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23 Agosto 2019

“Boris Pahor, o último grande resistente, já não caminha, nem sequer com um andador, como até há pouco. Contudo, sua lição tem mais força que nunca”, escreve o cronista Domingo Marchena.

“É possível que você nunca tenha ouvido falar o nome dele. Ou que jamais leia seus livros. Mas, se todos nós estamos aqui, em parte, é graças a homens e mulheres tão corajosos e fortes como ele”, avalia o cronista.

O artigo é publicado por La Vanguardia, 22-08-2019. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

Olhem o velhinho desta informação. A imagem é de junho de 2010, quando estava a ponto de completar 97 anos. Baixinho, míope e com braços que pareciam ramos secos de uma oliveira. Não se enganem. Por trás desse aspecto frágil se ocultava e se oculta um homem de uma força ciclópica. Boris Pahor nasceu em 1913, em Trieste, quando esta cidade italiana pertencia ao império austro-húngaro.

Na próxima segunda-feira, completará 106 anos.

Leram bem: 106 anos.

Vítima da barbárie nazista e sobrevivente dos campos de extermínio, Boris Pahor é um exemplo incomum de longevidade literária, ativismo político e autoridade moral e humanista. Sua vasta obra é uma base contra os totalitarismos e um canto à liberdade.

O cronista teve a sorte de o conhecer em sua última visita a Barcelona, há nove anos. Foi no Instituto Italiano de Cultura, onde a editora Anagrama apresentou a tradução para o espanhol que Barbara Pregeli realizou de sua obra principal: Necrópole, da qual já existia uma versão em espanhol de Simona Skabec, pela Pagès Editors.

Em 2016, antes que completasse os 103 anos, voltou-se a falar muito dele, na Espanha, em razão da atenção que o Atlàntida Film Fest lhe dedicou. Este festival de cinema independente e on-line lhe fez justiça e destacou que estamos diante de um exemplo vivo de integridade moral e um dos humanistas mais importantes da Europa.

Um ano antes que viajasse à capital catalã, o escritor havia sofrido um devastador golpe na alma: o falecimento de sua esposa, Rada Premerl. Naquele momento, seu corpo encurvado já recordava essas canas que o vento dobra e dobra, mas nunca consegue arrancar. Viajou da Itália em um avião, junto com seu filho, mas chegou à reunião sozinho, caminhando do hotel.

“Como você se chama?”, perguntou ao cronista para lhe dedicar seu livro. O interpelado disse a ele duas vezes e, como acreditou que tinha dificuldades para ouvir e não entendia, cometeu com a bobeira de italianizar seu nome. “Domenico”. O culto, paciente e poliglota Boris Pahor lhe deu, então, um sorriso tão luminoso como sua visão: “Por favor, jamais renuncie suas origens, sua língua e seu nome”.

Sabia muito bem do que falava. Boris Pahor foi duplamente perseguido. Por Mussolini e por Hitler. O primeiro, por sua pertença à minoria eslovena de Trieste. O segundo, por sua militância antifascista. Após a queda do Duce, envolveu-se no movimento dos partisans iugoslavos. Contudo, em 1944, foi delatado e detido pela Gestapo, que o enviou para o campo de trabalho de Natzweiler-Struthof, em Alsácia. Também esteve em Dachau e Dora, na Alemanha.

Estava condenado a ser outro homem zebra. Vestiria o indigno pijama listrado e trabalharia até se arrebentar, quando outro desgraçado herdaria seu lugar e seu uniforme. Mas, ocorreu o impensável. Não puderam com ele. Sobreviveu à escravidão, esgotamento, humilhações, espancamentos, frio e fome.

Foi um esqueleto andante, que saia de noite disparado para as latrinas, devorado pela disenteria, com um dedo no ânus para não deixar um rastro de fezes. Viu as cinzas que voavam da chaminé do forno crematório, que definiu com metáforas duras como o ferro. “Uma baleia metálica”, “uma latoaria da morte”, “uma esfinge férrea”... Resistiu para nos ensinar a não semear a semente da barbárie.

O estilo de Boris Pahor é duro e nada complacente. Nunca se perdoou, por exemplo, pelo esquecimento de Zora Perello, “a Anne Frank eslovena”, que morreu no campo de Ravensbrück e de cujo silenciado sacrifício se sente corresponsável: “Não passou à posteridade como mereceria pela alma mesquinha de nosso povo”.

Em 1945, quando se recuperava da tuberculose “presenteada” pelo nazismo, na França, assistiu uma exposição fotográfica sobre a libertação dos campos. Dois parisienses, cansados de tanto horror, saíram apressadamente. “Tudo isto cansa”, disseram. E era apenas 1945.

Por isso, escreveu Necrópole, um título capital da literatura do Holocausto, à altura de autores já desaparecidos como Jorge Semprún, Imre Kertész, Primo Levi, André Ragot e Robert Antelme. Há livros magníficos e livros magníficos que mudam os leitores. A esta categoria pertence Necrópole. Foi publicado em 1966, em esloveno (“jamais renuncie suas origens e sua língua”).

A obra permaneceu na penumbra por mais de 20 anos, até que foi descoberta pelo mercado italiano e chegaram às traduções internacionais. Boris Pahor, o último grande resistente, já não caminha, nem sequer com um andador, como até há pouco. Contudo, sua lição tem mais força que nunca.

“Não aprendemos nada da experiência do século XX e continuamos vendo com indiferença coisas tão terríveis como aquelas”, denuncia, diante das novas injustiças. Suas aparições públicas são cada vez mais raras. Quando sai, utiliza uma cadeira de rodas. É possível que você nunca tenha ouvido falar o nome dele. Ou que jamais leia seus livros. Mas, se todos nós estamos aqui, em parte, é graças a homens e mulheres tão corajosos e fortes como ele.

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