Papa recomenda que se observe, sem pressa, o silêncio na oração da 'coleta' da missa

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

11 Janeiro 2018

O papa sublinhou “a importância de escutar a nossa alma para abri-la, depois, ao Senhor” no momento de silêncio da missa em que “cada um pensa nas coisas de que precisa ou quer pedir durante a oração”. Continuando um ciclo de catequeses sobre o significado da missa, Francisco recomendou “vivamente” que os sacerdotes observem esse momento de silêncio: “Não se apressem: sem esse silêncio, corremos o risco de negligenciar o recolhimento da alma”.

A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada no sítio Vatican Insider, 10-01-2018. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

“No percurso de catequeses sobre a celebração eucarística, vimos que o Ato Penitencial nos ajuda a nos despojar das nossas presunções e a nos apresentar a Deus como realmente somos, conscientes de sermos pecadores, na esperança de sermos perdoados”, exortou o papa.

“Justamente a partir do encontro entre a miséria humana e a misericórdia divina, ganha vida a gratidão expressada no Glória”, continuou Francisco, ressaltando depois que, após o Glória, ou quando ele não é rezado, logo depois do Ato Penitencial, “a oração toma uma forma particular na oração denominada ‘coleta’”.

“Com o convite ‘oremos’, o sacerdote exorta o povo a se recolher com ele em um momento de silêncio, a fim de tomar consciência de estar na presença de Deus e se fazer vir à tona, cada um no próprio coração, as intenções pessoais com que participa na missa. O sacerdote diz ‘oremos’, depois vem um momento de silêncio, cada um pensa nas coisas de que precisa ou quer pedir durante a oração. O silêncio não se reduz à ausência de palavras, mas sim na disposição para escutar outras vozes: a do nosso coração e, sobretudo, a voz do Espírito Santo".

Recordando o ordenamento do Missal Romano, o papa recordou, em particular, que, “antes da oração inicial, o silêncio ajuda a nos recolhermos em nós mesmos e a pensar no porquê estamos lá. Eis, então, a importância de escutar a nossa alma para abri-la, depois, ao Senhor. Talvez viemos de dias de fadiga, de alegria, de dor, e queremos dizer isso ao Senhor, invocar a Sua ajuda, pedir que esteja perto de nós. Temos familiares e amigos doentes ou que passam por provações difíceis. Desejamos confiar a Deus o destino da Igreja e do mundo. Para isso serve o breve silêncio antes que o sacerdote, recolhendo as intenções de cada um, expressa em voz alta a Deus, em nome de todos, a oração comum que conclui os ritos de introdução, fazendo, justamente, a ‘coleta’ das intenções individuais. Recomendo vivamente que os sacerdotes observem esse momento de silêncio – reiterou o papa –, que não se apressem: sem esse silêncio, corremos o risco de negligenciar o recolhimento da alma”.

O sacerdote, concluiu o papa, recita essa súplica “com os braços estendidos: é a atitude do orante, assumido pelos cristãos desde os primeiros séculos – como testemunham os afrescos das catacumbas romanas – para imitar o Cristo com os braços abertos no lenho da cruz. Ele é o Orante e é, ao mesmo tempo, a oração”.

E as orações do Rito Romano, “concisas, mas ricas em significado”, podem “nos ajudar a aprender como nos dirigir a Deus, o que pedir, quais palavras usar. Que a liturgia – disse Jorge Mario Bergoglio – possa se tornar para todos nós uma verdadeira escola de oração”.

Leia mais