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A verdade sobre a chamada “ideologia de gênero”. Artigo de Daniel Horan

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25 Junho 2020

Já passou da hora de rejeitar argumentos ilusórios como aqueles que sustentam as agendas políticas e eclesiais de direita que promovem o bicho-papão da “ideologia de gênero”. Isso requer estar aberto a experiências e a narrativas que talvez sejam diferentes das próprias, em um espírito de verdadeiro diálogo. Não há melhor momento para começar tal prática de conversão espiritual e pastoral do que este mês de junho, enquanto o mundo inteiro comemora o mês do orgulho LGBTQ.

A opinião é de Daniel P. Horan, frei franciscano e professor da cátedra Duns Scotus de Espiritualidade na Catholic Theological Union, em Chicago, nos EUA, onde leciona Teologia Sistemática e Espiritualidade.

O artigo é publicado por National Catholic Reporter, 24-06-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Frequentemente, ao longo de dois milênios, quando o ensino da Igreja se defrontou com os desenvolvimentos sobre a pessoa humana e nas ciências naturais, houve quem se unisse para deplorar tais avanços humanísticos como “heréticos”, “ameaçadores”, “infundados” ou “contrários à lei natural”.

A história tem testemunhado isso em termos da resistência da Igreja Católica a reconhecer a plena humanidade dos povos indígenas, a rejeitar a imoralidade da escravidão e a abraçar o direito humano universal à liberdade religiosa, só para citar três exemplos da pecaminosidade institucional da Igreja e do seu lento curso de correção.

Hoje, estamos vendo uma dinâmica semelhante em tempo real, pois ela afeta de modo deletério as pessoas LGBTQ na Igreja e na sociedade em geral. A expressão “ideologia de gênero” tornou-se um grito de guerra para essa discriminação e para a defesa de indesculpáveis fundamentos antropológicos ultrapassados. Em certos contextos católicos, o recurso à “ideologia de gênero” é posto em oposição àquilo que é apresentado como uma antropologia aristotélico-tomista estática e universal, que é entendida como imutável e divinamente revelada.

No entanto, a verdadeira ideologia problemática em ação hoje é a promoção acrítica da pseudociência do século XIII e de teorias filosóficas antigas que, embora interessantes e influentes, não são mais suficientes para explicar os importantes desenvolvimentos no conhecimento e na experiência humanos desde a Idade Média.

A expressão “ideologia de gênero” é usada tanto em contextos religiosos quanto seculares, mas estou mais interessado em como ela é empregada nos círculos católicos para causar graves danos a pessoas que já são vulneráveis em uma sociedade injusta. A invocação mais recente e visível dessa expressão por um escritório vaticano ocorreu em junho passado, quando a Congregação para a Educação Católica emitiu um documento [disponível aqui, em português] deplorando o surgimento da “ideologia de gênero” e advertindo as instituições educacionais católicas contra o fato de sucumbirem àquilo que ela caracterizava como nada mais do que “uma liberdade do sentimento e do querer mal compreendida mais do que sobre a verdade do ser” (n. 19).

Mas, como observa Mary Anne Case, professora de Direito da Universidade de Chicago, em um recente artigo acadêmico intitulado “Trans Formations in the Vatican’s War on ‘Gender Ideology’” [Trans/formações na guerra do Vaticano contra a “ideologia de gênero”, disponível aqui, em inglês], o Vaticano, na sua qualidade de agência não governamental e de instituição religiosa, tem procurado há décadas desacreditar os movimentos pelos direitos LGBTQ e influenciar os desdobramentos do direito secular em todo o mundo.

Esse tem sido o caso ao longo dos três últimos pontificados, começando com os pronunciamentos catequéticos do Papa João Paulo II sobre a “complementaridade de gênero”, naquilo que os seus devotos chamam de “teologia do corpo”, e continuou com a identificação daquilo que o Papa Bento XVI chamou de “ditadura do relativismo”, e nas declarações ad hoc do próprio Papa Francisco, sinalizando seu descontentamento pessoal com aquilo que ele chama de “ideologia de gênero”, comparando esse conceito amorfo com a “guerra nuclear” e com o “nazismo”.

Case explica: “A popularidade e o apelo do Papa Francisco para além dos conservadores tradicionais, assim como o seu destaque para as questões trans[gênero] em particular, permitiram que a linguagem específica de oposição à ‘ideologia de gênero’ e que os aparatos retóricos e pseudoacadêmicos associados a ela finalmente começassem a criar raízes nos Estados Unidos”, o que explica o recente aumento no uso da expressão. Essa tendência é notável à luz da recente decisão da Suprema Corte, que estende as proteções trabalhistas para as pessoas LGBTQ ao abrigo do Título VII da Lei dos Direitos Civis dos EUA, porque a declaração da Conferência dos Bispos dos EUA sobre a lei alude a temas frequentemente associados à chamada “ideologia de gênero”.

Entre os muitos aspectos preocupantes dessa expressão depreciativa e da agenda que ela representa, está a ambiguidade do próprio termo. Não há sequer duas fontes que concordem com o significado exato de “ideologia de gênero”, e Case explica que “a multiplicidade e a variedade [de definições e de genealogias] também indicam como os chamados especialistas católicos em teoria de gênero fizeram poucos trabalhos acadêmicos sobre as origens e os parâmetros das teorias que eles deploram”.

