14 Fevereiro 2017
Uma comissão cardinalícia de alto escalão prometeu “pleno apoio” ao papa na sequência do que descreveram como “recentes acontecimentos”, com Francisco sendo alvo de pôsteres e notícias falsas.
A reportagem é de Christopher Lamb, publicada por The Tablet, 13-02-2017. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O apoio veio nesta segunda-feira pelo Conselho dos Cardeais (ou C-9), principal órgão consultivo do papa: o grupo está reunido em Roma esta semana para a sua 18ª rodada de reuniões.
Em um comunicado, o Vaticano disse que, antes de começar os trabalhos, o Conselho “expressa seu pleno apoio ao trabalho do Papa, assegurando ao mesmo tempo a adesão e sustentação plenas à sua pessoa e seu magistério”.
Desde a criação do grupo por Francisco logo depois de sua eleição como papa, o C-9 está encarregado propor revisões da Cúria Romana, e as suas sessões esta semana irão continuar nesse sentido.
O Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, coordenador do grupo, agradeceu esta manhã o papa pelas palavras proferidas à Cúria pouco antes do Natal de 2016, onde traçou os princípios por trás das reformas, criticou a resistência interna contra elas e, em seguida, deu a cada um dos presentes um livro intitulado “Procedimentos para curar as doenças da alma”.
Nas últimas semanas, uma falsa primeira página do jornal do Vaticano, zombando o papa, tem circulado dentro do Vaticano em um outro sinal de hostilidade contra o pontífice.
A montagem, baseada no jornal L’Osservatore Romano, propõe um papa a responder a perguntas sobre o seu documento Amoris Laetitia, perguntas submetidas por quatro cardeais críticos do documento e que solicitaram respostas do tipo “sim ou não”, com o papa tendo sido criticado por conservadores por se recusar a responder.
Na falsa página de notícias, Francisco responde a cada uma das perguntas (conhecidas como “dubias”), com “sim e não” sob a manchete: “Ele respondeu!”. Uma série de críticos do papa dizem que Amoris Laetitia enfraquece o ensinamento católico sobre o matrimônio ao abrir a possibilidade de conceder a Sagrada Comunhão aos fiéis divorciados e recasados.
O caso se deu com uma série de pôsteres contrários a Francisco colados em aproximadamente 40 locais pelas ruas de Roma, onde protestos contra um papa são altamente incomuns – pois se trata de uma cidade onde o papado é respeitado quase como uma monarquia.
Hoje, o papa fez referência a disputas internas na Igreja em uma homilia que encoraja os cristãos a livrarem-se de ressentimentos e ciúmes mesquinhos.
“Também nos nossos presbitérios, nos nossos colégios episcopais: quantas rupturas começam assim!”, disse o papa. “E… pequenas coisinhas… rupturas… Destrói-se a fraternidade”.
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Conselho dos Cardeais dá voto de confiança ao Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU