Haiti. Se aperta a corda para o presidente Jovenel Moïse

Jovenel Moïse. Foto: Haiti Liberté

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

01 Agosto 2019

O presidente da Câmara de Representantes do Haiti, Gary Bodeau, revelou que a sessão de acusação contra o mandatário Jovenel Moïse se realizará antes da ratificação do Governo. Bodeau apontou que a sessão foi solicitada pelos membros da oposição, que assinaram uma moção apresentada à mesa da Câmara Baixa.

Embora Moïse tenha uma maioria em ambos os ramos do Parlamento, a sessão pode acender alarmes, especialmente devido à tensa situação política no país e à multiplicação das demandas por renúncia do presidente.

A reportagem é publicada por Resúmen Latinoamericano, 30-07-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

No início de junho, cerca de 20 deputados enviaram uma missiva ao legislador instando-o a apresentar uma acusação contra o chefe de Estado, por suposta fraude de fundos públicos.

A denúncia sucedeu a divulgação de um informe do Tribunal de Contas que implica a vários ex-funcionários governamentais e diretores de empresas, relacionados com contratações de projetos incompletos ou que nunca se realizaram.

Embora Moïse tenha uma maioria em ambos os ramos do Parlamento, a sessão pode acender alarmes, especialmente devido à tensa situação política no país e à multiplicação das demandas por renúncia do presidente.

A reunião, ademais, estenderia a ratificação do novo Governo, composto por ministros com pouca experiência na arena política, e adiaria a implementação de medidas urgentes para superar a atual recessão econômica.

Já o chefe de Estado alertou sobre a necessidade de aprovar o novo ministério que liberará o orçamento, assim como os milhões de dólares em fundos internacionais para apoiar a população.

No entanto, a oposição insiste que o primeiro passo para melhorar a vida de milhões de cidadãos é a renúncia do governante e o estabelecimento de um governo de transição, bem como a realização de uma Conferência Nacional.

O Fórum Econômico do Setor Privado, sem falar em renúncia, apresentou o Marco de intercâmbio para uma saída da crise, um instrumento que alguns interpretam como uma proposta pós-Jovenel.

Seus autores, que incluem atores políticos, econômicos e sociais, mas sem representação do governo, ressaltaram que o país "não é governado desde os tumultos de 6, 7 e 8 de julho de 2018", quando centenas de manifestantes atacaram instituições privadas e públicas devido ao aumento dos preços dos combustíveis.

Salientaram que a situação atual agrava o sofrimento dos mais vulneráveis, que enfrentam a pobreza e a guerra de gangues em território nacional, sem que as autoridades possam controlá-los.

O panorama atual aperta mais a corda ao presidente Jovenel Moïse, que perde aliados, embora ainda tenha o apoio polêmico da comunidade internacional, especialmente do governo dos EUA.

Leia mais