Em outras palavras, é comprovadamente claro que aqueles que invocam a “ideologia de gênero” geralmente não sabem do que estão falando. Seria bom se essas pessoas ouvissem os principais estudiosos sobre os assuntos do sexo e do gênero, como Judith Butler, da Universidade da Califórnia Berkeley, em vez de atacar a ela e a outros especialistas.

O próprio fato de o termo em si não ser claro, além de sinalizar a agenda depreciativa dos seus usuários, deveria ser uma razão suficiente para que as pessoas de fé rejeitem a ele e ao programa de ódio e de ignorância que ele representa. Mas também existem várias ironias profundas que indicam a hipocrisia em ação por baixo da superfície.

Primeiro, um dos movimentos comuns que as pessoas que invocam a “ideologia de gênero” fazem é sugerir que se trata de uma nova mania destinada a corromper indivíduos inocentes. Como eu mencionei acima, a “solução” para o “problema” das ideias resultantes dos estudos sobre sexo e gênero é sustentar a antropologia filosófica de Tomás de Aquino como a única solução corretiva.

A ironia aqui, é claro, é que Tomás de Aquino foi acusado de uma ofensa comparável em seu próprio tempo, tendo “redescoberto” um filósofo pagão (Aristóteles), em quem ele se baseava imensamente, enquanto também envolvia a tradição teológica recebida com a mais recente compreensão da pessoa humana. Aquino também foi condenado, postumamente, em 1277, pelo bispo de Paris e pelo arcebispo de Canterbury, por ser percebido como “muito perigoso”.

Agora que Aquino é percebido como o Doutor Comum desde a carta encíclica Aeterni Patris, do Papa Leão XIII, de 1879, todas as suspeitas associadas à teologia inovadora e “perigosamente” nova de Aquino foram convenientemente esquecidas. Hoje, os teólogos deveriam ter a liberdade de seguir uma versão contemporânea da metodologia de Aquino, obtendo os melhores recursos da tradição teológica recebida, mas também as ideias informadas de especialistas nos vários campos do conhecimento humano. Somente assim cumpriremos fielmente a descrição de Santo Anselmo de Canterbury da tarefa da teologia de entender mais plenamente a fé que professamos – fides quaerens intellectum!

Segundo, em sua exortação apostólica Evangelii gaudium, de 2013, Francisco emitiu um claro alerta contra a “mundanismo espiritual”, que inclui uma advertência contra aqueles com “um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina e do prestígio da Igreja, mas não se preocupam que o Evangelho adquira uma real inserção no povo fiel de Deus e nas necessidades concretas da história. Assim, a vida da Igreja transforma-se numa peça de museu ou numa posse de poucos” [n. 95].

A ironia aqui é que a apresentação de um entendimento de quase oito séculos sobre a pessoa humana que, de algum modo, é completa por si só, para além de qualquer coisa que possamos aprender sobre a humanidade ou sobre o mundo posteriormente, é exatamente a redução da fé a uma “peça de museu”. Esse artefato pode ser atraente e valioso para os estudos, mas diz muito pouco sobre a realidade como a entendemos hoje. Uma coisa é admirar uma ideia de séculos de idade em si mesma; outra é empregar essa ideia como um meio para desumanizar e descartar populações inteiras de pessoas.

Finalmente, um dos refrões comuns ditos por lideranças pastorais que condenam a “ideologia de gênero” e criticam duramente as pessoas LGBTQ e seus aliados é que eles estão fazendo isso a partir de uma posição de preocupação pastoral e de amor cristão. Esse foi o teor de Dom Michael Barber, bispo de Oakland, Califórnia, presidente da Comissão para a Educação dos bispos dos EUA, em resposta ao documento da Congregação para a Educação Católica no ano passado. Em um comunicado de imprensa, Barber afirmou que o documento anti-LGBTQ “fornece a luz da verdade e da compaixão que é mais necessária no nosso mundo hoje”.

A ironia aqui está ligada à natureza falaciosa da própria afirmação de que as lideranças da Igreja estão apenas expressando “cuidado pastoral” ou “compaixão” ao emitirem declarações e promulgando políticas que desumanizam comunidades inteiras de pessoas. Chame-as como quiser, mas tais alegações parecem equivaler a um pai, cônjuge ou parceiro física ou emocionalmente abusivo, que afirma que a sua violência se baseia em um contexto de “amor difícil”. No fim, ainda é simplesmente abuso.

Já passou da hora de rejeitar argumentos ilusórios como aqueles que sustentam as agendas políticas e eclesiais de direita que promovem o bicho-papão da “ideologia de gênero”. Enquanto continuamos aprendendo mais com as ciências naturais e sociais sobre a maravilhosa diversidade da criação de Deus, incluindo múltiplas as experiências e identidades no seio da família humana, todos os membros da Igreja – mas especialmente aqueles a quem se confiou a liderança – devem abordar esses novos entendimentos com humildade.

Isso requer estar aberto a experiências e a narrativas que talvez sejam diferentes das próprias, em um espírito de verdadeiro diálogo, e exigirá que a disposição por parte do ouvinte seja modificada no coração e na mente. Não há melhor momento para começar tal prática de conversão espiritual e pastoral do que este mês de junho, enquanto o mundo inteiro comemora o mês do orgulho LGBTQ.

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