04 Fevereiro 2022
Segundo o bispo de Würzburg, Franz Jung, os protestos que se seguem ao responsum pronunciado pelo Vaticano sobre a possibilidade de abençoar as uniões homossexuais deveriam sacudir a Igreja: "Tomo essas reações, extremamente fortes, como um alerta para iniciar uma nova forma de colaboração para o bem da Igreja e das pessoas que nela buscam conforto e bênção”, disse D. Jung à imprensa alemã.
A reportagem é publicada originalmente no site de informações BR24 e reproduzida por Progetto Gionata, 03-02-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
As reações indignadas de muitos mostraram que “muitas pessoas hoje consideram a moral sexual da Igreja obsoleta em muitos aspectos. Não podemos reagir a tal problemática apenas com proibições, mas analisando a questão num diálogo sincero, e fazendo referência a quem possui as competências científicas”.
Por anos, o tema da homossexualidade tem sido objeto de intensas discussões na Igreja Católica. Em março do ano passado, a Congregação para a Doutrina da Fé declarou que qualquer forma de bênção que reconheça as uniões do mesmo sexo é inadmissível.
"A reação indignada, vinda de muitas partes do mundo, é o reflexo de duas coisas", disse monsenhor Jung: “Acabaram-se os tempos em que bastava pedir para seguir determinadas crenças por decreto, ou porque assim estabelecia a doutrina, abandonando a mediação da catequese local. Estou convencido de que para todos nós seja importante buscar o diálogo mútuo e, pelo menos em parte, querer entender o que move as mentes das pessoas”.
A Igreja tem uma grande necessidade de recuperar terreno neste sentido. Deve haver um modo para que todos tenham uma compreensão mais profunda da Revelação: “Espero que o Sínodo sobre a sinodalidade, para o qual o Papa enfatiza o tema da escuta, encontre terreno fértil em todo o mundo, inclusive na própria Roma”.
