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30 Mai 2017

“Eu acreditava que a internet melhorava o mundo. Eu estava errado”: quem fala isso é o guru e fundador do Twitter, Evan Williams, 45 anos, criador do Blogger (em 1999), a plataforma de blogs, fundador do Twitter (em 2006) e do Medium (em 2012), o espaço digital pensado para conteúdos de qualidade. Williams, “O arrependido da web”, como diz o título de um artigo publicado no Corriere della Sera do dia 22 de maio passado, assinado por Leonard Barbieri.

A reportagem é publicada por L’Osservatore Romano, 27-05-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

É do mesmo tom o J’accuse (ou, talvez, seria melhor chamá-lo de mea culpa) de Walter Isaacson, presidente e diretor-executivo do Aspen Institute, autor de uma biografia de Steve Jobs. “Hoje, ninguém pode dizer com certeza quem está do outro lado da tela, se um troll ou um adolescente macedônio”, disse Isaacson há alguns meses em um discurso na Academia Americana de Artes e Ciências.

E continuou: “Devemos ajustar a Rede: depois de 40 anos, ela começou a corroer a si mesma e a nós”. É claro, “ela continua sendo uma invenção maravilhosa e milagrosa, mas há cupim nos fundamentos e morcegos no campanário”. E o anonimato virtual, celebrado porque permitia que as vozes reprimidas se expressassem livremente, alimenta os piores instintos. “A web não é mais o lugar onde a comunidade se defronta.”

De 3,7 bilhões de usuários conectados, ela se tornou um exército de trolls e hackers, crackers e bots, os programas que imitam o nosso modo de falar e oferecem informações online. Resultado? “A internet não funciona mais”, admite Evan Williams ao New York Times. E não só a web está quebrada, mas as coisas também estão piorando. Os suicídios, os homicídios e os espancamentos acabam no Facebook. Os provocadores e os difamadores inundam o Twitter. E as notícias falsas – “criadas por ideologia ou lucro”, escreve o jornal estadunidense – crescem enormemente.

“Eu pensava que, se déssemos a todos a possibilidade de se expressar livremente e trocar ideias e informações, o mundo se tornaria automaticamente melhor. Eu estava errado”, diz Williams. Porque “a internet acaba premiando os extremos”.

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