21 Dezembro 2021
No Natal, as crianças devem nascer e não morrer. Pode parecer uma afirmação amarga e contundente, mas de fato não consigo desviar o olhar das duas crianças de 4 e 2 anos que morreram há poucos dias no acampamento rom de Stornara (FG), Itália. O tema ocupou o exato espaço de um noticiário ou de uma coluna de jornal. Crianças sem nome e sem história. Vidas sem alarido. Deveriam ter suscitado a indignação e o pedido de todas as medidas necessárias para que nunca mais se repita uma dor tão aguda, uma vergonha profunda, uma derrota.
O comentário é de Tonio Dell'Olio, presidente da Pro Civitate Christiana, publicado por Mosaico di Pace, 20-12-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Mas como se pode celebrar a vida quando crianças morrem em barracos sem burricos e bois ou além de arame farpado no frio e no gelo? E não é apenas o fracasso de uma política! É um abismo dentro do qual estamos caindo. A direção oposta àquela do sonho de Deus, porque no Natal celebramos a vida, o nascimento e o vagido, não o funeral anônimo e silencioso de quem tinha os olhos abertos para o mundo.
Todo mundo nasce com um sonho. O Papa Francisco tem razão: “Já não sabemos mais chorar”, já não conseguimos mais. Se fôssemos atingidos por uma lasca daquela dor, provaríamos a amargura que pelo menos leva a dizer que não está certo e com certeza iríamos em direção de todas as grutas e cabanas em busca de uma nova esperança.
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Crianças sem nome - Instituto Humanitas Unisinos - IHU