16 Abril 2020
“Nem mesmo meus opositores teológicos em Roma acreditavam nas histórias”, disse cardeal George Pell, em uma entrevista na televisão, transmitida na terça-feira, 14-04-2020, em que relaciona o processo por abusos com a sua luta contra a corrupção no Vaticano.
Depois de cumprir 13 meses de prisão, o ex-ministro de Finança do Vaticano foi absolvido de sua condenação.
A reportagem é de Lucía López Alonso, publicada por Religión Digital, 14-04-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Na entrevista desta terça, o cardeal George Pell afirmou ter sido acusado de pedofilia por promover reformas financeiras no Vaticano. “A maioria da hierarquia de Roma que simpatiza com as reformas financeiras acredita que estas estão vinculadas com o processo”, disse o prelado de 78 anos a Sky News.
Depois de cumprir 13 meses de prisão, o australiano acaba de ser absolvido de sua condenação, declarando publicamente ver relação entre as acusações recebidas e sua luta contra a corrupção no Vaticano.
Defendendo-se das denúncias, desde que em 2018 foi declarado culpado de abusos por duas crianças do coral da catedral de São Patrício, em Melbourne (quando era arcebispo da cidade na década de 1990), Pell nunca reconheceu os eventos. “Nem mesmo meus opositores teológicos em Roma acreditavam nas histórias de abusos”, disse ele, que já foi o número 3 na hierarquia do Vaticano.
Diante das acusações, antes da sentença, o ex-ministro do Vaticano renunciou ao cargo em 2017, ficando frustradas suas reformas econômicas. Recordando o vivido desde então, declarou que acatou o julgamento e as medidas tomadas desde Roma pelo Pontífice, apesar de que “minhas posições teológicas não estejam precisamente alinhadas com as do papa Francisco”.
O cardeal australiano, que saiu da prisão na semana passada depois de um tribunal anular suas condenações por abusos sexuais de menores, foi objeto de ameaças na internet, indicou a polícia, ao tempo em que se publicaram novas acusações contra ele.
Na última terça-feira, quando Pell publicou extratos do diário que escreveu na prisão, afirmando que havia sido condenado por “guerras culturais” contra os cristãos conservadores, um importante periódico informou que se abriu uma nova investigação contra o religioso católico de 78 anos.
Esta nova acusação de abuso sexual infantil, que estaria sendo investigada pela polícia, data dos anos 1970, segundo o jornal Herald Sun.
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Cardeal Pell denuncia que foi acusado de pedofilia por ter desvelado a corrupção no Vaticano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU