25 Fevereiro 2019
Ouvimos as vozes das vítimas dos terríveis crimes de abuso sexual contra menores por membros do clero. Pedimos sinceramente a eles que nos perdoem, assim como a todos os nossos irmãos e irmãs, pelo que fizemos de errado e pelo que deixamos de fazer.
A declaração foi publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé, 24-02-2019. A tradução é de Luisa Rabolini.
Vamos voltar para a nossa diocese e nossas comunidades, espalhadas por todo o mundo, com uma compreensão mais profunda desse terrível escândalo e das feridas que provoca nas vítimas e em todo o povo de Deus. Recordemos as palavras que São João Paulo II pronunciava já em 2002 e que permanecem profundamente atuais e expressam nosso compromisso: "As pessoas devem saber que no sacerdócio e na vida religiosa não há lugar para aqueles que poderiam prejudicar os jovens". Nós absolutamente queremos que todas as atividades pastorais da Igreja Católica e os lugares onde elas são exercidas sejam totalmente seguras para os menores, para o respeito de sua dignidade e seu crescimento humano e espiritual.
Responsabilidade, prestação de contas, transparência, são as palavras que repercutiram nestes dias em que oramos, refletimos e trocamos nossas experiências, sob a orientação do Santo Padre Francisco e que nos empenhamos em traduzir em ações concretas. O espírito de colegialidade e do caminho sinodal da comunidade eclesial nos darão o apoio e o incentivo que precisamos para continuar a superar as tendências ao acobertamento e a privilegiar a instituição em relação às pessoas que ela deve servir, recebendo a renovação espiritual e estrutural, necessária para erradicar da Igreja toda forma de abuso não só sexual, mas também de poder e de consciência.
Estamos confiantes que a esse nosso encontro logo seguirão iniciativas concretas. Entre estas:
Um novo Motu Proprio do Papa "sobre a proteção dos menores e das pessoas vulneráveis", para reforçar a prevenção e o combate contra os abusos na Cúria Romana e do Estado da Cidade do Vaticano. Acompanhará uma nova lei do Estado da Cidade do Vaticano e as Diretrizes para o Vicariato da Cidade do Vaticano sobre o mesmo assunto.
A publicação por parte da Congregação para a Doutrina da Fé de um manual que ajudará os bispos do mundo a compreender claramente seus deveres e suas tarefas. Além disso, no espírito de comunhão da Igreja universal, o Papa expressou sua intenção de incentivar a criação de forças-tarefa de pessoas competentes para ajudar as Conferências Episcopais e as dioceses que encontrem dificuldades para lidar com os problemas e implementar as iniciativas para a proteção dos menores.
Segunda-feira, 25 de fevereiro, a Comissão organizadora vai se reunir com os chefes da Cúria Romana que participaram do Encontro, para definir a partir de agora as medidas necessárias para dar prosseguimento, de acordo com o desejo do Santo Padre, aos propósitos e ideias amadurecidos nos últimos dias.
Que esses primeiros passos sejam sinais de encorajamento que nos acompanharão em nossa missão de anunciar o Evangelho e de serviço a todas as crianças do mundo, sentindo-nos solidários com todas as pessoas de boa vontade que querem abolir todas as formas de violência e de abuso contra os menores.
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Encontro sobre "A proteção dos menores na Igreja". Declaração de padre Federico Lombardi SI, Moderador do Encontro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU