30 Março 2020
Mesmo com a emissão do Decreto 10.292, assinado pela presidência da República no dia 25, que arrola as atividades religiosas de qualquer natureza entre os serviços públicos e atividades essenciais, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) orientou seus bispos, se assim o entenderem, a deixarem os templos católicos abertos, porém só para orações individuais, sem celebrações massivas.
Já a presidência e pastor@s sinodais da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) mantiveram, depois da divulgação do decreto, a orientação de suspender, por tempo indeterminado, todas as atividades comunitárias que envolvem encontros presenciais de fiéis. “Nossa preocupação primeira é com a vida”, justificaram.
A informação é de Edelberto Behs, que foi professor e coordenador do curso de Jornalismo da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos.
Dias antes, a IECLB emitiu instrução a respeito de ofícios fúnebres em tempos de coronavírus. “Em meio ao sofrimento, temos a missão de acompanhar com empatia, confortar e proclamar a esperança da ressurreição”, afirmaram seus líderes, anunciando que a participação em velório e sepultamento é “uma das expressões de solidariedade e amparo comunitário”.
A pandemia do coronavírus restringe, contudo, essa solidariedade. “Dar as mãos, abraçar e beijar são gestos de afeto importantes em situações de luto, mas devem ser evitados neste momento. Da mesma forma, não se deve tocar o corpo da pessoa falecida”, reza a recomendação pastoral.
A realização de velórios e sepultamentos seguem legislação civil, que observam deliberações dos órgãos de saúde e de vigilância sanitária nas instâncias nacional, estadual e municipal.
Nesse período de pandemia, a recomendação da IECLB é que seja observado o número máximo de pessoas num velório. “De preferência, somente pessoas que pertencem ao núcleo familiar deveriam permanecer no recinto. Deixar o momento da despedida reservado para a família”, assinala a orientação.
Sempre que possível, realizar a celebração em local aberto, ao ar livre, e não distribuir Bíblias, hinários e materiais impressos para a ocasião. Corais não devem cantar nas celebrações, que deve ser mais breve que a usual. Também recomenda disponibilizar material para higienização das mãos em local visível e acessível.
Pastor@s devem instruir fiéis para que, se indispensável, façam uma visita breve ao local do velório e que evitem viagens ou locomoções em transporte público. “Como alternativa à visita [presencial], estimular a enviar condolências por telefone e outros meios de comunicação digital”.
Numa celebração com tantas restrições, admite a IECLB, “é importante manter o uso da veste litúrgica para sinalizar a presença da Igreja e fortalecer a ideia de que houve sepultamento digno”. Ministr@s devem portar álcool em gel 70%, desinfetar maçanetas, volante e painel do veículo, não dar carona e, ao chegar em casa, precisa deixar os calçados do lado de fora, tomar banho imediatamente e colocar as vestes litúrgicas e a roupa usada na celebração para lavar.
“Cuidem da saúde de vocês e de suas famílias. Tomem todas as medidas preventivas possíveis. Colegas que fazem parte do grupo de risco: tomem medidas de prevenção ainda mais vigorosas”, recomenda a IECLB.
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Igreja orienta ministr@s em casos de velório e sepultamento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU