20 Setembro 2018
O fato de que a situação conflituosa entre Constantinopla e Moscou está nas alturas é bem conhecido. Os casos relacionados são cada vez mais dramáticos e ameaçam ter consequências nefastas para o processo ecumênico.
A reportagem é de Francesco Strazzari, publicada em Settimana News, 18-09-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Se chegará à ruptura? Repercute cada mais frequentemente nestes dias a feia palavra “cisma”, que seria uma catástrofe com a qual a própria Igreja Católica sofreria. Surgem interrogações, legítimas, contudo, de acordo com os fatos: trata-se da manifestação de uma das maiores orgias de poder e de “mundanismo”, para usar a terminologia do Papa Francisco?
Parece realmente que sim, se examinarmos os eventos em solo russo. São muitos os privilégios que o Patriarcado de Moscou recebeu e continua recebendo de Putin e que a Igreja do Patriarca Kirill sente o dever de retribuir, especialmente no tenebroso caso da Ucrânia, sacrificando todos os aspectos eclesiais e ecumênicos.
No centro das atenções, destaca-se a figura de Hilarion Alfeev, metropolita de Volokolamsk, presidente do Departamento das Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou. Sabe-se que ele fez com que se perdessem cinco anos de trabalho da Comissão Mista para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e as Igrejas Ortodoxas, ao rejeitar todos os documentos que haviam sido preparados sobre o tema “Sinodalidade e primado no primeiro milênio”. Lembrando, aliás, que o próprio Hilarion havia contribuído com eles. A comissão se reduziu a publicar o Documento de Chieti, um texto de seis páginas no total. Não é preciso ser um grande teólogo para dizer que ele é inodoro e insosso.
Uma opinião confiável é que é quase impossível continuar o diálogo teológico com a Igreja Católica porque o Patriarcado de Moscou quer mudar o tema atual há muito tempo acordado, ou seja, “Primado e sinodalidade no segundo milênio”. Hilarion conseguiu obter que este título fosse acrescentado como esclarecimento: “As diferenças teológicas entre católicos e ortodoxos”.
As diferenças que os dividem são conhecidas e levantam problemas há séculos. O propósito do diálogo – mas é preciso repetir isto a todo momento – é encontrar formas de união em vista do “cálice comum”.
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A túnica rasgada do ecumenismo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU