Argentina. A Igreja adverte que as políticas do governo "beneficiaram alguns e prejudicaram muitos"

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13 Março 2017

Quase 33% da Argentina está abaixo da linha da pobreza, segundo revelou esta semana o Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA). Os dados não passaram despercebidos pelo presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Social (Cepas), Jorge Lozano.

A informação é publicada por La Nación, 11-03- 2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.

Lozano estima que a gestão da Cambiemos "provavelmente priorizou" a macroeconomia para sair de uma situação descrita pelos funcionários como "uma espécie de tobogã de difícil saída", mas destacou que "o que aconteceu é que estas medidas têm beneficiado poucos e prejudicado muitos".

Em diálogo com a rádio Continental, Dom Lozano indicou que em conversas com membros do governo constatou que eles "estão preocupados e buscando alternativas para ter uma atividade proativa na superação destes níveis de pobreza".

"Eles não negam a realidade e dão explicações sobre a macroeconomia", declarou.

De qualquer forma, ele pensa que "há uma série de fatores que ocasionaram" o aumento nos níveis de pobreza, "tanto a desvalorização, o aumento dos impostos, a inflação, que resultaram na pobreza que temos hoje no país".

Lozano apontou também que, paralelamente, "as capitais têm concentrado mais somas de dinheiro, o que deve ser corrigido para encontrar formas de sair da pobreza através do trabalho devidamente remunerado".

Quanto aos planos sociais, ele disse que "precisamos buscar como incorporá-los no que diz respeito à geração de empregos".

Sobre isto, Lozano revelou que as equipes da CEPAS estão em contato com funcionários do Ministério do Trabalho e legisladores para ver "a possibilidade de incorporar o valor obtido a partir de um plano social a uma massa salarial que possa posteriormente completar o ingresso de pessoas no mercado de trabalho".

O bispo esclareceu que "um plano social de 5.000 ou 6.000 pesos não possibilita que uma pessoa ou uma família possa viver com dignidade", mas estima que "se isso se sustenta e é possível adicionar uma quantia por um trabalho remunerado, pode ser um caminho para tentar escapar desse tipo de armadilha entre plano social e empregos, que é uma tensão que não deveria existir".

"Se uma pessoa trabalhando 8 horas por dia recebe o mesmo que em um plano social, está sendo explorada", avisou, observando que existe aí "uma condição de contratação ilegal".

A respeito disto, ele recordou que a Igreja alertou "repetidamente" sobre a existência de "tráfico de seres humanos para exploração sexual, mas também para exploração laboral", como fábricas clandestinas de roupas e a agricultura.

"Há uma série de nichos de trabalho informal, mal-pagos e, muitas vezes, em condições análogas às de escravo", disse ele.

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