05 Mai 2025
Míssil da milícia houthi atingiu área perto de terminal em Tel Aviv.
Grupo apoiado pelo Irã alertou companhias aéreas que aeroporto israelense não é seguro. British Airways, Lufthansa e Air India suspendem voos à cidade.
A informação é publicada por DW Brasil, 04-05-2025.
Os rebeldes houthis do Iêmen, apoiados pelo Irã, assumiram responsabilidade pelo disparo de um míssil balístico contra o Aeroporto Internacional Ben Gurion, nos arredores de Tel Aviv, ocorrido neste domingo (04/05), e afirmaram que o projétil "atingiu o alvo com sucesso".
O porta-voz militar houthi, Yehya Saree, renovou o alerta da milícia às companhias aéreas para que não voem para o aeroporto israelense, alegando que o local é inseguro.
O ataque dos Houthis contra o aeroporto de Tel-Aviv constitui nobre gesto de solidariedade com o povo palestino. Qualquer ação contra o regime sionista, para deter o genocídio em Gaza, está coberta de plena legitimidade. A mão assassina de Israel deve ser detida a qualquer custo.
— Breno Altman (@brealt) May 4, 2025
Momentos depois, a empresa British Airways anunciou a suspensão de todos os seus voos de e para Tel Aviv até quarta-feira. O grupo Lufthansa (que inclui Lufthansa, Swiss, Austrian Airlines e Brussels Airlines) e a indiana Air India suspenderam seus voos até terça-feira.
De acordo com o Exército israelense, o impacto de um míssil foi registrado em área perto do aeroporto. Oito pessoas ficaram feridas, informou o serviço de resgate Magen David Adom.
O Exército israelense afirmou que "várias tentativas foram feitas" para interceptar um míssil disparado do Iêmen.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas em pânico no aeroporto e passageiros se deslocando para salas seguras.
Sirenes de alerta soaram em várias áreas de Israel durante o ataque, incluindo Tel Aviv e Jerusalém.
O tráfego aéreo foi temporariamente interrompido, de acordo com a mídia israelense.
As operações no aeroporto foram retomadas desde então. A polícia anunciou que as estradas de acesso ao aeroporto estavam fechadas até novo aviso.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ameaçou com severas retaliações. "Quem nos atacar, revidaremos sete vezes", disse Katz em uma aparente referência bíblica relacionada a punição severa, ou justiça divina.
Saree prometeu em uma declaração televisionada que os houthis continuariam seus ataques em apoio aos palestinos "quaisquer que sejam as consequências" até o fim da guerra de Gaza entre Israel e o movimento Hamas, que também é apoiado pelo Irã.
Desde o início do conflito em Gaza, em outubro de 2023, a milícia houthi tem atacado repetidamente Israel e navios mercantes internacionais em apoio ao seu aliado, o Hamas.
Desde que os militares israelenses retomaram os ataques na Faixa de Gaza em 18 de março, após o rompimento de um cessar-fogo, os houthis voltaram a disparar regularmente projéteis contra Israel.
Em março, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou ataques massivos contra os rebeldes houthi no Iêmen, justificando a ação com a necessidade de proteger a navegação americana na região. As áreas governadas pelos houthi no Iêmen, devastado pela guerra, sofreram, desde então, uma série de ataques americanos.
Tanto os houthis quanto o Hamas, que desencadeou a guerra de Gaza ao lançar o ataque sem precedentes ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, fazem parte do chamado Eixo de Resistência do Irã contra Israel.