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Motivações teológicas da intenção do Governo Bolsonaro de mudar a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém

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02 Abril 2019

"O que está por detrás deste interesse que alguns setores evangélicos brasileiros têm no reconhecimento de Jerusalém como capital única de Israel?", pergunta Carlos Caldas, doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo e Professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da PUC Minas.

Eis o artigo. 

A segunda viagem internacional do Presidente Jair Bolsonaro foi para Israel. Imediatamente após ser eleito, Bolsonaro prometeu que mudaria a embaixada brasileira no país de Tel Aviv para Jerusalém. Bolsonaro foi e voltou, mas não chegou a cumprir a promessa: o que foi dito é que o Brasil abrirá um escritório comercial em Jerusalém. Ernesto Araújo, Ministro das Relações Exteriores, afirmou que a mudança está sendo estudada pelo governo brasileiro.

Todos os órgãos informativos divulgaram amplamente que a notícia do não cumprimento exato da promessa conseguiu desagradar a todos os envolvidos na questão: os israelenses não gostaram, porque esperavam que Bolsonaro fizesse o que prometeu que ia fazer, e transferisse mesmo a embaixada e todo o corpo diplomático brasileiro naquele país para Jerusalém. Isso na prática equivaleria a um reconhecimento da soberania do Estado de Israel sobre toda a cidade de Jerusalém, inclusive sobre o “setor oriental”, que ocupa desde o fim da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Um “escritório de negócios” não tem status diplomático, e isto é menos do que Benjamin Netanyahu, atual Primeiro Ministro de Israel gostaria de ter de seu colega brasileiro.

Netanyahu está em campanha por reeleição, e para ele seria ótimo se Bolsonaro cumprisse o prometido. Até o momento apenas os Estados Unidos e a Guatemala reconhecem Jerusalém como a capital única de Israel (e não também da Autoridade Palestina, como deseja a ONU). Os Estados Unidos tem “cacife”, por assim dizer, para bancar uma decisão deste porte. A Guatemala o fez por depender economicamente dos Estados Unidos. Foi uma tentativa de Jimmy Morales, atual presidente guatemalteco, de agradar à potência do norte.

Mas os palestinos também não gostaram, e não faltam rumores e temores que um movimento árabe faça uma represália ao governo brasileiro, e deixe de importar carne brasileira. Alguns falam que se isto acontecer, o Brasil perderia algumas boas centenas de milhões de dólares, o que seria desastroso para o agronegócio brasileiro, setor muito forte na economia do país atualmente, e um dos grandes apoiadores do atual Governo Bolsonaro.

Só que o setor evangélico, outro grande apoiador de Bolsonaro, também quer a todo custo que a embaixada brasileira em Israel seja mesmo transferida para Jerusalém. Bolsonaro se vê pressionado por dois lados: por um lado, o agronegócio, que não quer desagradar os árabes, e por outro, pelos evangélicos, que entendem ser “vontade de Deus”, o reconhecimento de Jerusalém como capital unicamente de Israel.

Aí vem a questão: o que está por detrás deste interesse que alguns setores evangélicos brasileiros têm no reconhecimento de Jerusalém como capital única de Israel?

Há motivações teológicas que orientam esta questão.

Estes grupos evangélicos brasileiros são guiados por uma escatologia conhecida como pré-milenista dispensacionalista sionista. Esta perspectiva teológica, desenvolvida pelo inglês John Nelson Darby (1800-1882) e popularizada pelo estadunidense Cyrus Ingerson Scofield (1843-1921) defende, em síntese, o seguinte: a história da humanidade é dividida em sete períodos, conhecidos como dispensações. Estaríamos atualmente vivendo a sexta dispensação, conhecida como “Era da Graça” ou “Período da Igreja”.

A sétima e última para os dispensacionalistas será o “Reino Milenar”: a partir de uma interpretação literalista de Apocalipse 20, os dispensacionalistas creem que Jesus Cristo descerá dos céus, e reinará sobre todo o mundo a partir de Jerusalém durante mil anos de trezentos e sessenta e cinco dias de vinte e quatro horas cada. Durante estes mil anos Satanás estará preso, e depois será solto, liderando uma grande batalha contra os servos do Senhor no vale do Armagedom, em Israel. Satanás e suas hostes serão derrotados definitivamente, e haverá a paz eterna para os salvos, e o castigo eterno para os condenados.

Esta visão teológica é muito popular entre os evangélicos estadunidenses. Muito embora só no Governo Trump que os Estados Unidos transferiram sua embaixada para Jerusalém, a teologia dispensacionalista tem literalmente orientado a política externa norte-americana para com o Oriente Médio há décadas. De acordo com esta perspectiva, “Israel é o ponteiro no relógio de Deus”. A escatologia pré-milenista dispensacionalista sionista é adotada pela quase maioria dos pentecostais e, possivelmente, também dos neopentecostais brasileiros. Daí o apoio dado por estes grupos à atual política externa bolsonariana em relação ao Oriente Médio como um todo, e a Israel em particular.

Todavia, os protestantes históricos, como presbiterianos, luteranos e metodistas, costumam ter outra compreensão do tema escatológico e do papel de Israel na história da humanidade. Para o protestantismo histórico, o “ponteiro do relógio de Deus”, é Cristo, não Israel, e o atual Estado de Israel não é o mesmo Israel bíblico. Conforme o Apóstolo Paulo, o “Israel de Deus” é a igreja, comunidade dos seguidores de Jesus Cristo, e não Israel enquanto unidade geopolítica (cf. Gl 6.16). Quando escreveu para os cristãos coríntios, que eram gregos, isto é, “pagãos” de origem, Paulo disse que eles eram descendentes daqueles que saíram do Egito (1 Co 10.1-6). O apóstolo usa uma linguagem figurada, simbólica, que não deve e nem pode ser entendida literalmente, porque aqueles gregos, literalmente falando, não eram descendentes dos israelitas libertos do Egito. Mas são parte do “Israel de Deus”.

A teologia protestante clássica rejeita a escatologia pré-milenista dispensacionalista sionista. Protestantes clássicos lamentam que uma formulação teológica completamente hipotética, construída a partir de uma “hermenêutica Frankenstein”, que ajunta pedaços de textos bíblicos sem respeitar seus respectivos contextos literários, formando assim um monstrengo, seja aceita como dogma pelos evangélicos que têm acesso privilegiado ao atual Presidente, e que, tudo indica, influenciam-no em suas decisões quanto a uma situação que envolve questões delicadas da geopolítica internacional.

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