Nicarágua. “Não pedi para sair, fui chamado pelo Santo Padre”. Papa Francisco transfere o Bispo Silvio Báez para Roma

Dom Silvio Báez. Foto: Wikipédia

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11 Abril 2019

"Não abandono o povo de Deus, aonde for o levarei em meu coração de pastor. Não me esquecerei da Nicarágua", disse Báez, que viajará para Roma por tempo indefinido.

A reportagem é publicada por La Prensa, 10-04-2019. A tradução é de Graziela Wolfart.

O bispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez, será transferido para Roma por um tempo indeterminado, conforme foi anunciado nesta quarta-feira, em uma coletiva de imprensa. A transferência foi um pedido do Papa Francisco. “Não pedi para sair, fui chamado pelo Santo Padre. A decisão de eu abandonar a Nicarágua é uma responsabilidade do Santo Padre”, disse Báez.

Báez, considerado um dos bispos mais críticos do regime orteguista, viajará depois das festas da Páscoa. Ainda não se sabe quanto tempo ficará fora, no entanto disse que espera logo estar de volta no país.

“Afirmo com toda a sinceridade: neste momento experimento uma grande dor em meu coração, a dor de não poder estar fisicamente com meu amado povo nicaraguense”, disse Baéz ao Papa Francisco, assim que este lhe pediu para deixar a Nicarágua.

“Não abandono o povo de Deus, aonde for o levarei em meu coração de pastor. Não me esquecerei da Nicarágua”, disse o bispo auxiliar de Manágua, que voltou na noite desta terça-feira ao país.

Plano para assassiná-lo

No último dia 3 de abril, a ex-embaixadora dos Estados Unidos na Nicarágua, Laura Dogu, disse que havia um plano para assassinar o bispo auxiliar. Báez garantiu que sim, existia o tal plano. “Recebi uma ligação às 11 da noite, já estava na cama e me disseram que tinham plena certeza de que havia um plano para me assassinar. Me disseram onde podia ser, como andavam vestidos e que tomasse minhas precauções. É verdade que a embaixada dos Estados Unidos me comunicou. Com um nível de alta certeza, eu avisei o cardeal e a Conferência Episcopal”, disse Báez.

D. Báez se reuniu no último dia 4 de abril com o Papa Francisco no Palácio Apostólico, em Roma. Embora não se tenha divulgado os temas da audiência privada, fontes da Igreja católica disseram a La Prensa que a situação da crise sociopolítica que existe na Nicarágua foi o centro da conversa.

Campanha de desprestígio

Os simpatizantes orteguistas mantêm uma campanha de desprestígio e ódio contra o bispo católico, um dos mais críticos do regime. Essa campanha incluiu obrigar os funcionários públicos a assinar uma carta dirigida ao papa, pedindo-lhe para tirar Báez de suas funções na Arquidiocese de Manágua.

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