção do diálogo ente culturas, da paz e da ecologia integral.
“Na situação atual de crise sanitária, pensamos que este é o momento de aderir a um pacto educativo global para e com as gerações jovens, que empenhe as famílias, as comunidades, as escolas e universidades, as instituições, as religiões, os governantes, a humanidade inteira na formação de pessoas maduras”, disse Francisco, numa mensagem em vídeo transmitida durante o evento de lançamento do Pacto, promovido pela Santa Sé.
A intervenção pediu “audácia” para superar visões centradas apenas na “utilidade, o resultado (padronizado), a funcionalidade e a burocracia, que confundem educação com instrução”.
“Em vez disso, somos solicitados a procurar uma cultura integral, participativa e poliédrica”, sustentou.
O valor das nossas práticas educativas não será medido simplesmente pela superação de testes padronizados, mas pela capacidade de incidir no coração duma sociedade e fazer nascer uma nova cultura.
O Papa manifestou a sua convicção de que “um mundo diferente é possível”, convidando para o novo Pacto Educativo Global “homens e mulheres da cultura, da ciência e do desporto, artistas, operadores dos meios de comunicação social”.
A iniciativa é apresentada pela Santa Sé como “um pacto de incentivo à mudança, à escala global, para que a educação se transforme em criadora de fraternidade, paz e justiça”.
1 – Colocar a pessoa no centro de cada processo educativo
2 – Ouvir a voz das crianças, adolescentes e jovens a quem transmitimos valores e conhecimentos
3 – Favorecer a plena participação das meninas e adolescentes na instrução
4 – Ver na família o primeiro e indispensável sujeito educador
5 – Educar e educarmo-nos para o acolhimento, abrindo-nos aos mais vulneráveis e marginalizados
6 – Encontrar outras formas de compreender a economia, a política, o crescimento e o progresso, na perspetiva duma ecologia integral
7 – Guardar e cultivar a nossa casa comum, protegendo-a da exploração dos seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios e apostando na utilização exclusiva de energias renováveis
O Papa considerou que a educação é uma “semente da esperança” para a construção duma “civilização da harmonia, da unidade, onde não haja lugar para esta pandemia terrível da cultura do descarte”.
O encontro organizado pela Congregação para a Educação Católica (Santa Sé), na Universidade Pontifícia Lateranense (Roma), sobre o ‘Pacto Educativo Global. Juntos para olhar além’, contou com uma intervenção em vídeo de Audrey Azoulay, diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
A responsável agradeceu ao Papa pelo seu compromisso “em favor da paz”, através da ação educativa, destacando que a “situação difícil afeta, em primeiro lugar, os mais vulneráveis”.
Azoulay falou da educação como um bem comum que está “em perigo”, por causa da atual crise, denunciando a “globalização da indiferença, da violência, do discurso de ódio” contra migrantes, mulheres, marginalizados.
A diretora-geral defendeu “uma nova agenda, um novo compromisso de toda a sociedade para a Educação”.
O evento na Universidade Lateranense contou com intervenções de cardeais e bispos, de responsáveis religiosos e universitários, além de testemunhos de um jovem budista do Japão e um jovem muçulmano da Argélia.
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Educação: Papa lança "pacto global" com sete compromissos por um mundo diferente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU