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Sobre a soja nas macrofazendas espanholas: “Somos nós que promovemos as queimadas da Amazônia”. Entrevista com Vázquez Pumariño

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04 Janeiro 2024

Xabier Vázquez Pumariño é biólogo, ornitólogo e consultor ambiental. Ele conhece especialmente o contexto brasileiro, por isso conversamos com ele sobre os incêndios na Amazônia e na taiga siberiana (1). Ele critica que as políticas de incêndio de Bolsonaro sejam “quase comparáveis” às de Evo Morales na Bolívia ou às do Partido dos Trabalhadores e aponta a responsabilidade da Europa nos incêndios: “Somos nós que estamos promovendo a queimada da Amazônia de forma muito clara”, referindo-se aos interesses das macroagriculturas europeias.

A entrevista é de Paulo Santiago, publicada por El Salto, 29-08-2019.

Eis a entrevista.

Por que a Amazônia está queimando?

A razão pela qual a floresta amazônica foi queimada nas últimas décadas é a abertura de terras agrícolas, especialmente para o cultivo massivo de soja, algo que acontece em toda a América do Sul. Essa soja é exportada praticamente inteiramente para os Estados Unidos e Europa. Outra razão pela qual está sendo aberto o terreno é a criação de gado comum para exportar carne a preços baixíssimos.

Entendo que por trás desses pecuaristas existem empresas que exportam essa soja?

Sim, empresas de todos os tipos. São empresas pecuárias, mas aí o conceito é diferente do da Galiza, onde existem pequenos e médios empresários pecuários. Há senhores que monopolizam terras enormes e iniciam o que chamam de “desmatamento”: entram por uma trilha na selva e começam a cortar vegetação, e às vezes o que cortam não tem valor de madeira, mas ficam para secar no solo e depois de seco é incendiado. A partir daí, você pode colocar cercas no terreno, criar gado ou cultivar soja. É uma prática comum no Brasil e nos demais estados da Amazônia ou do Pampa.

Antes havia incêndios, mas agora o ritmo é maior. Isto é importante: não se trata de salvar ou não a Amazônia, não é que alguns possam fazê-lo e outros não, mas sim o ritmo em que ela está sendo destruída.

Não é uma questão brasileira, então.

Fala-se muito de Bolsonaro mas não de Evo Morales, que faz a mesma política que Bolsonaro mas com mais cinismo, porque fala sempre da Pachamama, dos direitos dos povos indígenas... Mas basicamente os planos econômicos para a Amazônia estão iguais, como já estava com Lula, o que muda com Bolsonaro é a balança. Os demais personagens têm conversa fiada e Bolsonaro não, ele manda diretamente os pecuaristas e latifundiários fazerem o ‘desmatamento’ e até matar os povos indígenas. Essa é a chave. Podemos pensar que a selva não tem população humana, mas tem, e o que acontece é que são indígenas cujos direitos foram retirados por Bolsonaro. É um genocídio e um ecocídio.

Os povos indígenas da Amazônia são um obstáculo ao aproveitamento de seus recursos?

Sim. Uma vez que o governo está ativamente a favor destas políticas, a única barreira que enfrentam agora são os povos indígenas, que se tornam pessoas de segunda classe. É etnocídio.

Há genocídio e consequências dos incêndios que o governo não nega. A permissividade é total e houve até pecuaristas que iniciaram queimadas em apoio a Bolsonaro. Como é que a opinião pública “compra” esta atrocidade?

Tudo está muito polarizado. A extrema-direita brasileira entende que a única política a favor do desenvolvimento econômico é esse agronegócio, acima de qualquer compromisso ambiental ou dos Acordos de Paris. Eles não se importam com nada e vão em frente com essa ideia. No outro extremo temos uma esquerda em torno do Partido dos Trabalhadores, que também não consegue dar lições sobre o assunto: 2019 é o ano que mais queima, mas só desde 2009. Antes havia incêndios, mas agora o ritmo é maior. Isto é importante: não se trata de salvar ou não a Amazônia, não é que alguns possam fazê-lo e outros não, mas sim o ritmo em que ela está sendo destruída.

A França parece ter sido mais beligerante com Bolsonaro, mas não a Espanha, para que não nos vendam ração e soja muito baratas para manter as nossas explorações agrícolas e exportar essas carnes

E a mídia?

A mobilização midiática da equipe de Bolsonaro chama muita atenção. Querem fazer parecer que a Europa não está interessada em combater a queimada da Amazônia porque dizem que isso impediria o desenvolvimento econômico do Brasil, e isso não é verdade. Quanto mais soja estiver disponível, mais os preços cairão e mais benefícios teremos nós, europeus. É incrível ver as discussões e a manipulação da opinião pública.

O foco da mídia está sendo colocado em Bolsonaro. Seria uma oportunidade para denunciar o problema estrutural da destruição da floresta tropical?

Há uma pessoa importante no ambientalismo brasileiro que foi Chico Mendes. Ele disse que não pode haver ambientalismo sem uma luta social por trás dele. Ele foi assassinado em 1988 e foi uma virada porque chegaram ao ponto máximo do que podiam fazer, que era matar uma pessoa. Essa barreira já foi superada com Bolsonaro, que tem uma política ativa de armar os latifundiários contra os indígenas. Outra pessoa importante é Marina Silva, que foi deputada do PT e ministra no governo Lula. O que aconteceu? O PT se livrou dela por ir contra os interesses econômicos desta indústria.

De certa forma, o que entendemos como esquerda na América do Sul, quando tem que decidir o modelo econômico a seguir, opta por um modelo quase comparável ao de Bolsonaro, e isso é uma tragédia. Há uma polarização muito artificial porque hoje Marina Silva está fora da vida política. É terrivelmente trágico. Que o foco agora esteja em Bolsonaro é bom, mas poderia ter sido colocado há dez ou trinta anos com a mesma intensidade de hoje. O problema é que agora temos muito menos área florestal e somos claramente responsáveis ​​por isso na Europa e nos Estados Unidos.

Que o foco agora esteja em Bolsonaro é bom, mas poderia ter sido colocado há dez ou trinta anos com a mesma intensidade de hoje

Até que ponto somos culpados?

Basicamente, a soja que é exportada da Argentina e do Brasil, neste caso da Amazônia, é usada para alimentar o nosso gado aqui, principalmente nas fazendas industriais. Na Espanha estão a ser construídas muitas explorações para suínos. É preciso dizer que viemos de uma mortalidade massiva de suínos na Ásia e que o preço da carne de porco é muito elevado. Precisamente quem vende carne suína para a Ásia são Espanha e Alemanha. Somos nós que estamos promovendo a queima da Amazônia de forma muito clara. A França parece ter sido mais beligerante com Bolsonaro, mas não a Espanha, para que não nos vendam ração e soja muito baratas para manter as nossas explorações agrícolas e exportar essas carnes. É um problema global terrível onde temos responsabilidades.

Também tivemos incêndios na Sibéria durante dois meses.

Não falamos muito sobre a Sibéria porque tudo o que acontece na Rússia parece ser um fenômeno local, mas as consequências são terríveis.

Os dois grandes biomas terrestres que armazenam CO2, evitando assim a sua libertação para a atmosfera, são a floresta tropical e a taiga siberiana. Os incêndios na taiga são consequência das alterações climáticas e dos usos inadequados do território, uma vez que também foram feitos incêndios em espaços abertos. Este verão está tudo mais seco e com temperaturas muito superiores ao normal, por isso assim que surge um incêndio é imparável. Está queimando intensamente há dois meses. Assim como existem outros ecossistemas como as savanas africanas que possuem um regime de fogo naturalmente devido à sua evolução, a taiga e a selva não podem queimar. Eles levam décadas para se recuperar.

Quais as consequências globais da queima desses dois biomas?

Todo esse CO2 está sendo liberado na atmosfera. Não se trata apenas de não combatermos as alterações climáticas através da redução das emissões, mas também de onde há dióxido de carbono armazenado, estamos a libertá-lo. Isto representa um crescimento exponencial dos riscos associados às alterações climáticas. Isso causará secas, inundações, eventos climáticos extremos, etc.

Poderá esta série de incêndios, por si só, ter alguma consequência global?

Sim. Em geral os meios de comunicação dizem coisas que não são muito verdadeiras: dizem que a selva amazônica é um pulmão, mas a maior parte do oxigênio é produzida no mar. O problema é a liberação de toneladas de dióxido de carbono expelidas pelas queimadas desses locais. Não é preciso dizer que a perda de biodiversidade é tremenda. No caso dos incêndios na Sibéria e em outras áreas como o Ártico canadense, trata-se da liberação de cinzas que ficam em áreas de neve perpétua, que acabam derretendo mais rapidamente. Estamos multiplicando os riscos exponencialmente nos últimos meses.

Nota

1.- A ecorregião da taiga da Sibéria Oriental, no bioma Taiga e florestas boreais, é uma região biogeográfica muito grande no leste da Rússia. (Instituto Humanitas Unisinos - IHU - Fonte: Wikepedia)

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