13 Dezembro 2017
As igrejas protestantes sempre estiveram interessadas no diálogo ecumênico, a ponto de, por exemplo, a Igreja Valdense ter dado a sua contribuição em 1948 para a criação do Conselho Mundial das Igrejas (CMI). O movimento ecumênico, quando se reuniu pela primeira vez em Amsterdam, já havia percebido a consciência das diferenças, em matéria de fé, tradição, cultura nacional, que estão dentro das diferentes denominações cristãs.
A informação é de Daniela Di Carlo, publicada por Riforma - Semanário das Igrejas metodistas Evangélicas Batistas e Valdenses na Itália, 15-12-2017. A tradução é de Luisa Rabolini.
No entanto, na busca comum de Deus tinha a intenção de se identificar como cristão, congregando-se em um caminho de cooperação que depois deu origem à decisão de construir e estabelecer um escritório em Genebra, inaugurado em 1965. É interessante saber como cada uma das igrejas tenha contribuído para a construção da sede do CMI.
Enquanto as comunidades mais ricas doaram dinheiro, as mais pobres contribuíram com matérias-primas, como, por exemplo, a madeira africana que reveste as paredes tanto da igreja do CMI como da sala de conferências.
Atualmente existem 349 igrejas das principais tradições protestantes, anglicanas e ortodoxas que aderem ao CMI. A Igreja católica participa como observadora e é membro efetivo de algumas comissões de trabalho. É claro que a intenção do CMI não é de formar uma estrutura “supra igreja”, mas promover o diálogo e a cooperação entre as igrejas-membros.
O futuro das igrejas deve ser, portanto, um futuro ecumênico em que não sejam ignoradas as diferenças doutrinárias ou próprias da tradição, mas no qual será dado um peso cada vez maior à capacidade de colaborar na diversidade.
No futuro, não deveremos mais nos considerar como igrejas independentes que se encontram, mas como igrejas interdependentes todas ligadas a Cristo.
Em uma visão ecumênica as igrejas também deverão aprender a apresentar um testemunho comum através da diaconia, ou seja, das ações que dão resposta concreta à pregação do Evangelho. Como já foi possível, nestes últimos meses, na colaboração entre católicos e protestantes no projeto dos Corredores humanitários, que está conduzindo em segurança 1000 pessoas provenientes de realidades da guerra, assim será no futuro, usando as forças criativas do testemunho e ação comum.
O ecumenismo, já hoje, e ainda mais no futuro, deverá ser capaz de ser uma presença profética no mundo. As pessoas estão procurando palavras de conforto, mas também uma ajuda para serem livres e simultaneamente sujeitos de direito. As igrejas podem se empenhar juntas para proclamar a necessidade de justiça, paz e reconciliação no mundo, com uma atenção particular e mais forte também em relação ao uso que a humanidade faz da mãe terra e de toda a criação.
O ecumenismo deve ser, além disso, pronto para o diálogo inter-religioso. As migrações em massa, que se tornam êxodos em algumas situações, mudaram as cidades europeias e o cristianismo convive com outras tradições de fé. É preciso então se relacionar com as outras religiões para responder e agir em prol daqueles objetivos compartilhados de justiça, paz e convivência que podem criar um mundo acolhedor para todos e todas.
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Protestantismo e ecumenismo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU