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Tempos sombrios

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14 Janeiro 2020

"O que se perde quando a escuridão do terror político asfixia, lentamente, a institucionalidade e os valores democráticos de uma sociedade?", questiona Leonardo Barros Soares, doutor em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais e professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará.

Eis o artigo. 

“São tempos sombrios”. Você certamente leu ou ouviu essa expressão em algum meio de comunicação nos últimos anos, quando ficou claro, para todos nós que estávamos de olhos bem abertos, que as diversas violências que sempre existiram de forma difusa e desarticuladas na sociedade brasileira começavam a ganhar unicidade e contornos explícitos. Desde a eleição de Jair Messias Bolsonaro à presidência da república, é praticamente impossível passar um mês sem que dela se faça uso, seja em conversas com amigos ou em ambientes públicos.

Aliás, diga-se de passagem, o mal estar com as sombras que se avizinham não é uma especificidade brasileira: olhemos para a Bolívia, Venezuela, Itália, Hungria, Polônia, Filipinas, Austrália, Áustria, Estados Unidos, Turquia, para ficarmos em apenas alguns exemplos. Em todos esses lugares verifica-se o recrudescimento de comportamentos xenófobos, racistas, perseguições políticas a adversários, intimidação e mesmo impedimento da imprensa livre, aumento da violência contra populações historicamente subalternizadas, aumento da desigualdade social, ameaças aos direitos humanos, truculência, autoritarismo, restrição das liberdades civis, e degradação da institucionalidade democrática. São tempos sombrios mesmo em países que guardam um lugar mítico em nossa imaginação como paraísos terrestres, como o Uruguai, o Canadá e a Suécia. Em suma, não cabe aqui dizer que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Não há vizinho, próximo ou alhures, que também não esteja em maus lençóis.

A grande filósofa alemã, Hannah Arendt, que sabia uma ou duas coisas sobre regimes totalitários, definia “tempos sombrios”, num livro homônimo, como aqueles períodos históricos – diga-se de passagem, que conformam a maior parte da história humana – em que o espaço público vai, aos poucos, se reduzindo, minguando. Se a esfera pública, segundo outro filósofo alemão, Jürgen Habermas, emergiu no continente europeu a partir do momento em que as classes burguesas buscavam entender, por meio do debate público, as bases racionais da dominação política à qual estavam submetidas, pode-se dizer que, em tempos sombrios, o irracionalismo e a força bruta sobrepujam e desalojam a razão do centro dos processos sociais. A luz do escrutínio público vai se apagando, as liberdades de pensamento, de crítica e de dissenso vão sendo cerceadas, e vão dando lugar às transações privadas, feitas longe dos holofotes da justiça. Instala-se o reino do familismo. No domínio público isso significa o fortalecimento do personalismo, do clientelismo, da corrupção miúda, da violência contra aqueles exteriores à minha “família” política ou de sangue. No domínio privado, restaura-se o terror das dominações de gênero, raça e classe, o puritanismo sexual, a hipocrisia e o cinismo como as pedras fundamentais das subjetividades.

O que se perde quando a escuridão do terror político asfixia, lentamente, a institucionalidade e os valores democráticos de uma sociedade? Arendt responde: se perdem as nuances entre os termos da gramática dos conflitos sociais, a polêmica como processo de movimentação da vida intelectual de uma dada coletividade, a dissidência como um direito alienável dos indivíduos frente aos grandes corpos teóricos dogmáticos, o potencial revolucionário das artes e mesmo as tradições espirituais perdem seu élan vital, sua capacidade de envolver os seres humanos em um conforto para suas angústias e medos. Em tempos sombrios se perde, sobretudo, a humanitas, o processo de transformação dos seres biológicos em seres políticos, públicos, cidadãos da pólis. Em outras palavras, nos desumanizamos. Perdemos empatia, afeto, solidariedade, fraternidade, amorosidade, confiança em nós mesmos e nos outros. Contrariamos nossa vocação ontológica e nos tornamos medíocres, menos humanos.

Nesse contexto, seguindo a trilha de Hannah Arendt, é importante que nos voltemos para nossos semelhantes e observemos como eles se comportam. Essa é a prova de fogo para todos nós doravante. Nossos amigos, familiares e colegas, como eles estão se posicionando e vivendo nesses tempos sombrios? São cúmplices ativos ou passivos do que está acontecendo? Ou, ao contrário, resistem como podem e estão buscando engendrar outros mundos possíveis?

Não penso em terminar esse texto com nenhuma mensagem redentora ou de otimismo barato. Eu não acredito que as sombras que nos rodeiam irão refluir tão cedo. Pelo contrário, creio que estamos somente no início de um processo político que vai ficar ainda pior. É preciso estar atento e forte, diz a música. Lucidez, pés firmes no chão e cabeça no lugar serão indispensáveis.

O que a vida quer da gente é coragem, já dizia Guimarães Rosa. Que, em 2020, possamos todos ter a coragem de resistir à noite pesada que já começa a desabar sobre nós.

 

Leia mais

  • Banalidade do Mal. Revista IHU On-Line, Nº 438
  • O mundo moderno é o mundo sem política. Hannah Arendt 1906-1975. Revista IHU On-Line, Nº 206
  • O racismo contra povos indígenas e o mito do índio improdutivo. Artigo de Leonardo Barros Soares
  • Tempos sombrios para o meu país. Artigo de Caetano Veloso
  • 2020: “Não se trata mais de ganhar eleições, mas construir uma nova história a partir de baixo”. Entrevista com Alberto Acosta
  • Bolívia. Os militares antes do golpe. Radiografia das Forças Armadas do País
  • Mujica diz que a Venezuela é uma ditadura
  • Falar de fascismo no Brasil
  • “O bolsonarismo é o neofascismo adaptado ao Brasil do século 21”
  • A profecia de Hannah Arendt
  • O retorno de Habermas
  • Filipinas: o Brasil de amanhã?
  • 100 anos do fascismo: 'O perigo atual é que democracia vire repressão com apoio popular', diz historiador
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