Região Metropolitana de Porto Alegre tem 28 mil pessoas desalentadas

Porto Alegre é a quinta capital do país com o maior número de postos de trabalhos formais fechados em 2020.

Foto: Pixabay

Por: Gustavo Diefenbach, João Conceição e Marilene Maia | 05 Agosto 2020

Os dados do mercado de trabalho formal expõem a gravidade da pandemia no saldo de postos de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre. Apenas quatro meses de pandemia representou um saldo negativo próximo da mesma magnitude de 2015, ano da crise econômica, política e social, da qual ainda não nos recuperamos até hoje.

O Rio Grande do Sul é um dos estados do Brasil com o maior número de postos de trabalhos fechados, tal impacto pode ser verificado em Porto Alegre, sendo a quinta capital com maior número postos formais encerrados em 2020. Somente na Região Metropolitana de Porto Alegre são 115,3 mil subocupados e 28,4 mil desalentados no primeiro trimestre do ano. 

 

As informações são do ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

 

Desempregados, subocupados e desalentados na Região Metropolitana de Porto Alegre

 

A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre foi de 10% no primeiro semestre de 2020, houve um aumento de 1% em comparação ao primeiro semestre de 2019. A região tem 115.351 subocupados e 28.405 desalentados, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD. Do total de trabalhadores desempregados, 42% são homens e 58% mulheres. Com relação à faixa etária, 35% possuem entre 25 a 39 anos; 31%, 18 a 24 anos; 23%, 40 a 59 anos; 7%, 14 a 17 anos; e 4% entre 60 a 79 anos.

Na Região Metropolitana de Porto Alegre 24% dos trabalhadores não tem carteira assinada, houve um aumento de 2% em comparação ao primeiro semestre de 2019. Não muito diferente dos resultados apresentados pelo estado, na metrópole o setor privado consta 18% dos trabalhadores sem carteira assinada; 68% dos trabalhadores do setor doméstico; e metade dos trabalhadores do setor público (incluído estatuário e militar).

O emprego formal na pandemia 

 

O Rio Grande do Sul é um dos estados com o maior número de postos de trabalhos formais fechados durante a pandemia do novo coronavírus. No acumulado de 2020, são 94,4 mil empregos fechados. O estado só está atrás de São PauloRio de Janeiro e Minas Gerais.

A Região Metropolitana de Porto Alegre fechou mais de 48 mil postos de trabalho nesse ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED. A capital do Rio Grande do SulPorto Alegre, fechou 23,4 mil postos de trabalhos. Com esse número, está entre as cinco capitais do país com maior número de postos de trabalhos fechados por conta da pandemia. Atrás de São PauloRio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília

 

Desemprego, subocupação e desalentados no Rio Grande do Sul

 

Os dados divulgados pela PNAD, indicam que o Rio Grande do Sul apresentou a taxa de desemprego em 8,3%. Em comparação ao primeiro semestre de 2019, não houve uma variação significativo na a taxa de desemprego, a taxa se manteve nos 8%. O estado tem 298,4 mil pessoas em situação de subocupação e 71,5 mil desalentados.

O maior número de trabalhadores desempregados no Rio Grande do Sul é de mulheres, com 56,3% dos trabalhadores e os demais, 43,7% são homens. Com relação à faixa etária, 35% dos desempregados possuem entre 25 a 39 anos; 29%, 18 a 24 anos; 24%, 40 a 59 anos; 9%, 14 a 17 anos; e 3% entre 60 a 79 anos.

Já no nível de escolaridade, 86,2% dos desempregados tem até o ensino fundamental completo; 9%, ensino médio: 3%, graduação; 0,37%, especialização de nível superior; 0,06%, mestrados; e 0,02% doutorado.

Sobre a informalidade no estado, 27% dos trabalhadores não tem carteira assinada, um aumento de 3% em comparação ao primeiro semestre de 2019. O setor privado apresentou o melhor resultado com 19% dos trabalhadores sem carteira assinada; os trabalhadores domésticos, 67% não têm carteira assinada; e o setor público (incluído estatuário e militar) apresentaram 61% de trabalhadores sem carteira.

A informalidade determina um conjunto de condições precárias à vida do trabalhadores, tais como não tem direito à aposentadoria, ficam sem renda numa situação de doença, não tem acesso às garantias nos processos de negociação coletiva; além da sujeição a uma série de irregularidades, como extensas jornadas, rendimentos mais baixos e outras questões que violam a legislação trabalhista.

 

Entendendo a PNAD

 

De acordo com a metodologia desta pesquisa, a população é dividida entre dois grupos: população em idade de trabalhar, acima de 14 anos, identificada como População em Idade Ativa - PIA e população abaixo da idade de trabalhar, menores de 14 anos.

O desemprego se refere à população com condições de trabalhar, sendo assim, pessoas acima de 14 anos, que não estão trabalhando, mas tem disponibilidade para assumir um emprego e, ao mesmo tempo, estão fazendo algo para conseguir um trabalho.

Há duas outras categorias importantes apresentadas nesta pesquisa, que são os subocupados e os desalentado, pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, porém não procuram trabalho por acharem que não encontrariam. Os motivos podem ser vários: não encontrar trabalho na localidade; não conseguir trabalho adequado; não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso; não ter experiência profissional ou qualificação entre outros motivos.

  

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