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Encarnação e pandemia

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28 Julho 2020

A pandemia também levantou um debate filosófico não negligenciável. O teólogo Andrea Grillo, 25-07-2020, hospedou em seu blog o diálogo entre dois filósofos – Marcello La Matina e Andrea Ponso –, que refletem sobre a relação entre “encarnação” e “pandemia”.

Segundo Grillo, “pode ser útil permanecer vigilantes à ‘temporalidade’ daquelas formas do ‘distanciamento’ que correm o risco de se credenciar como uma estável aquisição cultural e eclesial. Sem demonizá-las, mas sem absolutizá-las. Para tomar a distância certa do distanciamento como garantia. E continuar uma pacata discussão sobre a questão”.

A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o diálogo.

Caro Andrea,

Quero reter um sentimento, um dos poucos que me visitam agora com uma certa ansiedade. É o sentimento de uma virada ou revolta. Quero retê-lo em poucas palavras, para que reflitamos sobre isso juntos, você e eu, e talvez outros amigos. Não muitos, na verdade. Tenho a sensação de que problemas como o que eu estou prestes a expor não afetam muitas pessoas...

Eis a questão. Penso novamente nestas semanas, nestes meses, no tema da carne, no seu destino e na promessa que foi feita a ela, como consequência de um inédito gesto divino: a Encarnação. Encontro-me na perspectiva dessa carne hoje, na incerta história de doenças, pestes, distâncias sociais e de todo o conjunto de dispositivos imunitários (vacinas, em primeiro lugar). Consequentemente, penso novamente naquela perversão do cristianismo que Ivan Illich descreveu durante pelo menos 20 anos nos seus livros e nas suas entrevistas e conferências.

Uma sociedade que se lê através dos seus sistemas – uma sociedade que substituiu os “instrumentos” (os ὄργανα) pelos sistemas – é uma sociedade que não tem um lado de fora, que está constrangida naquela que uma filósofa recentemente chamou de “imanência saturada”.

Pois bem, essa sociedade dos sistemas, da rede, do raciocínio indutivo eleito como novo real (veja-se Agamben sobre Ettore Majorana), essa sociedade está hoje aparentemente constrangida a aceitar como remédio aquele distanciamento que, apenas um ano atrás, ela perseguia como modelo de desenvolvimento: o smart working, a comunicação digital no trabalho, no comércio, até mesmo na doença e na gestão das relações são coisas que entram nesse regime de cálculo, de “forecasting”.

Uma sociedade que encontra na morbidez terrível de um vírus pandêmico a força para ser aquilo que deseja ser – exceto por se lamentar em público – é, na verdade, paradoxal. Desde 1984, o ano da invenção do PC, o mundo repete a si mesmo que o futuro é digital, o futuro está na distalidade (distality é o termo de Illich); depois, cerca de 40 anos depois, vem à tona um vírus que convence até os contrários de que a distalidade é necessária; ou, melhor, que é útil e poupadora; até virtuosa.

E nós lá para obliterar a nossa natureza de “viventes capazes de cidade”, renunciando à nossa praça, à vida comum (“comum” é aquilo que se suja no contato, aquilo que mantém algo da pessoa que encontramos); eis-nos também remodelando até os nossos cultos, os ritos, as milenares formas de vida sobre as quais construímos as esperanças e as liberdades.

O que será da conspiração, da troca do espírito entre quem crê? O que acontecerá com a nossa ansiedade de encontro? Mas, acima de tudo, o que acontecerá com o coração da mensagem de Cristo: o Bom Samaritano, hoje, é ainda um modelo de Rachamim, de eusplanchnía, de misericórdia?

Poder-se-á dizer: “Mas esse distanciamento é apenas temporário”. E, certamente, todos esperamos que a doença nos deixe, que possamos voltar a viver sem que o pensamento imunitário seja o mais rápido a se insinuar nas nossas mentes assim que o outro aparecer. Mas algo me diz que esse distanciamento temporário é, como eu dizia, a aparente contingência que oculta a substancial necessidade. Nós, repito, marchávamos rapidamente rumo a essa desencarnação; então, um vírus nos obriga a abraçá-la por um longo tempo e como nunca se havia visto antes... em todo o mundo.

Agora, as esperanças de muitos são colocadas novamente em um sistema de identificação e controle dos surtos, em um sistema de controle quase policialesco, em um sistema de dispositivos capazes de fichar, medir, controlar, monitorar.

Um Samaritano hoje? E, se não no possível Samaritano, onde poderíamos reconhecer aquele Jesus, que, na indefinibilidade do próximo (do πλησἰον), investiu a Sua divina credibilidade e a Sua vida?

(Marcello La Matina)

* * *

Caro Marcello,

Os pontos que você toca são literalmente candentes: eles queimam, e esperamos que continuem queimando e não sejam apagados, justamente, pelas estratégias anestésicas e imunitárias. Caso contrário, verdadeiramente, a incidência do e no corpo de tais problemáticas tomará o caminho de um silêncio subcutâneo que, com o tempo – mas já vemos isso agora –, só pode desencadear sintomas negativos e realmente psicossomáticos. E isso, no fundo, nos diz que o corpo está sempre aí, que não deixa de se manifestar e de bater e de perturbar o seu pacífico esquecimento.

Também estou convencido da não temporalidade desse desvio e também estou convencido de que o grande esforço do cristão, desde sempre, foi justamente o de aceitar a encarnação de um Deus que não está mais, justamente, imunitariamente fechado em si mesmo como um sujeito de pressuposto saber, diria Lacan, mas que se doa como “castração”, como renúncia quenótica em favor do outro.

Mas se o outro não toma, mesmo entre as grandes dificuldades que tudo isso implica, o mesmo caminho, não pode haver um encontro real; portanto, também não pode haver sequer graça. A graça, acredito eu, abre e fere os corpos, fere-os e floresce-os – mas esses corpos devem se abrir, devem se deixar ferir principalmente como corpos, além do saber que é sempre defensivo: a loucura da Cruz de que fala Paulo não é somente um contrassenso lógico, é um evento somático que vem antes de toda reflexão e pensamento; por isso é loucura; se a virmos apenas do ponto de vista do saber, é uma simples contradição lógica ou moral, e não é suficiente, porque não nos antecipa e não nos surpreende na carne.

É nesse sentido que me parece entender o termo lacaniano de castração. Então, a figura do Samaritano que você questiona é realmente central, junto com a da indefinibilidade do próximo que o Senhor nos mostrou e viveu. E são essas duas coisas que hoje assumem características inquietantes.

O samaritano evangélico não se interessa com os “dados” de quem ele socorre, não os insere nas estatísticas e não lhe impõe nada – sequer sabemos o seu nome! Mas ele se interessa e toca, e salva e cura a carne doente e potencialmente “contagiosa”, aquela vida nua é acolhida porque toca a vida nua do samaritano, e só desse modo pode ser reinserida em algo que não seja mais vida nua: se a vida nua é o objetivo da tomada e da gestão do poder, é porque este último nunca se apresenta como vida nua, mas sim como “sistema” e soberania; enquanto o samaritano evangélico se expõe como vida nua, rompe-se toda estratégia imunológica, toda forma de controle e de rastreamento: é o corpo em primeiro plano, mas é essa singularidade justamente inassumível e indefinível que pode ser tocada e compartilhada; sequer sabemos o nome do samaritano, pensemos nisso: como se encontrassem duas singularidades encarnadas que sequer precisam das coordenadas identitárias, como a carteira de identidade; a única coisa de que precisamos saber é que ambos são, de algum modo, postos para fora da comunidade, são intocáveis no pior sentido do termo: estão, justamente, em um estado de exceção e de vida nua, um como moribundo, o outro como samaritano.

Talvez, então, haja um possível no encontro e na relação de suas vidas reduzidas a pura biologia, um possível que não encontramos hoje nem na medicina, mas que não deixar de ser proposto pelo Evangelho.

Hoje, porém, os samaritanos são uma legião! E eles sabem ou querem saber tudo sobre nós: um saber e um poder gerencial, precisamente, como eu dizia antes, que nos distancia justamente no momento em que as entranhas de misericórdia deveriam se abrir e acolher. A misericórdia como smart working é algo terrível, diabólico, na etimologia.

Eu não tenho respostas, mas essa candência das perguntas me faz sentir que ainda não estou totalmente anestesiado, que essa escuridão me interroga ansiosamente assim como interroga você – que a vida nua que em nós se debate não é produzida apenas pela tomada da violência do poder. Já é uma graça, e eu a sinto no corpo, somaticamente... não é belo, não é fácil, produz ansiedade e dor, raiva, muita raiva.

Mas a raiva pode ser boa, dizem-nos os Padres, se for orientada contra o dia-bólico que vivemos e se não nos sobrecarregar, impedindo-nos uma esperança que não vemos, mas que talvez já esteja nos mantendo despertos como as virgens da parábola: o fogo das lâmpadas está nos nossos corpos sofredores, na angústia e no medo por essa situação, é psicossomático e diorático – está no milagre terrível e grandioso da encarnação como processo em devir e não como dogma aceito intelectualmente. Ainda temos um corpo em chamas e esperamos que a chama se faça Pentecostes.

(Andrea Ponso)

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